Duas constatações preliminares importantes surgem da necropsia no corpo do empresário Djalma Brugnara Veloso, de 49 anos, acusado ter matado a mulher, a procuradora Ana Alice Moreira de Melo, na quinta-feira, e de ter se suicidado horas depois. Informações que vão subsidiar o laudo mostram que ele não apresentava marcas que indiquem ter havido luta corporal ou que ele tenha tentado se defender de agressão de outra pessoa. Também revela que os cortes nos pulsos, pescoço, pernas e tórax foram feitos da esquerda para a direita, o que sugere automutilação provocada por pessoa destra, como Djalma. “Isso tudo junto é compatível com suicídio. No entanto, o legislta só vê as lesões e as descreve. Cabe ao delegado a conclusão do inquérito que vai indicar como a morte ocorreu”, afirma o médico legista da Superintendência Técnico Científica da Polícia Civil, Luiz Eduardo Toledo Avelar, responsável pelo exame.
No caso de Djalma, que teve 28 ferimentos distribuídos pelo corpo, o legista explica que apenas seis foram perfurações profundas e somente a última atingiu um órgão vital: o coração. “Vinte e duas feridas foram superficiais, sem penetração na pele ou que não alcançaram o tecido subcutâneo. Até mesmo os cortes por onde passam estruturas como as artérias não foram capazes de afetar esses vasos vitais”, contou. Para Avelar, a quantidade de ferimentos leva a crer que o empresário estava tomando coragem para dar um golpe fatal. “Quando a faca atingiu o coração, a morte ocorreu em poucos segundos.”