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Estado de Minas

Grupo protesta contra prisão de antropólogo durante evento na Praça Floriano Peixoto

Manifestantes reclamavam da ação de fiscais da prefeitura, guardas municipais e policiais militares que prenderam também um produtor cultural, um estudante de arquitetura e um advogado.


postado em 28/04/2012 19:59 / atualizado em 02/05/2012 09:06

(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)


“É proibido pisar na grama. O jeito é deitar e rolar”. A frase é do músico e letrista carioca Chacal e foi seguida à risca por um grupo de mais de 30 jovens na tarde deste sábado, na Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Um protesto diferente contra a ação de fiscais da prefeitura, guardas municipais e policiais militares que prenderam um antropólogo e produtor cultural, um estudante de arquitetura e um advogado que sentaram na grama em 22 de abril, durante o Festival Palavra e Som.

O protesto contou ainda com um farto piquenique sobre o gramado, que foi projetado para que as pessoas possam pisá-lo. Adultos e crianças se divertiram com animais de estimação, comendo frutas, biscoitos, algodão doce e pipoca. Horas antes, sete guardas municipais e três PMs marcaram presença no local para impedir a manifestação, mas, na hora do “deitar e rolar” tinham ido embora e nem a chuva atrapalhou a “festa”.

O estudante de arquitetura Fernando Soares, de 23 anos, conta que foi o primeiro a ser preso. Por volta das 21h daquele domingo, segundo ele, toda a jardinagem da praça estava isolada com grades. “Não havia lugar para sentar e fiquei indignado com a praça cercada. Ela foi projetada pelo meu professor e diretor da Escola de Arquitetura da UFMG e eu sabia que podia receber pessoas no gramado. Rompi a grade e sentei na grama. Um fiscal da prefeitura me questionou e eu quis saber se existia uma lei que me proibisse. Ele respondeu que a lei que ele praticava não era a lei que eu conhecia”, conta Fernando.
O fiscal chamou os guardas municipais, segundo Fernando, que acionam a PM para retirá-lo da grama.

O antropólogo Rafael Barros e o advogado Joviano Mayer tentaram impedir que o colega fosse levado algemado e também foram presos. “O ato é de repúdio à truculência da Guarda Municipal e da PM e também contra a forma do poder público gerir os espaços públicos”, disse Rafael. Os três fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e denunciaram à Corregedoria da PM, à Guarda Municipal e à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. “Passamos toda a madrugada algemados numa sala da delegacia, sem direito a chamar advogado, com sede e sem permissão para ir ao banheiro”, reclama Rafael.

De acordo com o boletim de ocorrência número 1153255, da PM, as prisões foram por desobediência, resistência à prisão e por tentarem impedir a ação dos policiais. Os três teriam sido advertidos três vezes e não quiseram sair da grama, segundo a ocorrência, e passaram a retirar outras grades. O advogado teria ficado na frente dos PMs para impedi-los de colocar Fernando na viatura, gritando e exigindo que soltassem o colega.


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