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Estado de Minas

Pai de jovem vítima do maníaco do Anchieta acredita na punição do acusado


postado em 18/08/2012 07:20 / atualizado em 18/08/2012 07:39

Pedro Meyer será submetido a exame de sanidade mental em 17 de setembro no IML de Belo Horizonte (foto: Cristina Horta/EM/D.A/Press)
Pedro Meyer será submetido a exame de sanidade mental em 17 de setembro no IML de Belo Horizonte (foto: Cristina Horta/EM/D.A/Press)
“É uma vergonha para a sociedade e para a polícia.” Foi com essa frase que o pai de uma das vítimas do ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Guimarães, 55 anos, recebeu a notícia do arquivamento de processos que apuraram estupros cometidos pelo homem conhecido como Maníaco do Anchieta. Como a maioria dos crimes pelos quais Meyer é acusado ocorreu na década de 1990, seis denúncias já prescreveram e foram arquivadas, todas com parecer favorável do Ministério Público. Ainda restam quatro inquéritos em fase de investigação policial e dois processos tramitando na Justiça. Esses casos são a última esperança do pai da jovem, que ainda acredita na punição do acusado por alguns dos delitos que cometeu.

“Ficamos decepcionados mais uma vez com a falta de competência e de estrutura da polícia, que não conseguiu apurar os estupros na época em que ocorreram, mas o esforço não foi em vão. A atitude da minha filha foi muito importante para incentivar outras vítimas a não ficarem caladas e também representou a abertura de um dos processos que corre contra o maníaco na Justiça”, diz ele. Sua filha foi a primeira a denunciar Pedro Meyer depois de vê-lo nas ruas, 15 anos após ter sido violentada. Como o crime ocorreu em 1997 e a Justiça já aceitou a denúncia por estupro, não há o risco de uma prescrição da pretensão punitiva, conforme o artigo 109 do Código Penal. Para o crime de estupro, em que a pena máxima é de 10 anos de prisão, a prescrição ocorre depois de 16 anos. No caso dessa vítima, em que houve abertura de processo, ainda há a possibilidade de prescrição da pretensão executória, mas isso só será decidido depois de uma condenação.

POLÊMICA
O andamento dos 12 inquéritos abertos pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher para investigar os crimes sexuais cometidos por Meyer contra 16 mulheres é motivo de polêmica entre a Justiça e a polícia. Segundo as assessorias de comunicação do Fórum Lafayette e do Ministério Público, quatro ainda estão na fase de investigação, pois retornaram à Polícia Civil para novas averiguações, dois se transformaram em ações penais e seis foram arquivados. Mas a delegada Margarete Freitas de Assis Rocha, responsável pelas investigações envolvendo Pedro Meyer, garante que concluiu o trabalho e remeteu todo o material à Justiça. Segundo ela, dos 12 casos, quatro são de crimes que ainda não prescreveram, pois ocorreram depois de 1997. Ela também comentou o arquivamento de seis inquéritos.

“Como delegada de polícia, minha função não era deixar de investigar por conta da prescrição. Fiz meu trabalho, que foi importante até mesmo para entender o perfil do Pedro e saber como ele agia. O resto é com a Justiça”, afirma a policial. Dos quatro inquéritos ainda em fase de investigação, um foi remetido à 1ª Delegacia de Contagem, pois o estupro ocorreu no Bairro Nacional, no município da Grande BH. Dos outros três, um se refere ao crime praticado contra três meninas da mesma família, duas irmãs e uma prima, em 22 de julho de 1996. O advogado de Pedro Meyer, Lucas Laire Faria Almeida, informou que já pediu o arquivamento desse caso, se baseando no prazo de prescrição.

O defensor do ex-bancário reafirma que 10 processos contra seu cliente serão arquivados, pois se relacionam a crimes que ocorreram há mais de 16 anos. De acordo com Lucas Laire, no caso da vítima que reconheceu Pedro e o denunciou à polícia, já foi apresentada a defesa e é aguardado o resultado do exame de sanidade mental ao qual Pedro Meyer será submetido em 17 de setembro no Instituto Médico Legal (IML).

Entenda o caso


Em 28 de março, ao passar pela Avenida Francisco Deslandes, no Bairro Anchieta, uma jovem de 26 anos viu Pedro Meyer e o reconheceu como o homem que a estuprou em 1997. A jovem seguiu Pedro até um prédio residencial no mesmo bairro e avisou seu pai, que chamou a polícia. O ex-bancário foi preso e levado para a Delegacia de Proteção à Mulher.

A notícia da prisão de Pedro Meyer e a divulgação de sua foto incentivaram mulheres a denunciar o ex-bancário como autor de vários crimes sexuais cometidos na década de 1990. Na polícia, 16 mulheres reconheceram o ex-bancário como autor da violência sexual a que foram submetidas.
Um porteiro aposentado de 66 anos, preso e condenado por um estupro cometido em 1997, denunciou que foi vítima de um erro judiciário, por causa da semelhança física com o ex-bancário.

A polícia informou que concluiu as apurações em julho e remeteu todos os inquéritos à Justiça, mas o Ministério Público garante que há quatro inquéritos em aberto.Como vários crimes foram cometidos antes de 1996, seis processos foram considerados prescritos e arquivados.


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