A situação da Fórmula Pharma, farmácia responsável pela produção de um medicamento manipulado que pode ter matado oito pessoas em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, fica mais complicada. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) revelou nesta segunda-feira outras irregularidades da empresa. Entre elas, a fabricação e distribuição de medicamentos em grande escala, o que não é permitido a uma farmácia de manipulação. Esse tipo de estabelecimento só pode produzir remédios sob demanda, mas a fábrica distribuiu 180 cápsulas de Secnidazol e há suspeita de que a fórmula, manipulada para combate a verminoses tenha sido utilizada como anti-hipertensivo. O secretário estadual de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, já considera que a situação em Teófilo Otoni não é só um problema de saúde pública , mas um caso de polícia.
Segundo o subsecretário de Vigilância de Proteção à Saúde, Carlos Alberto Pereira Gomes, há indícios de que a Fórmula Pharma usava nomes de paciente mortos para justificar a produção de medicamentos. Desse último lote de Secnidazol, a Vigilância Sanitária apreendeu 50 cápsulas no estabelecimento. Outras 68 já tinham receitas para distribuição e 62 estão desaparecidas. As cápsulas recolhidas serão analisadas para verificar se houve contaminação cruzada por outro medicamento.O grande problema é que a empresa usava redes de farmácias em municípios vizinhos para vender remédios, fazendo irregularmente o papel de laboratório e distribuidora de remédios.
Cerca de 11 pacientes de Teófilo Otoni e municípios vizinhos podem ter usado o mesmo medicamento, conforme documentos encontrados na farmácia. Caso tenham adquirido o medicamentos, pacientes devem interromper imediatamente o uso. Os sintomas de intoxicação são queda da pressão arterial, batimento cardíaco acelerado, dor no peito, arroxeamento da pele e sensação de desmaio. A delegada Herta Coimbra que investiga o caso afirmou os donos da farmácia podem responder por homicídio. Eles serão ouvidos ainda esta semana.