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Estado de Minas ALERTA EM MINAS

Mudança climática ajuda avanço da conjuntivite em BH


postado em 05/04/2011 06:00 / atualizado em 05/04/2011 06:58

Olhos atentos – e bem abertos – para as ameaças à saúde que chegaram com os ares do outono. A nova estação trouxe a Belo Horizonte um surto de conjuntivite, que já fez dobrar a procura por atendimento na clínica especializada da Santa Casa, no Bairro Santa Efigênia, na capital. Das 100 consultas oftalmológicas diárias, metade se refere à doença, quando em dias normais gira em torno de 30%, informa o preceptor de urgência da instituição, o oftalmologista André Batista Ferreira. Em março, foram notificados 1.380 casos em Minas, sendo 530 na Grande BH. A chegada da dengue tipo 4 em São José do Rio Preto (SP) deixou autoridades mineiras em vigilância.

A doença é a inflamação da mucosa que, junto com a lágrima, protege o olho contra poeira, agressões do meio ambiente e outros fatores. Há vários tipos, entre elas viral, bacteriana, alérgica, química e tóxica – os casos mais comuns, como ocorre agora, são causados pelo adenovírus (veja quadro). “Com a mudança climática, dias mais frios e ainda chuvosos, a tendência de as pessoas ficarem mais próximas, em ônibus fechados e em casa, há maior contaminação”, explica André, destacando que o fundamental para evitar a doença é lavar bem as mãos.

O médico orienta para evitar a contaminação, que deixa os olhos muito vermelhos, lacrimejantes e com a sensação de que estão com areia. O período da doença pode chegar a 10 dias. “Em primeiro lugar, nunca fazer automedicação, devendo o paciente procurar um médico ao sintomas iniciais, a fim de se evitarem outras complicações”, esclarece. Outras medidas importantes para afastar o contágio são: nunca compartilhar roupas de cama, toalhas etc., não usar lentes de contato de outras pessoas e lenços de pano, preferindo os de papel e, portanto, descartáveis, jamais apelar para fórmulas caseiras, caso de água de arruda, leite materno e suco de limão, ou colírios sem receita médica. “O vírus não ‘pula’ de um olho para outro. É preciso haver contato entre as pessoas, daí a necessidade de medidas higiênicas”, destaca o oftalmologista.

Edna Gonçalves procurou socorro na Santa Casa, onde o médico André Ferreira recomenda evitar aglomerações(foto: Fotos: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
Edna Gonçalves procurou socorro na Santa Casa, onde o médico André Ferreira recomenda evitar aglomerações (foto: Fotos: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
Na tarde de segunda-feira, a auxiliar de serviços gerais Edna Gonçalves, moradora do Bairro Jardim Europa, na Região de Venda Nova, procurou a Clínica de Olhos da Santa Casa. “Os olhos estão ardendo muito, estou assim desde sábado”, conta Edna, casada e mãe de uma adolescente. Wallison Leandro, de 27, morador do Bairro Jardim Vitória, na Região Nordeste, teve que se ausentar da oficina mecânica onde trabalha. “Parece que o olho está cheio de areia. Lá em casa todo mundo está assim”, contou.

Higiene

Em março, foram notificados 1.380 casos de conjuntivite em Minas, sendo 530 na Região Metropolitana de Belo Horizonte; 177 em Varginha, no Sul; 303 em Ubá e 252 em Ponte Nova, ambos na Zona da Mata; e 98 em Barbacena, no Campo das Vertentes. Segundo a coordenadora de Oftalmologia Social da Secretaria de Estado da Saúde, Karen Brock, esta é a primeira vez que o levantamento é feito, já que a conjuntivite não é de notificação obrigatória. No ano passado, os casos da doença foram mínimos, diz a médica, já que a população reforçou as medidas de higiene em decorrência da circulação do vírus H1N1 causador da gripe suína. Karen afirma que as pessoas que estiverem com conjuntivite devem se afastar do serviço, pois, além da dificuldade de trabalhar, podem transmitir para os colegas por meio do teclado do computador, telefone e outros.

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