(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Comerciantes da Savassi vão fechar as portas em protesto contra lentidão de obras

Donos de lojas da região alegam prejuízos e cobram da prefeitura o cronograma das obras


postado em 03/08/2011 16:54 / atualizado em 03/08/2011 19:02

A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura afirma que o cronograma das obras de revitalização da Savassi está rigorosamente em dia(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura afirma que o cronograma das obras de revitalização da Savassi está rigorosamente em dia (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)


A partir das 11h da manhã de quinta-feira, quem passar pela Savassi pode encontrar as portas do comércio fechadas. A expectativa do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) é de uma grande adesão dos comerciantes da área ao protesto previsto para acontecer no cruzamento das avenidas Cristóvão Colombo e Getúlio Vargas. O motivo é a lentidão das obras de revitalização do espaço.

De acordo com o presidente do Sindilojas-BH, Nadim Donato, o Movimento pela Agilização das Obras na Savassi (MAOS) pretende chamar a atenção da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para a situação dos lojistas da região, que reclamam dos prejuízos causados pelo ritmo arrastado dos trabalhos. “A maioria dos lojistas sofreram até 90% de queda da receita porque a prefeitura está executando a obra do jeito que quer, e isso vai se estender por mais um ano. A PBH prometeu trabalhar por etapas, primeiro a Rua Pernambuco, depois a Avenida Cristóvão Colombo, mas agora toda a região está em obras ao mesmo tempo. Não somos contra a revitalização da Savassi, mas queremos agilidade e respeito aos comerciantes”, explica.

Demissões

Fábio Soares Campos se considera “no olho do furacão” de transtornos da Savassi. Proprietário da Livraria e Café Travessa, na tradicional Praça Diogo de Vasconcelos, ele reclama da queda de 80% dos clientes. “Dependemos das pessoas que frequentam a praça e o barulho afastou os clientes, ninguém vem almoçar aqui. Precisei demitir quatro funcionários por causa da queda do movimento. Pelo menos umas 20 lojas fecharam desde o início das obras. Os músicos que tocavam de segunda a sábado estão desesperados. Eles viviam das apresentações aqui e sempre voltam para saber a situação das obras porque não tem outro espaço”, lamenta o comerciante, que recentemente adquiriu a Livraria Mineiriana, que também tem sofrido com a queda do movimento.

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana, José Alves Paixão, está preocupado com o número de trabalhadores que foram demitidos de lojas da Savassi. Segundo ele, desde que começaram as obras, 15 pessoas de lojas diferentes já o procuraram, número considerado grande por ele. “Normalmente, um ou dois funcionários me procuram. Mas quando aparece um número como esse, é preocupante”, afirma. Para o presidente, as lojas não estão vendendo e, consequentemente, pagar o salário dos trabalhadores. “Os patrões não têm dinheiro para pagar os vendedores. Esses funcionários me procuraram e disseram que não conseguem mais pagar as contas de luz e água e não têm dinheiro nem para fazer a feira”, conta.

Durante a manifestação de quinta-feira, os lojistas pretendem cobrar da PBH o calendário das obras.”Queremos um cronograma para não quebrar os comerciantes. Porque se isso acontecer, será que a prefeitura vai contratar a gente?”, indaga Paixão. Se não tiverem êxito, os manifestantes pretendem até acionar a Justiça. “Se ficar comprovado que a perda foi pelas obras, vamos atrás do nosso ressarcimento”, explica o presidente.

Cronograma em dia


Os comerciantes atribuem a suposta lentidão das obras ao ritmo de trabalho dos funcionários. Segundo o Sindilojas-BH, o expediente dos operários termina as 17h, sem trabalho aos sábados e domingos. Conforme o presidente do sindicato, a prefeitura teria atribuído o problema à falta de mão-de-obra e até de materiais, como cimento. Os lojistas também reclamam do entulho espalhado pelas ruas, o fechamento do trânsito aos pedestres em alguns trechos e a dificuldade de estacionamento.

Em nota, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura informou que o cronograma das obras de revitalização da Savassi está rigorosamente em dia e que “o número de operários é condizente com a programação do empreendimento”. A jornada de trabalho dos funcionários, segundo a Secretaria, é definida pela contratante. A PBH informou também que já pediu à empresa executora o aumento do efetivo necessário para manter o local limpo. Ainda em nota, a Secretaria informou que a comunidade da região pode fazer críticas ou sugestões sobre as obras na Savassi pelo telefone 3277-8139 ou pelo e-mail obras@pbh.gov.br.

Confira o andamento das obras


Andamento das obras de requalificação da Praça da Savassi – 3 de agosto de 2011
No momento estão em execução: Rua Pernambuco (entre Praça e Rua Fernandes Tourinho): finalização da concretagem dos passeios, início da execução da calçada portuguesa e limpeza; Rua Pernambuco (entre Praça e Rua Tomé de Souza): execução da calçada portuguesa, execução de cordão de concreto para colocação de jardins e limpeza; Rua Antônio de Albuquerque (entre Praça e Rua Alagoas): concretagem de passeios e limpeza; Implantação do canteiro de obras na Avenida Getúlio Vargas.

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)





receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)