Dos 111 motoristas abordados entre a noite de sábado e a madrugada deste domingo em Belo Horizonte nas blitze da campanha Sou Pela Vida, Dirijo Sem Bebida, nove foram multados em R$ 1.915 por estarem sob efeito de bebida alcoólica. Destes, cinco responderão processo criminal, já que tinham teor alcoólico superior a 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido.
De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds-MG), os quatro motoristas que tinham índice de alcoolemia superior a 0,33 mg/L responderão processo por crime de trânsito e tiveram a carteira recolhida. Os quatro condutores com índice entre 0,05 e 0,33 mg/L também receberam multa e tiveram a CNH recolhida.
As blitze ainda flagraram cinco condutores inabilitados dirigindo veículos automotores. O Código Brasileiro de Trânsito prevê multa e apreensão do veículo para esta infração, que é gravíssima.
Nem bombom escapa do bafômetro
Com a entrada em vigor de regras mais rígidas da Lei Seca, a tolerância ao consumo de álcool passou a ser zero. Com isso, qualquer alimento, produto de higiene bucal ou medicamentos à base de álcool podem comprometer o motorista e obrigá-lo a desembolsar quase R$ 2 mil para pagar a multa estabelecida pela nova legislação.
A sensibilidade do bafômetro a qualquer índice de álcool foi comprovada pelo médico Leandro Duarte de Carvalho, especialista em medicina legal e perícia médica e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. A convite do Estado de Minas, ele submeteu 11 jornalistas a testes com etilômetro aferido pelo Inmetro, depois de consumir diferentes tipos de substâncias, comprovando que a quantidade de álcool expirada por nove deles configuraria, pela lei, infração ou crime de trânsito.
Contraprova
Segundo o Batalhão de Polícia de Trânsito de Belo Horizonte, os condutores flagrados com índice de alcoolemia por terem consumido qualquer produto que contenha álcool e que não estão de fato alcoolizados podem refazer o teste do bafômetro depois de alguns minutos. O teste realizado pelos jornalistas do EM, de fato, comprovaram que depois de cinco a 10 minutos a concentração chegou a zero nesses casos.
Confira como foram os testes e seus resultados