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Estado de Minas

Minas pode ter Samu para usuários de drogas

Comitê estuda possibilidade de oferecer serviço diferenciado aos dependentes químicos. Subsecretário admite que profissionais não dispõem de capacitação para atender esse público


postado em 27/07/2012 06:00 / atualizado em 27/07/2012 07:11

Viciados em crack seriam os principais alvos do Samu-AD, sigla referente a álcool e drogas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 6/6/12)
Viciados em crack seriam os principais alvos do Samu-AD, sigla referente a álcool e drogas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 6/6/12)
 

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Minas analisa a possibilidade de criar no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) uma equipe especializada no atendimento a usuários de droga em situação de crise. A medida foi sugerida por membros do Comitê de Cooperação Institucional e Acompanhamento de Medidas Compulsórias e Involuntárias, formado por representantes do governo estadual, do Ministério Público (MP), da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de organizações do terceiro setor. Hoje, de acordo com a SES, o Samu só atende usuários de drogas em surto psicótico.

A equipe se chamaria Samu-AD, sigla referente a álcool e drogas, e seria criada em fase experimental no quadro no Samu de Belo Horizonte. A medida foi debatida na última reunião do comitê, realizada terça-feira. A SES se comprometeu a ponderar a sugestão e apresentar um estudo no próximo encontro do grupo, agendado para 7 de agosto. “Vamos avaliar os dados estatísticos já solicitados à coordenação do Samu BH, analisar tecnicamente a capacidade do serviço prestado e a viabilidade de se ampliar esse serviço”, afirmou a SES, por meio de nota oficial.

A implementação do Samu-AD é “apenas uma possibilidade”, segundo o subsecretário de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Estado de Defesa Social, Cloves Benevides, que presidiu a última reunião do comitê. “A Secretaria de Saúde precisa ver se essa possibilidade se justifica. Precisa traçar o perfil dos usuários que seriam contemplados, se há usuários que demandem uma equipe especializada. Qual a garantia de que essa necessidade existe? A discussão vai voltar ao comitê”, promete.

O comitê não chegou a estabelecer qual seria a estrutura do Samu-AD. “Acrescentaríamos algum profissional que o Samu ainda não possui? Criaríamos um serviço novo? Isso tudo tem uma escala de possibilidades”, observa o subsecretário. A SES alega, em nota oficial, que já atende usuários de droga em crise. Benevides concorda: “À primeira vista, o Samu cumpre bem a sua função. É um serviço universal, atende todas as demandas”.

Carência

A equipe específica de álcool e drogas supriria uma carência do Samu, na avaliação de Robert William, presidente da ONG Defesa Social, integrante do comitê. “Hoje, os profissionais não dispõem de capacitação para atendimento a dependentes químicos, principalmente de crack. A unidade precisa ter gente capaz de avaliar o paciente e medicá-lo, se necessário”, argumenta.

A proposta é “interessante”, na avaliação do promotor de Justiça de Defesa da Saúde da capital, Bruno Alexander Vieira Soares, membro do comitê. “O Samu deve ter profissionais especializados no atendimento a dependentes químicos, é um público diferenciado”, justifica. No entanto, a criação de uma equipe exclusiva para esse tipo de paciente talvez não seja necessária, ressalva. “Pode ser que habilitar as equipes já existentes seja suficiente”, considera.
 


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