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Estado de Minas

Sem acordo, morador teme drama em casas interditadas no Floresta


postado em 23/01/2013 06:00 / atualizado em 23/01/2013 06:52

Obra na Rua Jacuí está interditada até a construtora apresentar laudo à prefeitura(foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Obra na Rua Jacuí está interditada até a construtora apresentar laudo à prefeitura (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Famílias afetadas pelo desmoronamento de terra provocado por uma obra na Rua Jacuí, no Bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte, temem ser personagens da mesma novela vivida pelas vítimas dos desabamentos nos bairros Buritis, Anchieta e Caiçara. Das tragédias que deixaram marcas na estrutura das residências e até mesmo levaram prédios inteiros ao chão, restam não só histórias tristes, mas também disputas judiciais que se arrastam sem solução. Ontem, representantes do consórcio responsável pelas obras na Floresta se reuniram com os moradores das oito casas atingidas. Apenas a situação de um casal, que morava de aluguel, foi acertada.

Novas reuniões e vistoriais individuais estão marcadas a partir de hoje na tentativa de um acordo entre as partes, mas já há possibilidade de que o caso vá parar na Justiça. Cerca de 20 pessoas participaram do encontro, entre elas os proprietários dos imóveis, moradores de aluguel e representantes da construtora. Um perito contratado pela empresa vai vistoriar hoje os imóveis e o local da obra. Também está prevista reunião com os moradores e representantes da associação comunitária. Procurados ontem, dirigentes da empresa não se manifestaram.

O barranco do muro de arrimo que fica nos fundos da obra cedeu na madrugada de segunda-feira, derrubando três casas e deixando cinco interditadas, todas localizadas na Rua Itaúna, aos fundos da Rua Jacuí. O local foi vistoriado na semana passada pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), que na ocasião descartou risco de desabamento, mas orientou moradores a monitorar as trincas e acionar a Defesa Civil em caso de chuva forte. No dia do desabamento, os moradores foram acordados pelos cães e saíram correndo sem levar nada. Um deles foi o estudante de engenharia André de Almeida Nogueira Milagres, de 30 anos, e a mulher, a analista de suprimentos Dalila de Andrade Milagres, de 31, que ontem contabilizavam os prejuízos com representantes do consórcio. “Não estamos nem mesmo na fase de fazer acordo. Listamos nossos bens e colocamos preço. Vamos também nos reunir com nosso advogado, porque acredito que vamos ter de resolver isso na Justiça”, disse André.

O morador da casa de número 112 da Rua Itaúna, David Rodrigues Tanure, também não quis esperar. Já contratou um advogado e também um perito para avaliar os danos estruturais na área de lazer causados pela escavação da obra. “Durante a reunião, tive a impressão que os representantes do consórcio estão interessados em resolver o problema, até mesmo porque não podem parar a obra”, afirmou. O filho dele, o estudante Mateus Gomes Tanure, de 18, disse que as trincas apareceram há mais tempo: “Na semana passada, chamamos a Defesa Civil, mas não havia riscos de desabamento. As trincas apareceram há um mês e aumentaram na segunda-feira”.

Prazos

Termina amanhã o prazo para o consórcio responsável pela obra apresentar à prefeitura laudo técnico com informações sobre as condições do terreno. O documento deve informar se há risco de desabamento e atestar a estabilidade do solo. O descumprimento do prazo gera multa de R$ 9.938. Até segunda-feira, a construtora receberá outra notificação para reparação de danos e estabilização do terreno. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) informou que está em contato com os órgãos competentes e profissionais e prevê que a fase de levantamento de dados e instauração de um processo administrativo levará 10 dias. O trabalho, no entanto, não é uma perícia técnica da obra, mas uma verificação do exercício profissional conforme prevê a legislação.


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