
Na quinta-feira, as primeiras hipóteses levantadas pelo embaixador do Brasil em Lima, Carlos Alfredo Lazary Teixeira, eram as de que os dois poderiam ter morrido por hipotermia ou em razão da altitude. Nessa quinta-feira, os exames cadavéricos não foram conclusivos, mas confirmaram que os corpos não apresentavam sinais de violência. Amostras de sangue e tecidos foram coletadas para serem analisadas em laboratório. Apesar do exame, familiares disseram suspeitar de assassinato. “Estou indignada com as respostas do embaixador porque ele joga no lixo toda a experiência de trabalho do meu pai. As nossas famílias não acreditam nesta versão de que eles podem ter se perdido na mata ou morrido por causa da altitude ou hipotermia”, disse Júlia Guedes, de 30 anos, filha de Mário Guedes.
Nessa quinta-feira, uma rádio peruana noticiou que a população rural foi contrária à construção da hidrelétrica em enquete recente e levantou a possibilidade de que camponeses dos povoados de Cococho e Campo Redondo, na região de Cajamara, pudessem ter abordado o engenheiro e o geólogo. O Itamaraty reafirmou que não há indícios de que os dois brasileiros tenham sido atacados, já que os exames cadavéricos não constataram nenhum ferimento ou marca de violência. A filha de Mário Guedes, no entanto, diz acreditar em assassinato. “Que eles foram assassinados, não temos dúvidas. Sentimos que existe alguma coisa por trás disso e queremos saber. Meu pai sempre dizia para mim e meu irmão que, caso ele se perdesse na mata, era para esperar por socorro parado. Por que ele andaria em direção oposta à trilha?”, pergunta.

