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Estado de Minas

Uma cidade inteira dedicada à solidariedade

Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, atende mais de 4 mil crianças e adolescentes


postado em 03/09/2011 06:00 / atualizado em 03/09/2011 07:04

Instituição tem 70 cursos profissionalizantes e serve 3.680 refeições diariamente na sede em Ribeirão das Neves, na região metropolitana(foto: LUIZ RIBEIRO/EM/D.A PRESS)
Instituição tem 70 cursos profissionalizantes e serve 3.680 refeições diariamente na sede em Ribeirão das Neves, na região metropolitana (foto: LUIZ RIBEIRO/EM/D.A PRESS)

Quem visita o local pela primeira vez tem a impressão de estar chegando à sede de um município, diante das ruas, escolas, padaria, cinema, praça de esportes, campo de futebol e uma igreja para 2,5 mil pessoas sentadas, dedicada a Nossa Senhora Imaculada Conceição. Não tem prefeitura, servidores ou cobrança de impostos. Pelo contrário, é dedicada somente à solidariedade. Este é o perfil do projeto social Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo, que atende 4.360 crianças e adolescentes em Ribeirão das Neves, na Grande BH.


Funcionam na entidade mais de 70 cursos profissionalizantes para cerca de 2,8 mil crianças e adolescentes, atendidos nos sistemas de internato e semi-internato. A “cidade” conta ainda com escola de ensino fundamental e médio frequentada por 1.560 alunos, que têm assistência médica, odontológica e acompanhamento psicológico e atividades esportivas e culturais gratuitamente.

O projeto é administrado pela Associação de Promoção Humana Divina Providência. Os internos também colaboram com a manutenção, pagando valor simbólico de R$ 15 por mês. Segundo o superintendente da instituição, Celso Paulino Fernandes, a “cidade” é custeada com o patrocínio de cerca de 200 empresas, que adotam os assistidos. É pago um salário por mês para cada criança. “Mas há empresa que adota até 16 crianças”, diz. Ele lembra que, além das empresas, o projeto conta com contribuições de cerca de 700 pessoas físicas que contribuem com valores que variam de R$ 10 a um salário mínimo mensalmente – as doações podem ser deduzidas no Imposto de Renda – até 6% do valor devido. “As pessoas comuns contribuem pouco, individualmente, mas como são em número alto,  as doações ajudam muito”, diz.

A partir de parceria entre poder público e iniciativa privada, está sendo articulada a criação de uma unidade do projeto em Montes Claros, visando o atendimento a 500 crianças e adolescentes. A casa assistencial será erguida no Conjunto Village do Lago. O terreno já foi doado pela prefeitura. As obras ficarão por conta da comunidade. Para isso, foi iniciada campanha junto a empresas locais para doação de material de construção.

“Para garantir a disciplina, desenvolvemos um trabalho de acompanhamento e conscientização das crianças e adolescentes, que são orientados sobre as boas maneiras de comportamento”, explica o secretário-geral da “cidade”, Antônio Aguiar de Resende. Ele lembra que, nos fins de semana, todos os assistidos – semi-internos e internos – são liberados para visitar suas famílias. “A liberação também visa possibilitar que eles  não percam vínculo com suas famílias”, ressalta.

Cursos superiores a partir de 2012

A “cidade” foi construída num terreno de 510 mil metros quadrados, no bairro Santa Paula, na Região Central de Neves. Mas, ao todo, o projeto abrange 1,47 milhão de metros quadrados (o equivalente a 1.470 campos de futebol), pois inclui fazenda-escola, de 96 hectares, perto da sede da instituição. A partir de 2012, o projeto será ampliado com cursos superiores. O primeiro a ser implantado será o de sistemas de informação. Os cursos incluem comércio, indústria e prestação de serviços.

“Além da preparação para o mercado de trabalho, queremos que nossos alunos tenham formação moral”, informa o presidente da Associação da Divina Providência, Jairo Azevedo. Na parede do ginásio da “cidade”, onde os alunos aprendem aulas de judô, uma frase ensina: “Lutar, sempre; vencer, talvez; desistir, nunca”.

E “desistir nunca’ é o refrão empregado por Edson Junior do Nascimento, de 16 anos, cujo pai é faxineiro e a mãe, doméstica. Natural de Contagem, Edson iniciou há seis meses o curso de torneiro mecânico. “Estou aqui para me tornar um futuro cidadão. Quero ser alguém na vida e ajudar minha família”, afirma o aluno. É o mesmo pensamento de Itamar Vitor dos Santos, de 14, natural de Betim, que faz o curso de chocolateiro.
 


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