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Estado de Minas

Na véspera do carnaval, Iepha pede reforço no policiamento nas igrejas de Minas

Após assalto a igreja no Norte de Minas e denúncia do EM de que sistema de proteção estava inativo em todo o estado, Iepha manda religar em caráter de urgência equipamentos que monitoram bens tombados.


postado em 18/02/2012 06:00 / atualizado em 18/02/2012 07:14

 

Situação da Fazenda Boa Esperança, de responsabilidade do Iepha, preocupa quem conhece o rico acervo, que inclui capela com arte barroca: desde que vigia se aposentou, em dezembro, complexo está desprotegido(foto: CRISTINA HORTA/EM/ D.A Press)
Situação da Fazenda Boa Esperança, de responsabilidade do Iepha, preocupa quem conhece o rico acervo, que inclui capela com arte barroca: desde que vigia se aposentou, em dezembro, complexo está desprotegido (foto: CRISTINA HORTA/EM/ D.A Press)

 

 

Três dias depois que ladrões arrombaram a Igreja Matriz de Santo Antônio, em Itacambira, uma providência emergencial tenta colocar cadeado nas portas que protegem o patrimônio religioso mineiro. O sistema de alarme de 40 igrejas, santuários e sítios tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) de Minas Gerais começou ontem a ser reativado em regime de emergência. A falta de renovação do contrato com a Alvo Segurança Ltda, em 2011, fez com que todos os locais tivessem seus equipamentos de vigilância desligados. A falha administrativa deixou um acervo centenário de peças sacras e históricas de valor inestimável vulnerável à ação de criminosos, como denunciou em sua edição de ontem o Estado de Minas. Outra medida tomada às pressas foi requisitar reforço no policiamento em cidades que abrigam acervo tombado.

O anúncio do contrato emergencial foi feito pelo Iepha, que ontem comunicou ao coordenador das promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC), promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, sobre a regularização dos sistemas. “Recebi um telefonema do presidente do Iepha (Fernando Viana Cabral) e ele se comprometeu a firmar um contrato de emergência de 90 dias para o programa Minas para Sempre, até que contratos regulares sejam restabelecidos. A situação não podia ficar como estava”, declarou o representante do Ministério Público.

O instituto de patrimônio estadual se manifestou apenas por meio de nota e não deu informações mais detalhadas sobre a providência. No texto divulgado ontem, o Iepha sustenta que a empresa de segurança já começou a providenciar a regularização dos equipamentos. “A pedido da Secretaria de Estado de Cultura, por meio do Iepha, a Secretaria de Estado de Defesa Social reforçará a segurança desses imóveis durante o período de carnaval, quando é grande o fluxo de turistas nos municípios mineiros”, diz o comunicado.

Contudo, o tempo que os locais que abrigam acervo histórico ficaram desprotegidos foi suficiente para que mais peças fossem roubadas, engrossando a estatística que estima em 60% o patrimônio móvel já dilapidado no estado. O último alvo foi a Matriz de Itacambira, no Norte de Minas, que teve cerca de 20 peças levadas, entre elas imagens do século 18 de São Vicente Ferrer, São Miguel, Sant’ana Mestra, São Sebastião e Santo Antônio. Como os demais templos mineiros, a igreja estava com o sistema de segurança desativado.

“São perdas inestimáveis para nosso patrimônio. O valor das peças e imensurável. É lamentável que isso tivesse de ocorrer para que o estado providenciasse a segurança do patrimônio”, criticou o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda. “Agora, nos resta rastrear as imagens que foram levadas pelos bandidos”, disse. Interpol, polícias rodoviárias Federal e Estadual, além da Infraero, receberam alertas sobre o material roubado e as investigações já teriam identificado rastros da quadrilha, mas ainda não houve prisões.


 

Barreira eletrônica

 

No topo do altar-mor da Matriz de Santo Antônio, nicho vazio denuncia ação de ladrões, que levaram pelo menos 5 imagens(foto: VICKY RODIGUES/DIVULGAÇÃO)
No topo do altar-mor da Matriz de Santo Antônio, nicho vazio denuncia ação de ladrões, que levaram pelo menos 5 imagens (foto: VICKY RODIGUES/DIVULGAÇÃO)
Em 2008, o projeto Minas para Sempre deu início à atualização dos equipamentos instalados em bens tombados pelo Iepha/MG quando da criação do programa, em 1997. Os primeiros aparelhos de alerta foram substituídos por um sistema mais moderno, que permite monitoramento remoto, por telefonia celular. Foram reinstalados alarmes em 40 imóveis tombados, nesta primeira fase. Em cada comunidade onde a aparelhagem foi implantada, três pessoas ligadas ao bem receberam treinamento para operá-la e tiveram acesso à senha para ativação e desativação. O novo sistema passou a ser monitorado pela mesma empresa contratada para a instalação, a partir de central em Belo Horizonte.

Além desses 40 pontos iniciais, a ideia é que o sistema seja expandido gradativamente, inclusive com o incremento de videocâmeras, com gravação remota, detectores de fumaça e sistemas de combate a incêndio e pânico nos bens que ainda não contam com esse recurso.

Porém, como confirmou ontem o Estado de Minas, a segurança eletrônica está longe de cobrir todo o acervo histórico mineiro. A Fazenda Boa Esperança, um dos patrimônios mais espetaculares de Minas, na Região Central do estado, está sem proteção. O vigia que tomava conta do lugar se aposentou há quase três meses e o Iepha não providenciou ninguém para tomar conta do casarão colonial construído no fim do século 18 e inaugurado em 1822, com capela com trabalhos de talha dourada e painéis atribuídos ao Mestre Athayde. (Com Pedro Ferreira)

Denuncie

Quem tiver informação sobre a localização de peças roubadas do patrimônio mineiro deve entrar em contato com o Iepha/MG, pelo telefone (31) 3235-2813 ou pelo site www.iepha.gov.br.


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