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Estado de Minas

Punição a motorista embriagado é vista com descrédito por familiares de mais uma vítima


postado em 04/05/2013 06:00 / atualizado em 04/05/2013 07:18

A prisão do motorista Allan Ribeiro Vieira, de 34 anos, indiciado por homicídio com dolo eventual depois de atropelar e matar a auxiliar de serviços gerais Fernanda Francisca Alves Pereira dos Santos, de 22, em uma calçada, não minimizou o sentimento de revolta do marido da vítima. Igor Pablo Santos Silva continua em estado de choque, segundo contam familiares, e teve de ser amparado pelos irmãos durante o enterro da mulher, realizado nessa sexta-feira no Cemitério da Consolação, na Região de Venda Nova. Indignado com a constatação de que Allan estava embriagado no momento do acidente, Adailton Santos, irmão de Igor, teme que o caso seja tratado como outros semelhantes ocorridos em Belo Horizonte, em que motoristas imprudentes estão em liberdade devido à lentidão da Justiça.

“O que a gente espera é que esse motorista seja condenado à pena máxima e pague pelo que fez”, cobra Adailton. Ele conta que o irmão ainda não consegue falar muito sobre o acidente e está desesperado devido à morte da mulher. “Meu irmão está arrasado, chora o tempo todo. Esse homem destruiu a vida do Igor, acabou com os sonhos dele de construir uma família. Agora o que se espera é punição”, lamenta. Como o Estado de Minas mostrou ontem, a média de inquéritos instaurados por embriaguez ao volante neste ano já é de 5,4 por dia, bem acima do registrado nos anos anteriores. No entanto, segundo o Detran, ainda não houve condenações entre os nove indiciados por homicídio com dolo eventual registrados na capital nos últimos quatro anos e casos emblemáticos envolvendo motoristas sob efeito de álcool continuam sem solução.


Familiares de pessoas que morreram em acidentes causados por motoristas embriagados reclamam da morosidade da Justiça. “É lamentável a demora na estipulação de uma punição contra essa barbárie”, critica Júlio César Fraiha, pai do estudante Fábio Fraiha, morto em uma batida provocada por Michael Lourenço, que estava embriagado. A família ainda espera pela primeira audiência, marcada para setembro, quando o caso completa um ano. Depois de pagar fiança de R$ 43 mil, Lourenço foi liberado e aguarda o julgamento em liberdade.


No ponto

Igor e a mulher tinham acabado de descer de um ônibus e estavam numa calçada da Avenida Antônio Carlos, no Bairro São Luiz, quando Fernanda percebeu a aproximação do Palio dirigido por Allan. Ela chegou a gritar e empurrou o marido em uma vala, mas não conseguiu correr, foi lançada pelo veículo em um poste e morreu na hora. Dentro do carro, a perícia encontrou um copo e uma garrafa de uísque. Com sinais evidentes de embriaguez, e mal conseguindo se manter de pé, o motorista foi levado para o Hospital Risoleta Neves e ficou internado até o início da noite de quinta-feira. Depois de receber alta, foi encaminhado ao Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão, onde está preso sem direito a fiança.


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