Cansado de presenciar invasões e ameaças de moradores a Escola Municipal Ápio Cardoso, no Bairro Nova Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o diretor da instituição resolveu suspender as aulas nesta quarta-feira. O muro da instituição de ensino já foi quebrado várias vezes por pessoas da região que aproveitam para aliciar estudantes, vender drogas e ameaçar alunos e funcionários. De acordo com o diretor Alberto Araújo, na última semana foram confeccionados 12 boletins de ocorrência. “Se acontece algo com algum estudante a responsabilidade é nossa. Por isso precisamos de segurança para trabalhar”, desabafou.
Na última segunda-feira, um grupo de 20 pessoas entrou na instituição de ensino durante o intervalo das aulas. O diretor chamou a Polícia Militar (PM), que conseguiu deter aproximadamente 15 jovens, que tentaram fugir. Alberto mostrou a situação do muro da escola para os militares e teve como resposta uma sugestão para fechar o local. “Os policiais deram o conselho e disseram que estávamos correndo sério risco se a situação continuar do jeito que está”, explica o diretor.
Para tentar encontrar uma solução para o problema, o diretor se reuniu nessa terça-feira com a Secretaria Municipal de Educação de Contagem. A pasta se comprometeu a fazer um novo muro e também deslocar a Guarda Municipal e a Polícia Militar (PM) para fazer a segurança 24 horas da instituição. “Hoje mandamos fechar o buraco mais uma vez, mas agora teremos o reforço na segurança e amanhã devemos retornar as aulas”, disse Araújo.
Em nota, a Prefeitura de Contagem afirmou que a Escola Municipal Ápio Cardoso será reaberta normalmente a partir desta quinta-feira, quando será garantido a presença de guardas municipais e da Polícia Militar durante os três turnos de aulas, na escola e no entorno da instituição. Conforme o documento, a Secretaria de Educação convocará uma reunião com a direção e pedagogos da escola para discutir intervenções visando retomá-la como um espaço de cultura da paz, criando uma rede de proteção social, englobando instituições públicas, religiosas e ONGs.