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Estado de Minas

Namorada de jovem morto no Aglomerado da Serra desmaia antes de depor


postado em 22/02/2011 18:07 / atualizado em 22/02/2011 18:15

Ãngela Gléssica dos Santos, de 15 anos, passou mal duas vezes enquanto era ouvida pelo delegado Fernando Miranda(foto: Euler Junior/EM/D.A.Press)
Ãngela Gléssica dos Santos, de 15 anos, passou mal duas vezes enquanto era ouvida pelo delegado Fernando Miranda (foto: Euler Junior/EM/D.A.Press)
 

Cinco testemunhas começaram a ser ouvidas nesta terça-feira no inquérito que apura os dois homicídios cometidos por PMs no Aglomerado da Serra, no último fim de semana. Os irmãos Denilson e Jailson – pai e tio da vítima Jefferson Coelho da Silva, de 17, respectivamente, e irmãos da outra vítima Renilson Veriano das Silva, de 39 –, chegaram ao Departamento de Investigações (DI), no Bairro Lagoinha, Região Noroeste, acompanhados da namorada do adolescente assassinado, Ãngela Gléssica dos Santos, de 15, o pai dela, o vigilante Wagner José dos Santos, de 42, e um vizinho identificado por Ricardo. A adolescente desmaiou duas vezes enquanto aguardava para ser ouvida pelo delegado Fernando Miranda. Ela foi carregada inconsciente pelos policiais até ao Hospital Odilon Behrens, que fica próximo, onde foi atendida e liberada algum tempo depois.

O vigilante Wagner contou que sua filha está abalada com os crimes e não se alimenta desde domingo. "Ela e Jeferson eram colegas de escola e se conheciam há muito tempo. A dor da minha filha é muito grande e ela não consegue comer ou beber nada", disse o pai da garota.

Para Wagner, o depoimento da sua filha à polícia é importante para esclarecer que Jeferson era honesto e não se envolvia com o crime. "Ela estava com ele 20 minutos antes do crime. Os dois estavam conversando na Praça do Cardoso e ele disse que precisava ir dormir, pois trabalharia logo cedo como auxiliar de padeiro. Ela foi embora por uma rua e ele foi pela outra. Minhas filha se preparava para dormir quando escutou os tiros. Ficou com medo de subir na laje para ver o que estava acontecendo e só na manhã seguinte ficou sabendo que Jeferson tinha sido morto junto com o tio", disse Wagner. "Se minha filha ainda estivesse com eles, ela também poderia ser morta. Os policiais poderiam querer calar a boca dela também", disse.

Para o pai, a garota garantiu que as vítimas não carregavam fardas da PM, como alegaaram os suspeitos de cometer o crime. "Os policiais sobem o morro para extorquir dinheiro. Quando não saem com o dinheiro que estavam esperando, descarregam a fúria em inocentes. Eles não respeitam quem mora em aglomerado", reagiu o vigilante.

Os depoimentos de testemunhas são acompanhados pelos promotores de Justiça Joaquim Miranda, do Centro de Apoio Criminal, e Rodrigo Filgueiras, dos Direitos Humanos. O comandante do 39º Batalhão da PM de Contagem, coronel Rinaldo Azevedo, e o capitão Alvimar Cláudio, da mesma unidade, foram designados pela Corregedoria da PM para acompanhar o inquérito na Polícia Civil. Um inquérito militar também foi instaurado.


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