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Estado de Minas

Queda no consumo de bebida alcoólica pode refletir na conta de restaurantes

Consumidor que não ingere álcool corre risco de sofrer consequências do maior rigor da Lei Seca, porque restaurantes já pensam em aumentar preços de pratos para compensar perdas


postado em 11/11/2011 06:00 / atualizado em 11/11/2011 10:04

Você só toma refrigerante ou suco e gosta de comer fora? Então use mais o fogão de casa ou se prepare para gastar mais com jantares, tira-gostos e almoços em bares e restaurantes de Belo Horizonte. O maior rigor da Lei Seca, cujo projeto já foi aprovado no Senado e está em discussão na Câmara dos Deputados, pode atingir não apenas os apreciadores de quantidades mais expressivas de cerveja, vinho ou uísque, que tendem a reduzir o consumo de álcool com a aprovação da nova lei. Ao lucrar menos, os empresários do setor tendem a aumentar o preço dos pratos para compensar o que vão perder com as vendas de bebidas, prejudicando também os adeptos da mesa mais seca, segundo o presidente da seção Minas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Fernando Júnior. Ele também admite que podem ocorrer demissões no setor.

O aperto da lei contra o uso de álcool por quem dirige foi aprovado na quarta-feira no Senado. O texto prevê que qualquer quantidade da substância seja passível de punição, que pode chegar até a 16 anos de prisão. A nova legislação prevê ainda que a prova de embriaguez seja feita por câmeras de vídeo ou testemunhas, além do bafômetro. O texto, portanto, anula a velha estratégia de se recusar a soprar o aparelho alegando, conforme prevê a legislação, que ninguém é obrigado a fornecer provas contra si.

De acordo com Fernando Júnior, compensar em um produto ou serviço a perda de receita registrada com outro ou dispensar funcionários é estratégia comum no comércio em momentos de retração. “O mercado vai se adaptando”, diz o presidente da Abrasel no estado. O dirigente afirma ser a favor de que ninguém beba antes de dirigir, mas reclama da falta de infraestrutura na cidade para que os consumidores possam deixar o carro em casa e usar o transporte público. “Onde está o metrô? Os ônibus prestam um bom serviço? Quem quiser beber tem dificuldade até mesmo para pegar um táxi em Belo Horizonte”, reclama.

O setor de bares e restaurantes de Belo Horizonte reúne cerca de 12 mil estabelecimentos, fatura R$ 2,5 bilhões por ano e tem 72 mil funcionários. Para o presidente da Abrasel, caso a nova lei entre em vigor sua aplicação dependerá da fiscalização que será realizada na cidade. “A questão não é apenas a lei, mas a fiscalização e a conscientização de que não se pode beber e dirigir”, diz Fernando.

Tolerância zero

Para presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte, o endurecimento da legislação é um caminho natural que o Congresso Nacional já deveria ter seguido. “A Lei Seca é para ser obedecida e, na prática, não há diferença se o motorista consumiu menos ou mais de 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido. Deve ser mantida a tolerância zero”

Segundo ele, o projeto de lei em tramitação na Câmara pode contrariar alguns setores, que alegam a inconstitucionalidade da proposta, mas beneficia a sociedade, pelo seu caráter humanitário. “A matéria visa à redução do número de acidentes. E a questão deveria ir além, discutindo também a ampla divulgação do consumo de bebida na mídia. Não existe a máxima de ‘beba com moderação’. Quem bebe um copo de cerveja não para em apenas um”, avalia.

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