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Estado de Minas

Cidadão de BH quer plantio em dobro de árvores derrubadas

Comunidade do entorno da Avenida Cristiano Machado, onde 499 espécimes tombaram para dar caminho ao transporte coletivo, exige pelo menos mil mudas como compensação


postado em 22/11/2011 06:00 / atualizado em 22/11/2011 07:42

O que chegou a servir de sombra para pessoas que esperavam ônibus virou lenha em cima da calçada. PBH ainda não tem previsão de recomposição(foto: FOTOS: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
O que chegou a servir de sombra para pessoas que esperavam ônibus virou lenha em cima da calçada. PBH ainda não tem previsão de recomposição (foto: FOTOS: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
O sol quente das 16h30, em pleno horário de verão, castiga quem, à espera do ônibus, não encontra nenhuma sombra para se proteger. Quase 500 árvores na Avenida Cristiano Machado deixaram de ser abrigo para os passageiros e agora, empilhadas na calçada como lenha, são usadas como banco pelos pedestres. Em defesa de uma cidade mais verde, moradores de bairros da Região Nordeste de Belo Horizonte afirmam que a situação é temporária, pois a pressão da comunidade é pelo plantio de pelo menos 1 mil árvores na área onde será construído o corredor para o transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês).

A iniciativa é apenas uma das reações de grupos de cidadãos que não aceitam que o progresso atropele o meio ambiente. Só este ano, conforme o Estado de Minas mostrou na edição dessa segunda-feira, BH perdeu 11.322 árvores apenas nas ruas e avenidas da cidade. Mais de 10% desse desmatamento têm relação com as obras da Copa do Mundo de 2014, com a derrubada de 650 espécimes no estádio do Mineirão e 499 na Cristiano Machado, onde haverá o BRT, sistema de transporte que promete tirar 800 ônibus de circulação no Centro da cidade.

O presidente da Associação Comunitária dos bairros Nova Floresta e Silveira, ambos na Região Nordeste e no entorno da Cristiano Machado, Ronaldo Pereira da Costa, conta que o corte das árvores ocorreu com o conhecimento da comunidade. No entanto, o líder comunitário afirma que os moradores estão em contato direto com a prefeitura e exigem a recomposição do verde na avenida, ainda mais árida com a retirada de parte da cobertura vegetal.

“Quando vemos tudo cortado, a impressão imediata é de uma perda grande, mas sabemos que o trabalho que está sendo feito na Cristiano Machado é importante. Em contrapartida, queremos o plantio de duas vezes mais árvores para recompor a beleza natural e o meio ambiente”, afirma Ronaldo. Mas, de acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, o projeto paisagístico do BRT da Cristiano Machado ainda está em desenvolvimento e não é possível adiantar o número de árvores a serem plantadas.

Mudas

Especialistas não concordam com a substituição de árvores adultas por mudas. De acordo com o biólogo Sérvio Pontes Ribeiro, professor de ecologia e evolução da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), o índice de plantas que germinam e se tornam adultas, em condições naturais, é inferior a 10%. “Na cidade, ainda há muita depredação”, afirma. O controle de mortalidade de mudas plantadas em vias públicas é feito pelas nove regionais. A maior delas, a Centro-Sul, não conta com o índice de morte consolidado, mas admite que há muito vandalismo e que a reposição das mudas faz parte da rotina.

Segundo o gerente de Autorizações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sérgio André de Souza Oliveira, apesar de não haver levantamento geral sobre as mudas que se tornam árvores, a tendência é que o sucesso do plantio aumente consideravelmente, por causa da Deliberação Normativa 69, que estabelece normas para o plantio de árvores em ruas e avenidas de BH. “Antes, as mudas tinham 1,8m e eram dispostas em sacos plásticos. Agora, as mudas têm que ter, no mínimo, 2,5m, são plantadas em vasos de 60 litros. Com essa mudança, esperamos reduzir a depredação e chegar a um índice de perda de 2%”, diz.

Ele também sustenta que, no caso da licitação para o plantio de 54 mil mudas na cidade até a Copa’2014, o aproveitamento do plantio será de 100%, pois a “pega” da muda é um dos itens previstos no contrato. “Em caso de morte, a própria empresa terá que repor”, completa.

Comunidade Verde


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