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Estado de Minas

Sindicato quer aumento do preço dos táxis especiais


postado em 23/08/2011 06:21 / atualizado em 23/08/2011 07:50

Os táxis especiais na cor preta podem circular em Belo Horizonte deste ontem. Embora o prefeito Marcio Lacerda (PSB) tenha garantido que as tarifas cobradas serão as mesmas que as dos táxis convencionais (brancos) – hoje a bandeirada é de R$ 3,40; bandeira 1 de R$ 2,10 e bandeira 2 de R$ 2,52 – o presidente do Sindicato dos Taxistas (Sincavir), Dirceu Efigênio Reis, adianta que a categoria vai reivindicar uma tarifa maior para os especiais devido aos altos custos que os donos terão.

O táxi especial se diferencia do convencional por ter ar-condicionado, airbag duplo, freio ABS (sistema de frenagem antitravamento), porta-malas com capacidade mínima de 400 litros, tipo carroceria sedã, e com no máximo três anos de fabricação. “Certamente, depois da implantação de todo esse sistema vamos ter de rever isso junto ao órgão gerenciador, pois é um veículo com um custo muito mais alto, como o gerenciamento por GPS, e tudo isso demanda mais despesas para os taxistas”, reforçou o presidente do Sincavir.

Veículos nas cores cinza, prata e preta também podem ser usados como táxis, desde que envelopados em branco. O taxista Pedro Augusto Melo, de 41 anos, está animado com as mudanças e pretende envelopar seu Linea na cor preta, para ser especial. “Comprei um carro top de linha, branco, com tudo que um táxi especial precisa. Tem air-bag duplo, ar-condicionado e até banco de couro. Com um táxi especial vou atrair mais passageiros”, acredita. Segundo ele, desde que adquiriu um carro melhor, as pessoas telefonam diretamente para ele quando precisam de transporte. “Comprei o carro também porque gosto de trabalhar com mais conforto e segurança. Comecei com um Uno”, disse. O novo carro custava R$ 65 mil, mas com os descontos dadospela fabricante à categoria o preço caiu para R$ 48,4 mil.

Cores

A previsão da prefeitura é de 300 táxis especiais na capital, mas não significa aumento da frota, de 5.998 veículos. Motoristas já licenciados terão de adquirir um carro melhor para mudar de categoria. Quem mudar a cor para preta, ou comprar um carro prata, cinza ou preto e quiser envelopar na cor branca, deve mudar a documentação no Detran-MG e constará a cor fantasia. Os táxis brancos continuarão circulando, mas com um logotipo turístico de Belo Horizonte na porta, como a Igrejinha da Pampulha, assim como os táxis-lotação.

Segundo o prefeito, que fez o anúncio das mudanças na VI Feira do Táxi de BH, no sindicato da categoria, a população terá direito a escolher um táxi mais confortável e com opções de serviço. “Também atendemos uma reivindicação dos taxistas de que os carros brancos têm baixo valor de revenda em Belo Horizonte e que precisam vender em outros estados para conseguir bom preço. Então, estamos autorizando que carros de outras cores recebam um envelopamento branco e, com isso, os taxistas conseguirão melhores preços de revenda”, disse Marcio Lacerda.

Licitação

O prefeito Marcio Lacerda não se manifestou sobre o andamento de uma ação movida pelo Ministério Público exigindo licitação da frota total de táxi e aumento do número de veículos. “Isso envolve muitas questões complexas”, disse Marcio Lacerda. “Estamos em negociação constante com o Ministério Público junto com o governo do estado. Essa negociação tem avançado e é possível que nas próximas semanas teremos novidades em relação a isso”, acrescentou o prefeito. “No máximo, em 30 dias haverá a definição de quantos veículos a mais teremos”, disse.

O prefeito adiantou que foi feito um estudo comparando o tamanho da frota de táxi de Belo Horizonte com a de outras capitais, em relação ao número de habitantes. “Naturalmente, esse é um dado importante, mas não estamos mal nessa comparação. Precisamos ver se os táxis existentes estão à disposição da população em número mínimo de horas por dia. Então, teremos esse aumento e uma licitação para mais táxis, mas é preciso que haja um acordo com o Ministério Público que já está bastante avançado”, informou o prefeito.

Hoje, a Câmara Municipal fará audiência pública para discutir sobre a licitação. O vereador Joel Moreira Filho (PTC), responsável pela convocação da audiência da Comissão de Desenvolvimento Econômico e Sistema Viário, informou que o debate é importante para a capital porque os novos táxis poderão ajudar a diminuir o volume de veículos particulares nas ruas. “Estão faltando táxi, por isso queremos debater vários temas como a cessão de placas para novos taxistas e a ampliação de licenças para auxiliares, pois muitos motoristas que possuem as placas rodam em apenas um horário”, destacou o vereador.

O promotor responsável pela ação, Leonardo Barbabela, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, preferiu não comentar o caso. Informou, por meio da assessoria de imprensa do Ministério Público, que está fazendo reuniões a respeito. Dentro de 10 dias, segundo ele, poderá haver novas informações, não necessariamente a conclusão do estudo.

Demanda é localizada, diz sindicato

O presidente do Sindicato dos Taxistas, Dirceu Efigênio Reis, disse que hoje a demanda de táxi em Belo Horizonte é localizada. “Falta táxi basicamente na Região Centro-Sul, onde os moradores têm um poder aquisitivo melhor, onde há muitas obras e maior concentração de pessoas. Agora, eu não diria que há falta de táxi em Belo Horizonte”, afirmou.

Segundo ele, há uma série de fatores para essa sensação de falta de táxi. “Uma delas é a questão do trânsito congestionado. Outra é a tarifa. Estamos trabalhando com a tarifa de janeiro de 2010. Se um taxista pega três pessoas no Sion para levar à Savassi (na Região Centro-Sul), é mais barato do que ônibus. Então, é questão apenas de adequação do próprio sistema de táxi”, disse Dirceu.

Ainda de acordo com o presidente do Sincavir, não há necessidade de aumento da frota de táxi em função da Copa do Mundo. “Vamos ter apenas três jogos em Belo Horizonte. Temos que ter sustentabilidade com a Copa do Mundo. Se colocarmos hoje mil táxi na cidade, como é que vamos ficar depois, com a frota sucateada e motoristas despreparados? Não é o que acontece hoje. Temos uma frota com idade média de dois anos e motoristas com cursos”, afirmou.


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