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Estado de Minas

Primeira parte da restauração dos jardins de Burle Marx será entregue nesta terça-feira

Obras de revitalização da Casa do Baile e do Museu de Arte da Pampulha recompõem plantas, canteiros e traçados projetados na década de 1940


postado em 02/07/2013 06:00 / atualizado em 02/07/2013 06:41

Operários apressavam ontem o plantio de mudas nos canteiros em frente ao museu, mas não sabiam o destino dos troncos de árvores cortadas ao redor(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Operários apressavam ontem o plantio de mudas nos canteiros em frente ao museu, mas não sabiam o destino dos troncos de árvores cortadas ao redor (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Será apresentada hoje a primeira parte da restauração dos jardins do paisagista Burle Marx (1909-1994) na orla da Lagoa da Pampulha, com a entrega das obras da Casa do Baile e do Museu de Arte da Pampulha (MAP). O trabalho, que visa a trazer de volta o traçado e as espécies tal como o paisagista planejou na década de 1940, faz parte dos esforços para elevar o conjunto a Patrimônio Cultural da Humanidade, título almejado há 17 anos. Ontem, jardineiros trabalhavam pesado para terminar o serviço, e apesar do anúncio da entrega, quem frequenta a região vê ainda pontos que precisam melhorar.

A revitalização teve início em março e tem como base o projeto paisagístico original e imagens da época da implantação. Ao longo dos anos, foram sendo introduzidas espécies que descaracterizaram os canteiros desenhados em curvas, que emolduram e acompanham a arquitetura de Oscar Niemeyer (1907-2012). Até dezembro, a previsão é de concluir a recuperação dos jardins da Igreja de São Francisco de Assis, da Casa Kubitschek e da Praça Dalva Simão, num investimento total de R$ 4 milhões.

O projeto de restauração reintroduziu espécies da flora original - várias delas foram produzidas pela Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte. Também retirou árvores que fugiam do projeto original e atrapalhavam a visão dos prédios tombados. No Museu de Arte da Pampulha, os funcionários estão empenhados em terminar de plantar mudas nos canteiros, que voltaram a ganhar traçado orgânico. Em torno deles, os tocos de árvores que foram arrancadas permanecem na paisagem, ainda como uma interrogação sobre seu futuro.

REFORMA Apesar de autorizada pelo patrimônio municipal, estadual e federal, a retirada das árvores foi alvo de protesto do Fica Fícus, movimento em defesa do verde na capital. Na época, a Fundação Municipal de Cultura informou que para cada árvore cortada seriam plantadas 300. A paisagem mais árida causou estranheza à vendedora Caroline Nunes, de 25. "Pode ser que depois fique melhor, mas tenho a impressão de que antes tinha mais verde", comenta.

Neste cenário do namoro,  os recém-casados Rafael e Ludiene Soares, de 23 e 21 anos, concordam que a restauração era necessária. "A vegetação era bastante alta e o lago em frente ao museu bastante poluído", conta Rafael. O comerciante Marcos Aurélio da Silva, de 42, trabalha há 11 anos em frente à Casa do Baile e aprovou a reforma. A fachada do prédio histórico está agora mais aparente e de lá também se tem uma visão mais clara do museu, do outro lado do espelho d’água. "Antes a gente não tinha a visão da casa. Espero que, com a restauração, exposições de arte voltem a ocorrer no espaço", diz.

ENQUANTO ISSO...
...CORETO AINDA INTERDITADO

Interditado desde 2011 e com restauração finalizada, o coreto da Praça da Liberdade ainda não tem data para ser reinaugurado, de acordo com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Marcada para 23 de junho, a abertura foi adiada por causa dos manifestações em Belo Horizonte. Há mais de 20 anos sem reforma, o coreto teve a restauração inicial restrita ao forro e à cobertura. Só mais tarde, o trabalho ganhou corpo e incluiu repaginada total do monumento. Foram recuperados o piso, guarda-corpo, elementos artísticos, pintura, jardins. O monumento foi impermeabilizado.


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