A BHTrans lançou uma página no Facebook. A “BHMob - Mais Educação Melhor Mobilidade” tem conteúdo sobre mobilidade urbana sustentável e pretende ser mais um canal da empresa com a população. A intenção é criar uma cultura de segurança e respeito no trânsito. A empresa considera que as redes sociais são um canal importante de divulgação, debates e troca de experiências. No entanto, tentou criar regras para o uso da página no Facebook, restrição que será difícil manter.
A BHTrans criou em março deste ano uma conta no Twitter que hoje é seguido por 12,4 mil pessoas. Em junho, o Estado de Minas mostrou que a ferramenta do microblog, criada para orientar motoristas, virou um retrato do trânsito ruim da capital. Os dados coletados no microblog deram uma dimensão de como trafegar por BH virou teste de paciência e exige cuidados, principalmente para motociclistas, envolvidos na maioria das ocorrências.
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Frederico de Brito D'Andréa, acha que os tuítes oficiais da BHTrans, muitas vezes, perdem espaço para outros serviços de trânsito que tomam conta do microblog. Isso porque, seria muito difícil para a empresa gerir informações de toda a cidade. “O Twitter tem mecanismos de interação, como responder, mencionar, mas ele tem se configurado como ferramenta apenas de informação – mesmo que baseado em redes sociais”.
Sobre a conta no Facebook, a BHTrans esclareceu que não será um canal de atendimento e "não haverá espaço para debates de caráter operacional". Difícil para empresa vai ser conter esse tipo de manifestação, conforme explica professor. “Ao escrever isso, ela (BHTrans) está propondo a regra do jogo. Não tem como impedir os comentários, mas a empresa está dizendo que não vai responder”. De acordo com o professor, é de praxe no Facebook que as pessoas critiquem e comentem, portanto, é possível que cada post vire um “mar de reclamações”.
Mobilidade
A página BHMob foi criada especialmente para sensibilizar as pessoas para a importância de reduzir a violência no trânsito e os altos custos sociais. Pretende também contribuir para uma cultura de respeito e harmonia que diminua o stress diário. Por abordar essa pauta de caráter educativo, talvez a página não atraia os mais interessados em debater ou reclamar, conforme explica o professor.
“Possivelmente vai ter menos gente interessada, porque é um assunto frio. Vai perder o sentido se uma pessoa reclamar sobre o trânsito, porque está fora do contexto da página”, afirma D'Andréa. O professor insiste que fato da empresa querer ditar as regras não vai impedir manifestações, a natureza dos posts é que pode motivar menos os comentários.
Segundo a BHTrans, a página BHMob não aceitará manifestações racismo, homofobia e outros preconceitos, bem como veiculação de calúnia, difamação e injúria. Para atendimento, a população deve continuar recorrendo ao 156 ou acessar o Fale Conosco pelo site da empresa.
Órgãos públicos nas redes
A presença dos órgão público no Twitter virou uma febre nacional. Muitos aproveitam o microblog para divulgação e informação. “É inevitável que em alguns casos, pensando no interesse institucional deles e interesse público de levar informação, os tuítes são bastante úteis. Há alguns casos que a gente percebe que é muito por moda, talvez uma maneira de se mostrar antenado. Nesses casos, a gente vê pelo escopo das atualizações, que Twitter não seria a melhor maneira de comunicação”, afirma o professor. De acordo com D'Andréa, alguns órgãos públicos levam um conteúdo muito burocrático para a rede, ou querem mostrar seus feitos, perdendo o foco na utilidade pública.
Veja alguns órgãos que marcam presença:
Defesa Civil
PRF
PMRv
Bombeiros
TJMG
STJ
STF
Câmara Municipal
Prefeitura de BH
PMMG
Fundação Hemominas
Cemig
Governo de Minas
Seds