(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Dois homens que disputavam ponto de drogas na PPL brigam em boate no Lourdes


postado em 13/03/2011 07:18

Mais um bairro da Região Centro-Sul de Belo Horizonte clama por segurança pública. Depois das denúncias de moradores do Mangabeiras, aterrorizados pela bagunça generalizada na Praça do Papa, e do Funcionários, que convivem com a prostituição e o tráfico de drogas ao longo da Avenida Afonso Pena – onde um travesti foi assassinado na madrugada do dia 2 –, quem vive no Bairro de Lourdes está amedrontado com a violência. Por volta das 4h de ontem, dois homens que, segundo a Polícia Militar, disputam pontos de venda de drogas na Pedreira Prado Lopes (PPL), Noroeste da capital, brigaram dentro da boate Saga Seasons, na Rua da Bahia, 1.313. Colocados para fora, um deles, não identificado, deu vários tiros na direção do outro, conhecido pelo apelido de Batom.

Na madrugada de 8 de agosto de 2009, dois jovens foram protagonistas de uma briga na mesma boate, que terminou na morte de um deles, executado a tiros no segundo andar da casa noturna. Os disparos feitos ontem na porta da Saga Seasons não atingiram o “alvo”, mas um Gol vermelho de um dos funcionários do estabelecimento, que estava estacionado na Rua da Bahia. Morador e zelador de um prédio em frente à boate, Waldomiro Augusto Silva, de 73 anos, disse que ouviu pelo menos sete tiros. “Essa boate é um problema antigo. Além da gritaria de gente na fila e dos carros com som alto que passam na porta a madrugada inteira, há venda de droga e os frequentadores urinam e jogam restos de comida em frente à nossa garagem. Estamos com medo, pois os tiros de ontem poderiam acertar nossas janelas ou algum morador que estivesse chegando em casa”, disse.

Segundo a 4ª Companhia da PM, Batom é traficante conhecido na PPL e com passagem pela polícia. Ele e o autor dos disparos não foram localizados. Imagens de duas câmeras de monitoramento eletrônico instaladas na porta da Saga Seasons poderão ajudar a Polícia Civil a identificar os envolvidos no tiroteio. A ocorrência foi registrada na 1ª Delegacia Distrital, no Bairro Santo Antônio, também na Região Centro-Sul. A 4ª Companhia confirmou a existência dos problemas denunciados pelos vizinhos da boate. Após intervenção da polícia, junto com o Corpo de Bombeiros e a prefeitura, a casa noturna foi interditada em novembro de 2009, mas conseguiu alvará de funcionamento e reabriu as portas em março de 2010. “Na verdade, ela nunca deixou de funcionar”, afirmou Waldomiro Silva.

Depois de denúncias de perturbação feitas pelos moradores, a Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana da Câmara Municipal fez uma audiência pública, há um ano, com os proprietários da Saga Seasons, Wanderson Carlos Oliveira e Wendel Tadeu Jorge de Oliveira. Eles não foram encontrados na boate, na manhã de ontem. Uma funcionária informou não ter autorização para passar os contatos dos patrões. Na audiência pública, os empresários disseram ter assinado termo de ajustamento de conduta (TCE) com a prefeitura e o Ministério Público Estadual (MPE), se comprometendo a fazer a limpeza da rua e a colocar seguranças na porta para impedir que as pessoas saíssem da boate com latas de cerveja ou urinassem no entorno da casa noturna. Mas, segundo a 4ª Companhia da PM, os problemas continuaram.

Regular

Também na audiência na Câmara, a Gerência de Fiscalização e Controle Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente confirmou a reunião com os empresários e o MPE, mas ressaltou que não houve assinatura de termo, mas “entendimento entre as partes”. Todavia, foi expedido novo alvará de funcionamento para a boate, pois, de acordo com a gerência, a atividade é permitida na região e a casa passou por adequações, como tratamento acústico para acabar com os ruídos. A prefeitura informou ontem que a documentação da Saga Seasons está regular.

De acordo com o presidente da Associação dos Moradores do Bairro de Lourdes (Amalou), Jeferson Rios Domingues, a violência se espalhou pelo bairro, onde há grande concentração de bares e restaurantes, e os moradores vão cobrar reforço do policiamento e da fiscalização municipal. “Todo dia convivemos com o tráfico de drogas, brigas que resultam em quebradeiras e poluição sonora. Sabemos que 70% das pessoas que passam por Lourdes não são moradores e muitos não estão nem aí para o bairro.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)