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Estado de Minas

Após flagrante de crianças tapando buracos na pista, BR-251 será reformada

A obra está sendo feita por duas empreiteiras contratadas em licitação pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit)


postado em 16/02/2012 07:59 / atualizado em 16/02/2012 08:10

Meninos disputam moedas jogadas pelos motoristas como pagamento pelo serviço(foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
Meninos disputam moedas jogadas pelos motoristas como pagamento pelo serviço (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)


A BR-251, uma das rodovias federais mais movimentadas do estado, que liga Montes Claros a BR-116 (Rio–Bahia), no Norte de Minas, vai ficar livre dos buracos. Os trabalhos de recuperação da estrada começaram depois da publicação de reportagem do Estado de Minas, em 31 de janeiro, que mostrou flagrantes de crianças se arriscando, entre carretas e carros, no meio da rodovia, na tentativa de pegar moedas lançadas por caminhoneiros como “pagamento” do serviço feito por elas de tapar os buracos com terra. A obra está sendo feita por duas empreiteiras contratadas em licitação pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A cena foi flagrada pela reportagem entre os quilômetros 470 e 480 da BR, em Francisco Sá. Uma das empreiteiras contratadas pelo Dnit começou a recuperação exatamente por esse trecho, onde agora, no lugar de crianças e pessoas de baixa renda com pás e baldes, existem operários e máquinas trabalhando.

As condições da BR-251 – por onde passam cerca de 10 mil veículos por dia – a maioria caminhões e carretas que viajam do Sul/Sudeste para o Nordeste – pioraram muito com as chuvas. Em meados de janeiro, em protesto contra os buracos, o trânsito na rodovia foi interrompido por cerca de uma hora e meia, a 10 quilômetros de Montes Claros. A manifestação foi organizada pela Associação dos Municípios da Bacia do Médio São Francisco (Ammesf), que também reivindica a duplicação da pista. Na ocasião, manifestação semelhante foi organizada pela Prefeitura de Salinas.

Com a má conservação aumentou o perigo na BR-251, onde, de acordo com relatório da Polícia Rodoviária Federal, foram registrados 607 acidentes e 58 mortes apenas em 2011. Diante disso, o Ministério Público Federal (MPF) também interferiu. Ainda em janeiro, o procurador da República em Montes Claros, André de Vasconcelos Dias, solicitou a realização de um relatório completo sobre as condições da BR-251 por um técnico especializado, para exigir a recuperação imediata da estrada.

O chefe do escritório regional do Dnit em Montes Claros, Antônio Péricles Lobo, informou que, por meio de licitação, o órgão assinou contratos com duas empreiteiras, que vão realizar a manutenção da rodovia por dois anos. Foram liberados pelo governo federal R$ 5,9 milhões para a conservação da BR, que, na concorrência, foi dividida em três lotes.

Uma das empresas contratadas, a Construtora Asteca, será responsável pela manutenção de um trecho de 119,5 quilômetros, entre o entroncamento com a BR-116 e Salinas. O valor do contrato é de R$ 1,876 milhão. Outra construtora, a CCM, vai assumir dois trechos: o primeiro, de 122,3 quilômetros, entre Salinas e a entrada de Grão Mogol, no valor de R$ 2,635 milhões; e o segundo, de 48,7 quilômetros, entre a entrada de Grão Mogol e Francisco Sá, no valor de R$ 1,378 milhões.

De acordo com o chefe regional do Dnit em Montes Claros, a previsão inicial era de que os buracos fossem tapados dentro de um prazo dois meses. “Mas, como os serviços foram iniciados e estão sendo agilizados, acredito que no máximo em 40 dias, não vão existir mais buracos na rodovia”, afirma Antonio Péricles.

Asfalto velho

Motoristas que percorrem a BR 251, mesmo reconhecendo a necessidade dos serviços de manutenção da rodovia, afirmam que somente os serviços tapa-buracos não resolvem muita coisa. “Tem que arrancar todo o asfalto, que está muito velho, e fazer tudo de novo”, diz o caminhoneiro Carlito Dias de Freitas, de 57 anos, morador de Francisco Sá. “Uma empreiteira cuidava da manutenção da pista e fez um serviço de tapa-buracos que não resolveu nada. Foi dinheiro jogado fora”, diz Carlito, que também cobra a instalação de um quebra-molas perto do bairro onde mora, na entrada de Francisco Sá. Opinião igual é manifestada pelo motorista Antônio Carlos dos Santos. “Sou de Arapiraca (AL). O problema dessa rodovia é o peso dos caminhões. Tem que fazer um novo piso para suportar tanto tráfego”, diz ele.


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