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Estado de Minas

Cordão umbilical que pode salvar vidas é desperdiçado


postado em 05/12/2011 06:29 / atualizado em 05/12/2011 07:05

Wellington e alguns dos 27 remédios que ele é obrigado a tomar diariamente(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Wellington e alguns dos 27 remédios que ele é obrigado a tomar diariamente (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Uma das esperanças para aumentar as chances de quem precisa de uma nova medula para viver é trazida por quem acaba de chegar ao mundo. Mas, em grande parte do país, o que pode salvar ainda é, literalmente, jogado no lixo: o cordão umbilical. O primeiro transplante em que ele foi usado foi há 20 anos, quando a medicina identificou células-tronco hematopoéticas no sangue do cordão. Essas estruturas, responsáveis pela produção de sangue e pelo sistema imune, são as mesmas encontradas na medula.

Elas surgiram como alternativa a quem não tem doador. A doação do cordão umbilical do recém-nascido para um banco público é voluntária e autorizada pela mãe do bebê. As unidades armazenadas ficam disponíveis para qualquer pessoa que precise de transplante de medula óssea, indicação para pacientes com leucemia e outras doenças do sangue. As células são armazenadas em nitrogênio, em temperatura ultrabaixa e podem ser guardadas por até 30 anos.

Ao longo de duas décadas, foram constituídos bancos em todo o mundo e feitos cerca de 10 mil transplantes. No Brasil, a Rede Brasilcord foi criada em 2004, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Coordenada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), reúne os bancos públicos de sangue de cordão umbilical e placentário (BSCUP), que mantêm convênio com determinadas maternidades para coleta dos cordões. As doações só podem ser feitas nesses hospitais conveniados, onde há equipes treinadas para abordar a gestante, acompanhar a gestação e coletar o material no momento do nascimento da criança.

No país, já foram inaugurados 11 bancos públicos. Sete estão em pleno funcionamento – Belém (PA), Rio de Janeiro, São Paulo (um no Hospital Sírio-Libanês e outro no Albert Einstein), Ribeirão Preto (SP), Campinas (SP) e Florianópolis (SC). E quatro estão em processo de implantação – Fortaleza (CE), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF).

MAIS BANCOS
Serão inaugurados ainda os bancos de Curitiba (PR) e de Minas Gerais, encerrando a primeira fase de implantação da rede. Em Minas, as atividades vão se concentrar no prédio do Centro de Tecidos Biológicos (CTBio), que será construído em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Sob o comando do Hemominas, a estrutura vai abrigar bancos de cordão umbilical e de tecidos. A segunda etapa se voltará para Campo Grande (MS), Manaus (AM), São Luís (MA) e Salvador (BA). Segundo o coordenador do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) e da Rede Brasilcord, Luis Fernando Bouzas, em todo o país já há 13 mil unidades armazenadas e foram feitos 130 transplantes com material vindo da rede.

Apesar de representar um alento, o processo pode ser delicado. Segundo Bouzas, embora tenha uma grande quantidade de células, o cordão umbilical tem uma limitação de quantidade e permite extrair apenas cerca de 150 mililitros, enquanto na medula pode-se tirar até 1 litro. “A diferença é que o sangue do cordão é mais concentrado. Ele vinha sendo usado somente em transplantes de crianças, mas surgiram técnicas que permitem o procedimento em adultos. Uma delas é expandir o número de células em laboratório, a outra é usar dois cordões para um mesmo adulto”, informa o coordenador do Inca.


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