Cerca de 200 manifestantes continuam reunidos na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Eles passaram a noite de sábado e a madrugada deste domingo no Legislativo da capital, dormindo em cabanas na parte de fora ou em colchões espalhados pelo salão nobre. O grupo decidiu permanecer na Casa até ser recebido pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB).
Munidos de muitos alimentos (água, sanduíches, biscoitos e frutas) e de produtos de limpeza e de higiene, recebidos através de doações, eles mesmos estão preparando a comida e os lanches no saguão principal do Legislativo. A segurança foi reforçada e permanece o tempo todo de pé para evitar a ocupação dos outros ambientes. O clima durante a madrugada de domingo foi pacífico.
Quem não dormiu, animou a ocupação no gramado de fora da Câmara tocando durante a noite músicas do Legião Urbana e da época da ditadura. O grupo, formado na maioria por estudantes, pede a revogação do reajuste das passagens ocorrido em dezembro, quando a tarifa passou de R$ 2,65 para R$ 2,80, a abertura das planilhas de custo do sistema. Pedem também a incorporação, na redução do preço, da desoneração do PIS, Pasep e Cofins, prevista em medida provisória da presidente Dilma Rousseff (PT) e em projeto de lei que tramita no Congresso Nacional. Na prática, os movimentos pedem corte de R$ 0,25 nas passagens.
Os manifestantes estão na Câmara há quase 24 horas. No sábado pela manhã, o clima ficou tenso na Câmara, quando o grupo tentou entrar no plenário durante a votação do projeto e acabou impedido pelos guardas municipais que montaram um bloqueio. À tarde a ocupação foi pacífica, com pessoas sentadas e deitadas no hall.
Em assembleia à noite, o grupo decidiu permanecer na Câmara até ser recebido por Lacerda. Nova assembleia, está prevista para este domingo, às 15h. Segundo líderes dos movimentos, eles querem entregar uma pauta com 26 reivindicações ao prefeito. Nota divulgada pela prefeitura informa que Lacerda vai se reunir na sexta-feira com o Fórum de Assuntos Estratégicos do Município, formado por representantes dos mais diversos setores da sociedade, e que “novas discussões com outros setores e entidades representativas de diversos segmentos” serão agendadas. A reunião específica com manifestantes da Câmara ainda não foi agendada.