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Estado de Minas

Foliões e policiais provocam tumulto no carnaval de rua de Santa Tereza

A polícia alega que apenas reagiu aos insultos dos foliões, que contam outra versão: os policiais desceram das viaturas com cassetetes de madeira nas mãos, intimidando e batendo nas pessoas


postado em 12/02/2013 14:14 / atualizado em 12/02/2013 16:46


Foliões que brincavam o carnaval na noite dessa segunda-feira e policiais do 16º Batalhão da Polícia Militar entraram em confronto no bairro Santa Tereza, na região Leste de Belo Horizonte. O incidente ocorreu em frente ao Bar do Orlando e próximo à Parada do Cardoso, locais de grande concentração de pessoas que curtem a festa de Momo na região. A Polícia Militar não registrou o número de foliões na hora da ocorrência, em torno de 22h para quem brincava o carnaval, e 23h34, de acordo com os policiais que fizeram a ocorrência.

Para os foliões ouvidos pelo em.com.br, havia entre 500 e 2 mil pessoas na hora da confusão. Há duas versões para as causas do tumulto, que teve, segundo os envolvidos, empurra-empurra, troca de insultos e agressões físicas. No Boletim de Ocorrências da Polícia Militar, quem estava no local insultou a PM com palavrões e um grupo de populares chegou até a acuar os policiais, que foram lá para atender pedido de moradores incomodados com o barulho dos foliões.

Na versão de três pessoas ouvidas pelo em.com.br, os policiais já chegaram, em duas viaturas, intimidando os foliões e tomando os instrumentos de batuque, além de usar de cassetetes de madeiras para bater nas pessoas. A estudante Paula Pereira, 21 anos, conta que presenciou a violência e que não viu, em momento algum, a PM pedir para que os foliões parassem com a música que estava sendo batucada, conforme relatam os policiais no Boletim de Ocorrência.

Paula disse que os policiais já chegaram usando de truculência para dispersar as pessoas. Ela contou também que tentou filmar a violência com um celular. No entanto, um dos policiais tomou o aparelho dela. O namorado da estudante, Samuel Rodrigues, 22 anos, tentou reaver o celular da namorada e acabou, de acordo com ela, sendo jogado no chão e vítima de socos e pontapés. “Ele hoje está todo esfolado e com o corpo dolorido”, atesta a estudante, que diz que volta a Santa Tereza nesta terça-feira para pular o último dia de carnaval. “Estou um pouco apreensiva, mas carnaval não é só polícia e nem todos são ruins”, avalia.

A supervisora de operações Cínara Lisboa, 29 anos, concorda com a estudante e também garante que volta a Santa Tereza na Noite desta terça-feira. “Estou com um pouco de medo com a violência gratuita, não precisava disso. Eles chegaram já agredindo as pessoas”, conta. De acordo com ela, o mais estranho de tudo é que a alguns metros do local onde o incidente aconteceu, no Bar do Marilton, na Rua Quiberlinda, a música continuou depois do incidente, com show ao vivo do cantor Rodrigo Borges, e os policiais não teriam se incomodado com isso. “Ali, sim, tem grande concentração de casas”, argumentou.

A jornalista Thais Maia, 24 anos, também estava no local na hora do tumulto e disse que ficou “muito assustada” com a postura dos policiais. “Eles já desceram da viatura com os cassetetes de madeira na mão”, garante. Ela disse que um amigo, diante da violência, ficou alterado e começou a xingar os policiais com palavrões. Thais contou que os policiais reagiram batendo no amigo dela com cassetetes. “Tentei falar com os policiais, perguntando onde eu poderia reclamar da forma como eles trataram as pessoas e um deles me disse que eu fosse reclamar com a Dilma (Roussef, presidente do Brasil)”, disse. A confusão chegou a envolver, segundo o relato das pessoas ouvidas pelo em.com.br, seis viaturas da PM e foi encerrado sem que nenhum folião fosse preso, conforme Boletim de Ocorrência da Polícia Militar.


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