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Estado de Minas

Corrida de táxi será monitorada em BH

BHTrans vai passar a exigir tempo mínimo de trabalho diário para permissionários do serviço em Belo Horizonte


postado em 11/01/2012 06:00 / atualizado em 11/01/2012 06:36



Controle rígido para os táxis em Belo Horizonte. É o que pretende a BHTrans, empresa que gerencia o transporte e trânsito da capital. Ela vai passar a exigir tempo mínimo de trabalho diário para os permissionários que operam o serviço na cidade. A duração da jornada ainda está em estudo, mas será estipulada no edital de licitação para 539 novas placas de táxi na capital. A concorrência pública está prevista para ser aberta no fim deste mês e, se mantidos os prazos legais da licitação, os veículos devem cumprir a regra a partir de junho, quando serão autorizados a rodar. Para os outros 5.961 táxis já operantes, a determinação passa a valer à medida que os condutores renovarem a frota e instalarem o taxímetro biométrico, equipamento com o qual será feito o controle do tempo de trabalho. Cinco carros já têm o aparelho implantado e estão em fase de teste.

Na prática, o monitoramento vai funcionar da seguinte forma. Antes de iniciar  cada viagem e ao fim dela, o condutor deverá registrar sua impressão digital no aparelho para comprovar que fez o trajeto. Todos os dados informados por ele no decorrer do dia de trabalho serão repassados para a central de controle da BHTrans. O procedimento, já implantado em todas as linhas do sistema de transporte coletivo da capital, funcionará como uma espécie de ponto eletrônico de empresas. O valor do aparelho, em torno de R$ 1,1 mil, deverá ser custeado pelo taxista no momento da troca do veículo para renovação da frota.

Escassez

Segundo o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, a decisão de estipular o cumprimento de um tempo mínimo de trabalho partiu de uma percepção do órgão de que, além de faltar táxis na cidade, especialmente no horário de pico da tarde, parte dos permissionários roda pouco. Com os novos 539 carros, a cidade passará a ter um táxi para cada 365 habitantes, considerando a população de 2,3 milhões de habitantes. Atualmente, a razão é de um para 398 belo-horizontinos.

Ramon afirmou ainda que a medida leva em consideração reclamações de usuários sobre a demora para atendimento. “Estamos tomando essa providência para ter um controle de quanto tempo os taxistas estão trabalhando por dia, já que, especialmente no fim da tarde e início da noite, os pontos de táxi geralmente estão vazios e as pessoas enfrentam dificuldade para conseguir o serviço”, afirma Cesar. Entre as razões para o esvaziamento dos pontos nessa parte do dia podem estar, segundo ele, o entendimento de alguns permissionários de que é melhor fugir do horário de pico por causa de as corridas renderem menos devido aos engarrafamentos.

A posição da BHTrans, no entanto, é contestada pelo presidente do Sindicato dos Taxistas (Sincavir), Dirceu Efigênio, que afirma haver demanda reprimida apenas na Região Centro-Sul da cidade. “Os pontos estão vazios apenas nessa área, onde o comércio é forte e a demanda por serviços é grande. Mas nos demais bairros os pontos estão cheios de carros. Taxista quer rodar, quer ganhar dinheiro. Não acredito que estejam parados no horário de pico”, afirma. Sobre o sistema de controle, no entanto, Efigênio diz que a medida será fundamental para monitoramento de quem realmente está dirigindo o táxi. “Essa decisão foi acertada previamente com o sindicato e recebemos bem a proposta. Com o registro da digital será possível evitar que motoristas não cadastrados operem o serviço”, disse.

Medida inócua


Elias Schultz, de 63 anos, diz que falta do serviço é sazonal e não diária(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Elias Schultz, de 63 anos, diz que falta do serviço é sazonal e não diária (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Já para muitos taxistas, regulamentar horário é uma decisão inócua, tendo em vista que a jornada de trabalho da maior parte dos permissionários ultrapassa 12 horas diárias. “O problema é de mobilidade e não de falta de táxi ou de poucas horas de trabalho. Em viagens que antes gastávamos 10 minutos, hoje levamos de 20 a 30 minutos, porque o trânsito é sempre ruim, engarrafado. Além disso, toda a cidade está em obras, o que complica ainda mais a circulação”, afirma o taxista Santos Coelho da Rocha, de 58 anos. Há 42 anos na praça, Elias Schultz, de 63, diz que a reclamação sobre falta do serviço é sazonal e não diária. “A maioria dos taxistas trabalha entre 13 e 14 horas por dia”, afirma.

Enquanto isso...

... Licitações em Betim e Contagem


A concorrência pública de Betim para ampliar o serviço de táxi em 120 vagas, com prazo de validade de 25 anos, foi aberta anteontem. Com edital publicado, a Empresa Municipal de Transporte e Trânsito (Transbetim) pretende elevar em 153% a frota de veículos, passando dos atuais 78 para 198, o que na prática significa um táxi para cada 2,1 mil habitantes, se considerada a população de 430 mil moradores do município. A seleção levará em conta os critérios habilitação do condutor, características de segurança e conforto do veículos, e a maior proposta de valor pela outorga do serviço. Em Contagem, a concorrência pública deverá ser aberta na próxima semana. Conforme a Transcon, autarquia que administra o transporte e trânsito na cidade, 217 vagas serão autorizadas, elevando a oferta do serviço de 383 para 600 táxis.


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