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Estado de Minas

Um mês de espera por segurança na Av. Nossa Senhora do Carmo

Depois de acidente com carreta que matou três pessoas, órgãos de trânsito anunciaram radares, câmeras e posto, mas só remanejaram placas e ampliaram monitoramento


postado em 06/07/2012 06:00 / atualizado em 06/07/2012 06:37

Quem trafega na BR-356 em direção a BH vê apenas faixas de lona indicando retorno para caminhões(foto: Jackson Romaneli/EM/D.A.Press)
Quem trafega na BR-356 em direção a BH vê apenas faixas de lona indicando retorno para caminhões (foto: Jackson Romaneli/EM/D.A.Press)


Um mês de lágrimas, saudades e poucos avanços na vigilância de caminhões e carretas na Avenida Nossa Senhora do Carmo, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Na via onde os veículos de carga acima de 5t têm circulação proibida, uma carreta carregada com 27t desceu desgovernada e matou três pessoas há 30 dias. Após a tragédia, órgãos de trânsito se reuniram em um comitê para anunciar mudanças na sinalização, ampliação do monitoramento para 24 horas por dia e instalação de radares, câmeras e instalação de painéis eletrônicos de mensagens. Mas poucas das medidas prometidas saíram do papel.

Nessa quinta-feira, a reportagem do Estado de Minas percorreu os trechos da BR-356 e da Avenida Nossa Senhora do Carmo onde foram feitas mudanças na sinalização. Entre o Viaduto da Mutuca e o Anel Rodoviário, placas foram reposicionadas. Para o condutor que está retornando no trevo do Bairro Olhos D’água, acessando a BR-356, no sentido Belo Horizonte, duas placas foram instaladas para indicar a saída para São Paulo, Brasília e Vitória, passando pelo Anel Rodoviário. Ao longo da descida até o BH Shopping, faixas de lona com a indicação de retorno para caminhões também foram afixadas.

Apesar da sinalização, o consultor em transporte e trânsito Osias Batista entende que medidas mais enérgicas já deveriam ter sido adotadas. “Infelizmente, o motorista infrator só obedece a legislação quando é multado. Por isso já deveriam ter instalado um sistema de radar de detecção de excesso de peso que emite a multa eletronicamente”, afirmou.

Dentro do plano apresentado pelo Grupo Executivo de Gestão Articulada do Trânsito (Gegat) dias após o acidente estão previstos um painel de mensagens variáveis na BR-356, 100 metros após o trevo do BH Shopping, no sentido Centro, para alerta permanente sobre a restrição ao tráfego de veículos de carga na Nossa Senhora do Carmo. Conforme a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), esta será a próxima medida adotada, apesar de ainda não haver data marcada.

Na lista ainda constam radares e câmeras de videomonitoramento na BR–356 acima do local do posto que será construído no trevo do Belvedere. Com as câmeras será possível fazer o monitoramento de veículos de carga e a interceptação, nos casos irregulares. O Gegat é formado pela BHTrans, Guarda Municipal, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Polícia Militar Rodoviária, Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Motorista

A mão de ferro mesmo recaiu sobre o motorista do caminhão, Jadson Santos Alves, de 26 anos, e o dono do veículo, Dario Alves da Cunha, de 53. Ambos foram indiciados por homicídio com dolo eventual (quando assume o risco de matar) pelas três mortes e por lesão corporal dolosa contra outras duas vítimas do acidente, que envolveu 11 carros. A promotora Patrícia Habkouk, do 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, já ofereceu denúncia à Justiça contra os acusados. Caso a Justiça acate o pedido, o processo criminal será iniciado. Jadson permanece preso no Presídio José Maria Alkmin, em Ribeirão das Neves, enquanto o patrão está em liberdade. A advogada do caminhoneiro, Mhychelle França, já deu entrada em um pedido de habeas corpus solicitando a soltura de Jadson

No dia da tragédia morreram a advogada Márcia Bombonato de Oliveira, de 56 anos, e Caroline Palmer Irffi, de 23. O namorado dela, Lucas de Oliveira Magalhães, de 26, chegou a ser socorrido com vida, mas morreu no dia seguinte. “A minha família está muito triste, machucada pela morte de minha tia. Estamos fazendo a oração do perdão para o motorista sempre, já que manter o ódio não vai trazer aquela pessoa tão querida de volta”, lamenta a estudante universitária Luciane de Oliveira Diniz, de 35 anos, sobrinha de Márcia.
 


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