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Estado de Minas

Bonito de Minas aparece na última posição em abastecimento de água


postado em 07/05/2012 07:03

Bonito de Minas – No quintal há um “ jirau”, estrado de varas usado tanto para lavar vasilhas quanto para lavar roupas. Sem outra estrutura de saneamento básico, os integrantes da casa tomam “banho de balde” em local improvisado e recorrem a uma fossa. Esta é a condição em que vivem Maria do Carmo de Jesus, de 33 anos, e Argemiro Gomes da Luz, de 61, moradores de Bonito de Minas, de 9,2 mil habitantes, a 603 quilômetros de Belo Horizonte, na Região Norte. Segundo o Censo 2010, é o município com pior rendimento de Minas Gerais, com renda mensal média de R$ 476,41. A cidade também aparece na última posição entre as 853 do estado em abastecimento de água.

Segundo o IBGE, 36,2% das casas não têm água encanada. O dado é contestado pelo prefeito, José Raimundo Viana (PR), ao afirmar que a prefeitura já conseguiu levar água a praticamente todas as comunidades da cidade, onde cerca de 80% da população vive na zona rural. No município, a equipe do Estado de Minas verificou uma situação capaz de demonstrar que tanto o IBGE quanto a prefeitura têm sua parcela de razão: de fato, a água encanada chega à porta de muitas moradias. Mesmo assim, o abastecimento não é o adequado.

A pobreza é tamanha que muitos moradores não têm condições de comprar uma simples caixa d’água, menos ainda canos, pia, tanque, vaso sanitário. Dessa forma, o sistema de abastecimento acaba se limitando a uma torneira no quintal. É o que se vê no lar da trabalhadora rural Maria do Amparo Silva Santos, de 42, moradora da localidade de Clarinho, na zona rural. Apesar da chegada da água encanada, captada em poço tubular, é como se família não tivesse acesso ao saneamento. Tambores plásticos armazenam o líquido junto à torneira no quintal, pois a água só vem pela manhã. Amparo é casada com o agricultor Joaquim Francisco da Silva, de 40, com quem tem quatro filhos. Todos tomam banho de balde em um um cercado de madeira no quintal. O restante das necessidades? São feitas “no mato mesmo”, como conta a mulher.

O prefeito José Raimundo Viana diz que o município tem dificuldades por causa da seca. Mas reconhece a existência de muitas famílias que não dispõem de mais que uma torneira no quintal. “Tentamos ajudar as famílias a comprar materiais de construção das famílias pobres para amenizar essa situação. Mas, não temos como atender todo mundo”, argumenta Viana, no segundo mandato na prefeitura. Ele diz ter encaminhado sem sucesso vários pedidos à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para conseguir recursos para melhoria das instalações sanitárias e do recebimento de água encanada pelas famílias.


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