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Estado de Minas

Pegar táxi em BH é uma batalha

EM testa opções para cumprir a difícil missão de conseguir um carro em BH. Na linha de largada, aplicativos para celular, centrais telefônicas e o velho aceno. No cronômetro, algumas surpresas


postado em 22/04/2013 06:00 / atualizado em 22/04/2013 06:54

Clarisse Souza, Landercy Hemerson, Patricia Giudice e Paula Sarapu

 

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Seis equipes e uma missão: testar a rapidez de atendimento do sistema de táxi de Belo Horizonte. No momento em que cerca de 600 novos profissionais se preparam para entrar na praça após licitação da BHTrans e aplicativos chegam aos smarphones prometendo facilitar a vida de quem precisa do serviço, o desafio – além de conseguir um taxista livre, evidentemente – é saber qual forma de pedir o táxi é a mais eficiente. Feitas as contas, a surpresa: a tecnologia, ainda que promissora, deixou a desejar. Nos testes, apelar para o pedido virtual revelou-se a forma mais lenta de conseguir o transporte. Em tempos de “ligue-táxis” e aplicativos de última geração, o método mais simples ainda se revelou – acredite – tirar os dedos do teclado e estendê-los na calçada. Há quem aposte, porém, que os pedidos via internet sejam uma tendência, desde que consigam superar dificuldades como as representadas por motoristas que aceitam as corridas e acabam cancelando-as sem atender o usuário.

Nos testes feitos pelo Estado de Minas, às 18h de quinta-feira três equipes fizeram o trajeto Avenida Getúlio Vargas, no Bairro Funcionários, Rua da Bahia, no Bairro de Lourdes, Rua Padre Eustáquio, no Bairro Padre Eustáquio. Ao meio-dia da sexta, outras três turmas saíram do Bairro Funcionários e seguiram para a Rua Pitangui, no Colégio Batista. De lá, caminharam até a Rua Guanhães, no Floresta, onde chamaram o táxi para seguir até o Santa Efigênia. Da esquina de ruas Padre Rolim e dos Otoni, voltaram à Avenida Getúlio Vargas.

A primeira constatação foi de que, no horário de pico, o melhor é mesmo estender a mão na calçada, mas desde que o candidato esteja em uma via movimentada. Na saída da Avenida Getúlio Vargas, nos dois primeiros horários do teste (18h e 12h), chamar o táxi sozinho revelou-se a melhor opção. Quem optou por esse método não esperou mais que dois minutos para seguir viagem. Mas, à medida que a distância do Centro aumenta, a situação piora. Na noite de quinta-feira, conseguir um táxi na Rua Padre Eustáquio estendendo o braço foi mais difícil: oito minutos de espera.

O taxista que fez uma das corridas entre a Rua Padre Rolim e a Avenida Getúlio Vargas na hora do almoço de sexta-feira considera a chamada do carro nas ruas a melhor forma, tanto para o profissional quanto para o passageiro. “As cooperativas não estão dando conta de atender os pedidos. A demanda é tão grande que não há carros suficientes e as pessoas perdem a paciência de esperar”, disse o motorista Roberto Rocha, contando que já fez parte de uma associação, mas saiu há um ano e meio.
A busca por um taxista foi morosa para quem usou os aplicativos Easy Taxi e WayTaxi, para smartphones. No início da noite de quinta-feira, por exemplo, o repórter começou a busca às 18h. O primeiro aplicativo é o mais baixado para celulares na internet e o outro está em quarto lugar, mas ambos são os mais populares em Belo Horizonte. O aplicativo Easy Taxi procurou o taxista mais próximo durante 12 minutos, sem sucesso. O programa respondeu que não havia conseguido localizar um carro. Houve mais duas tentativas, todas frustradas. Quarenta minutos depois, o repórter apelou para a WayTaxi, mas, depois de meia hora e quatro tentativas sem sucesso, decidiu chamar o carro acenando na avenida. Um táxi parou em menos de um minuto. Em todas as chamadas feitas para o WayTaxi, taxistas confirmaram a corrida, mas cancelaram logo em seguida.

Já na Rua da Bahia, a primeira chamada pelo WayTaxi foi feita às 19h32. Três foram rejeitadas. A quarta foi atendida por um taxista que chegou 10 minutos depois. Já no Bairro Padre Eustáquio, uma chamada foi negada e a feita na sequência foi atendida pelo mesmo profissional que havia levado o repórter até lá. Foi o melhor desempenho na modalidade aplicativo, com oito minutos de espera, apenas um a mais do que aguardou o passageiro que esperava o carro na calçada na mesma área.

O taxista Daividson Nunes tenta explicar a dificuldade: “Se o passageiro estiver muito longe ou um pedestre acenar para o táxi, o motorista acaba cancelando o chamado do aplicativo”, disse. Ele contou que as corridas pelo sistema são disputadas “freneticamente” quando aparecem no aparelho celular usado especificamente para esse fim. Davidson acha que o sistema deveria punir de alguma forma o motorista que deixasse de cumprir o combinado. “No caso de três cancelamentos durante a semana, por exemplo, o taxista deveria perder o acesso ao sistema por um determinado tempo”, sugere.

 


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