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Estado de Minas

Veja como foi a viagem das novas companheiras do gorila Idi Amin de Londres para BH


postado em 29/08/2011 06:29 / atualizado em 29/08/2011 07:17

Já em BH, Kifta se adapta ao novo lar. Ela nasceu na Inglaterra, tem 11 anos e pesa 100 quilos(foto: Herlandes Tinoco/Divulgacso )
Já em BH, Kifta se adapta ao novo lar. Ela nasceu na Inglaterra, tem 11 anos e pesa 100 quilos (foto: Herlandes Tinoco/Divulgacso )
Elas moravam no mesmo lugar e nem se conheciam. Mas como questões de afinidade não se discutem, simplesmente acontecem, lá estão Imbi e Kifta juntas, agora amigas e companheiras. As gorilas são as mais recentes moradoras do zoológico de Belo Horizonte e vieram da Inglaterra em uma operação especial para tentar reproduzir-se com o solitário Idi Amin e não deixar a espécie extinguir. A correria para o embarque rumo ao Brasil começou 48 horas antes, quando elas ainda viviam na paz e tranquilidade do zoo de Howletts. Papéis entre os ministérios da Agricultura brasileiro e britânico tramitavam para atestar que as gorilas estavam livres de doenças como ébola, sarampo, tuberculose e febre amarela. Inúmeros exames foram feitos para que, em solo brasileiro, se tivesse a certeza de que elas não são portadoras de enfermidades infectocontagiosas. Só assim elas poderiam fazer a viagem.

Um dia antes, a novidade da casa nova começou a chegar até as gorilas. Elas precisaram ser sedadas para, com antecedência, ser colocadas dentro das caixas onde fariam o percurso. O procedimento, se feito imediatamente antes da partida, ganha riscos altos por causa da possibilidade de efeitos colaterais. De repente, elas se viram longe dos bons ares da natureza para ficar trancafiadas. No dia 18, uma quinta-feira, Imbi e Kifta se despediram da família e dos amigos do zoológico e seguiram para o aeroporto de Heathrow, onde precisaram chegar quatro horas antes do embarque, previsto para às 13h15, no horário de Londres (10h15 no horário de Brasília). A todo momento elas foram acompanhadas pela tratadora da Fundação Aspinall, Lorna Wanless. A entidade conservacionista mantém dois parques de animais no Reino Unido e áreas de preservação no Congo e no Gabão e foi a responsável por repassar as gorilas ao zoo da capital mineira.

Mudança

Todos os passos precisam ser tão planejados que até a escolha da companhia aérea pode pesar nesse tipo de viagem. Inicialmente, Imbi e Kifta embarcariam em Londres com destino a Lisboa e depois viriam diretamente para Belo Horizonte. Mas a rota precisou ser alterada por causa de mudanças no horário do voo entre a capital inglesa e a portuguesa, que daria apenas 40 minutos para trocar as duas gorilas de avião com toda a cautela necessária. Tempo insuficiente. O jeito, então, foi refazer o trajeto, que desta vez foi do aeroporto de Londres direto para o Rio de Janeiro, onde chegaram já à noite, às 20h55 (horário de Brasília).

Em território brasileiro, mais cuidados. Um veterinário da Vigilância Sanitária entrou no avião para conferir a assinatura da documentação original, antes que elas pudessem desembarcar. Se algo estivesse fora de conformidade, lá se iam os esforços e elas não poderiam sequer deixar a aeronave. Além de quesitos sanitários, todas as licenças ambientais foram avaliadas ainda no aeroporto, incluindo a emissão de certificados de exportação do país europeu e de importação por parte do Brasil. Com tudo aprovado, por volta de 1h elas saíram do Rio em um caminhão rumo a Belo Horizonte. Na capital mineira, elas chegaram às 8h do dia 19, e foram direto para a casa nova, a grande área verde na Pampulha.

Agora, em período de adaptação na capital mineira para só depois começarem o relacionamento com Idi Amin, a Fundação Zoobotânica deverá enviar relatórios semestrais sobre a situação de cada uma à Fundação Aspinall, e anuais ao zoo inglês. Desse casamento arranjado é esperado que nasçam filhotes. Segundo Lorna Wanless, o cruzamento pode ocorrer muito rapidamente ou demorar um tempo. A possibilidade de inseminação artificial, caso algo não saia como o planejado, ainda não está sendo cogitada. “É possível, mas ainda não pensamos nisso. O trabalho na fundação prima para que todos os processos ocorram de forma natural”, afirma Lorna.

Na manhã do dia 19, as gorilas chegam à capital mineira e vão direto para o zoológico(foto: Herlandes Tinoco/Divulgacao)
Na manhã do dia 19, as gorilas chegam à capital mineira e vão direto para o zoológico (foto: Herlandes Tinoco/Divulgacao)


Personagem da notícia - Apaixonada por bichos
Lorna Wanless - tratadora de gorilas da Fundação Aspinall


Lorna estudou na Inglaterra até o equivalente ao ensino médio brasileiro e tem formação prática, adquirida durante 10 anos de atuação na área. Ela trabalha no Parque de Animais Silvestres de Hawletts desde 1999. Antes desse emprego, se dedicava ao treinamento de cães para pessoas com deficiência. Quando começou a trabalhar com os primatas, cuidava apenas de bebês gorilas, depois assumiu outras funções até tratar deles já maiores, como Imbi e Kifta, que têm 11 anos. “É um privilégio e um desafio trabalhar com eles, pois são animais muito sensíveis”, diz.


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