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Estado de Minas

Depois de oito dias refém, adolescente ajuda polícia a procurar sequestrador

A jovem festeja liberdade e vai a rádio para agradecer esforço da polícia e apoio da cidade


postado em 09/04/2012 07:05 / atualizado em 09/04/2012 10:17

Antes do almoço com os parentes, a estudante acompanhou equipe de policiais na busca pelo local onde sequestrador a manteve presa(foto: Marcos Michelin/EM DA Press)
Antes do almoço com os parentes, a estudante acompanhou equipe de policiais na busca pelo local onde sequestrador a manteve presa (foto: Marcos Michelin/EM DA Press)
São Roque de Minas – No cardápio, feijoada, do jeito que foi prometido pela mãe. O domingo de Páscoa da adolescente Sarita Marques Batista, 14 anos, foi com a família, em São Roque de Minas, Centro-Oeste do estado, da maneira que todos os parentes e a cidade esperavam. Depois de oito dias em poder do sequestrador Lindair Marques, 32, a menina voltou ao convívio da família, mas antes acompanhou os policiais da Delegacia Antissequestro de Belo Horizonte em uma busca nas proximidades da ponte de ferro onde foi libertada, a 2,5 quilômetros da sede do município. O objetivo era localizar o local onde a menina foi mantida em cativeiro.

Os agentes percorreram um extenso trecho com a garota, mas não tiveram êxito. “Provavelmente, Lindair deu várias voltas com ela antes de entregá-la, para não deixar claro o lugar onde passaram esses dias”, diz o delegado Hugo Malhano, coordenador da equipe que trabalha no caso. A polícia também procurou pistas de Lindair em outras áreas do Parque Nacional da Serra da Canastra, mas sem suecesso. “Os locais das buscas são de mata fechada e de difícil acesso. Se uma pessoa tem a real intenção de se esconder, fica complicado o trabalho de achá-la”, afirma o delegado. Ainda segundo o policial, à medida que as investigações forem avançando e aparecerem indícios fortes da presença de Lindair, o helicóptero da corporação poderá ser usado novamente para ajudar os agentes.

AGRADECIMENTO

No início da noite, Sarita compareceu à Rádio Chapadão FM, na companhia do pai, o ex-prefeito Antônio Batista Sobrinho, e da mãe, Luzair Marques, para agradecer à população de São Roque de Minas e à polícia pelo trabalho que culminou com sua libertação. Na entrevista, deu mais detalhes do período que passou na mata. “Fiquei em uma barraca que tinha colchão, tinha cobertor e não passava frio nem fome”, contou. Sobre as ameaças e agressões de Lindair durante o sequestro, disse que isso não ocorreu. “Não senti medo porque ele não fez nada comigo e guardou o revólver que carregava. Não chegou a me amarrar”, disse, desmentindo a informação de que ficava amarrada quando Lindair deixava o cativeiro para buscar alimentos.

Acrescentou que se alimentava de leite, pão, bolacha, arroz e carne. “Tinha um fogãozinho e ele mesmo fazia as coisas”, contou. Não soube dizer com certeza se os alimentos já estavam no local ou se Lindair chegava a buscar mais para a sobrevivência de ambos. Contou que o sequestrador permitia que ela saísse da barraca, mas por pouco tempo e sem caminhar. “Não tinha ninguém lá perto e à noite só ouvíamos a rádio mesmo. Fiquei com muita saudade pelo tempo que estive longe de casa”.

Sobre o comportamento do homem que a retirou da casa dos pais sob a ameaça de um revólver, Sarita disse que ele se arrependeu do crime. “Ele falava a todo momento que estava arrependido e que não deveria ter feito isso. Falava também que sentia muita saudade dos filhos”. Ela afirmou que cumpriu a promessa que fez a Lindair e entregou ovos de Páscoa aos três filhos dele. Concluiu afirmando que não sentia mágoa e que perdoava seu sequestrador. “Eu o desculpo, já que ele se arrependeu do que fez. É isso que importa”.

O pai da jovem, que no sábado, horas antes de a filha ser resgatada, gravou um apelo transmitido pela rádio, na tentativa de convencer Lindair a libertá-la, falou que seu maior temor era a morte de Sarita, por causa do histórico de violência na família do foragido, que teve dois irmãos que mataram as mulheres e depois se suicidaram. “Toda a população sabe dos casos da família dele. Ele não é um criminoso profissional, mas um psicopata, e por isso tive muito medo”, afirmou.

OUTRA PROMESSA

 

Depois de soltar Sarita, o sequestrador entrou em contato com a advogada dele, Ana Maria de Miranda, e prometeu se entregar na manhã de ontem, o que não ocorreu. O radialista Jardel Morais, um dos interlocutores de Lindair com a polícia, afirmou que o que pesou para a libertação foi a gravação feita pelos filhos do lavrador, pedindo que o pai entregasse Sarita o quanto antes. “Em uma das ligações eu exibi o áudio gravado e ele começou a chorar muito. Provavelmente ficou sensibilizado e resolveu soltá-la”, disse Jardel.

 

Veja cobertura completa do fim do sequestro no Jornal da Alterosa Primeira Edição,  logo depois do Alterosa Esporte


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