Vestígios encontrados no carro da empresária Andrea Elizabeth Ferreira Ambrósio, de 49 anos, que ficou desaparecida por mais de 24 horas, podem indicar que a mulher foi vítima de algum crime, como sequestro relâmpago. A delegada Cristina Coelli, da Delegacia Especializada em Localização de Pessoas Desaparecidas de Belo Horizonte, solicitou que a vítima, que foi encontrada desorientada na noite de sábado, em Betim, na Grande BH, passe por exames toxicológicos para detectar se ela ingeriu algum medicamento.
Andrea desapareceu após sair de casa, no Bairro Castelo, Região da Pampulha, na última sexta-feira, para procurar o cachorro dela. A empresária só foi encontrada na noite de sábado, na Rua José Gomes Ferreira, no Bairro Amazonas. “Ela foi encontrada por duas pessoas que a reconheceram pelas imagens divulgadas pela imprensa. Quando chegamos ao local, fizemos a perícia no veículo e encontramos vários vestígios de crime”, afirmou a delegada.
Foram notadas algumas diferenças no Citroën Xsara Picasso preto que a vítima dirigia no momento do desaparecimento. O banco não estava na posição usada pela mulher, o celular de Andrea foi encontrado sem o chip embaixo da poltrona do motorista, o câmbio também estava posição diferente, impressões digitais diversas foram vistas dentro do veículo. Além disso, o carro estava sujo e com o combustível na reserva. “O marido dela nos informou que a entregou o carro com o tanque totalmente cheio e limpo. Quando encontramos o veículo ele estava sujo com terra vermelha, o que indica que ela passou por uma estrada vicinal. Esses vestígios apontam o sumiço como possibilidade criminosa”, conta Coelli.
Familiares da mulher informaram a polícia que foi feito um saque de R$ 300 da conta dela. Porém isso ainda não foi confirmado. “Não encontramos essa quantia. Apenas pouco mais de R$ 10. Vamos tentar confirmar esse saque”, diz a delegada.
Vítima desorientada
Quando a empresária foi encontrada, a delegada foi para um hospital em Betim, para onde a mulher foi levada, para tentar conversar com ela. Porém, a vítima apresentou comportamento de quem sofreu um trauma recente. “Confesso que em 12 anos de profissão não encontrei uma pessoa desaparecida do jeito que ela estava. Ela estava em surto psicótico e extremamente aterrorizada. Quando me aproximei dela ela mostrou muito medo, se afastou e gesticulou como se estivesse em atitude defensiva”, explica Coelli.
De acordo com a delegada, alguns familiares se aproximaram e a mulher também não os reconheceu. Pouco tempo depois, ela se acalmou um pouco e começou a falar coisas desconexas. “Primeiro perguntou pelo cachorrinho que sumiu. Também disse que foi perseguida por cinco homens, mas que eles não a alcançaram. Depois falou que os bandidos queriam um milhão de reais de resgate. Mas tudo que foi dito por ela não é aproveitável na investigação devido ao surto em que estava. Não posso afirmar que ela foi abordada pelos suspeitos”, conta a delegada.
A empresária será ouvida depois que for liberada pelos médicos que estão te atendendo em um hospital de Belo Horizonte.
Imagens mostraram a mulher
Na sexta-feira, pouco horas após o desaparecimento, uma câmera de uma drogaria do Bairro Alípio de Melo, na Pampulha, flimou a empresária dentro do local. Ela estava tranquila e não se mostrava desorientada. “Ela estava com a mesma roupa que foi encontrada. Nas imagens, gravadas às 23h22, ela estava normal. Não apresentava nenhum surto. Inclusive a roupa dela estava rasgada nas costas”, diz a delegada.
Novas perícias no carro foram solicitadas pela delegada. A vítima também vai passar por um exame de lesão corporal, mesmo não tendo nenhum ferimento aparente.