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Estado de Minas

Teatro é salvo da decadência em Santa Luzia


postado em 07/06/2011 06:00 / atualizado em 07/06/2011 06:27

Arquiteta Daniele Bretas estuda projeto para revitalizar espaço em Santa Luzia, em estado de abandono: degradação física e artística(foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
Arquiteta Daniele Bretas estuda projeto para revitalizar espaço em Santa Luzia, em estado de abandono: degradação física e artística (foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)


Depois de quase duas décadas em completo estado de abandono, tomado pelos morcegos, mofo, piolhos, traças e degradação física e artística, o Teatro Municipal Antônio Roberto de Almeida, de Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, recebe autorização do Ministério da Cultura (MinC) para que sejam captados recursos de R$ 2,9 milhões. O valor, que ainda não é suficiente para toda a obra, será empregado na reforma, ampliação e adaptação do prédio localizado na Rua Direita, no Centro Histórico. “Só poderemos aproveitar 10% da construção atual, a situação é de muita deterioração. O resto será demolido”, informa a arquiteta Daniele Groenne Bretas, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

As palavras da arquiteta ganham mais sentido quando se entra no teatro, dono de uma longa história iniciada no século 19. Do teto, desprendem placas de gesso, do piso de concreto emergem os pregos que prendiam as cadeiras, de buracos na parede caem cipós e nos camarins há um amontoado de lixo. Uma das cenas mais impressionantes pode ser vista na entrada para o palco, onde as raízes de uma árvore tomaram conta e se avolumam sobre o piso. “Meu sonho é ter o teatro restaurado, com cultura para o nosso povo. Gostaria de ver uma peça com Fernanda Montenegro, a ‘mãe” de todas as atrizes dos nossos palcos”, diz Ari Leal Filho, de 57 anos, funcionário da prefeitura há 35. Sentado numa das poucas cadeiras que restaram, ele lembra dias de glória na década de 1980, quando ali trabalhou. “Quero ver tudo de novo”, afirma Ari, certo de que agora será possível recuperar o imóvel de propriedade da prefeitura, tombado pelo município e situado no perímetro protegido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).

Luta para recuperação

A luta para recuperar o teatro começou há seis anos, quando a então secretária municipal de Cultura e Turismo de Santa Luzia, Maria Goretti Gabrich Fonseca Freire Ramos, encomendou o projeto de restauração do teatro e o encaminhou ao MinC, para garantir recursos via Lei Rouanet. Como proponente do projeto, está a Associação Pró-Cultura do Palácio das Artes (APA), cuja direção se reúne, na tarde de hoje, em Santa Luzia, com autoridades municipais para tratar da condução do projeto. Em 2006, na época de apresentação do projeto ao MinC, o valor solicitado para a obra era de R$ 4,9 milhões. De acordo com informações da municipalidade, tudo será feito para obter o restante da verba.

Com 500 metros quadrados de área construída, o novo teatro terá lugar para 315 poltronas, com estimativa de público anual de 100 mil pessoas. A fachada em estilo neocolonial, feita no fim da década de 1970, será mantida, informa Daniele. A arquiteta diz que, além da parte arquitetônica, o teatro será contemplado com projetos cenotécnico, elétrico, hidrossanitário, sonorização, multimídia, prevenção de combate a incêndio e estrutural. A acessibilidade também está garantida com rampas e espaço para pessoas com mobilidade limitada. Outro problema sério da casa também vai ganhar uma solução, já que está programado um sistema de ar-condicionado central.

De acordo com as pesquisas, o teatro foi erguido no início do século 19 pelos barões de Santa Luzia, Manuel Ribeiro Viana e Maria Alexandria de Almeida, quase em frente ao sobrado em que residiam. A construção do prédio tinha um motivo mais do que nobre: as comemorações do aniversário natalício e de coração do imperador dom Pedro I (1798-1834), em 12 de outubro de 1825.


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