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Estado de Minas

Mulheres pedreiras: mais preparadas e cuidadosas


06/05/2011 06:00 - atualizado 06/05/2011 06:20

Pedreiras, Vanusa Russis e Nilda dos Anjos venceram obstáculos para chegar ao canteiro de obras
Pedreiras, Vanusa Russis e Nilda dos Anjos venceram obstáculos para chegar ao canteiro de obras (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)


Ambiente totalmente masculino, a construção civil tem inovado e contratado cada vez mais pedreiras. Em Belo Horizonte, a iniciativa despontou no programa Elas na Obra, promovido desde 2009 pela construtora Caparaó. As mulheres atuam na área de acabamento, marmoraria, reajuntamento e colocam literalmente a mão na massa. Vanusa Russis, de 32 anos, era apenas dona de casa havia dois anos e por curiosidade resolver ingressar num canteiro de obras. O marido estranhou um pouco no início e ela chegou a ouvir alguns comentários maldosos de colegas de trabalho. Mas o comprometimento com a profissão acabou se sobrepondo aos obstáculos. “É o que quero seguir mesmo. Gosto realmente do que faço e não deixo de ser menos feminina por isso”, comenta Vanusa, que vai toda maquiada e perfumada para a construção.

Já a colega Nilda Miguel dos Anjos, de 39, sempre trabalhou em obras, mas antes só em serviços gerais. Fez um curso especializado e conta com o apoio incondicional dos filhos. “Eles acham o máximo. Mas já há gente que olhou desconfiada e chegou a duvidar de que sou pedreira. Já tive até de mostrar o contracheque para provar. As mulheres estão dominando tudo. Não me imagino trabalhando em outro lugar”, enfatiza.

Os companheiros de serviço, os pedreiros Valdez Almeida, de 36 anos, e Fábio Henrique, de 29, no começo estranharam a presença feminina no canteiro de obras, mas no decorrer do convívio não sentiram muita diferença na execução do trabalho. “Acho que elas são até mais cuidadosas”, comenta Fábio. “Pode ser até que a gente aprenda alguma coisa com elas também”, sugere Valdez.

Acostumada a trabalhar com homens, a empresária Ana Cristina Schuchter, de 41 anos, é proprietária de uma revendedora de pneus na capital e conta que sempre teve um domínio total dos empregados e até dos clientes. “A aceitação é muito bacana. Acho que o povo de BH é muito evoluído e aberto para isso. Nunca tive problemas pelo fato de ser mulher e trabalhar em um ambiente profissional bem masculino”, diz. Para Ana Cristina, as mulheres têm alguns diferenciais importantes, como o fato de serem mais organizadas e comprometidas, porém, falta avançar em outros pontos. “A relação mulher com mulher, ainda mais profissionalmente, é um pouco complicada. Quando se superar isso e passar a compartilhar mais ideias, todos só têm a ganhar. As mulheres devem se unir”, frisa.


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