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Estado de Minas

Entulho nuclear de Caldas está na pauta da Assembleia


postado em 08/02/2011 07:17 / atualizado em 08/02/2011 07:23

Empresa mantém funcionários no local para monitorar radioatividade (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. Brasil)
Empresa mantém funcionários no local para monitorar radioatividade (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. Brasil)

O debate sobre o destino do lixo nuclear armazenado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB), no município de Caldas, no Sul de Minas, chegou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Motivado pela reportagem do Estado de Minas da edição de domingo, que relatou a situação dos rejeitos radioativos na cidade, o deputado Dalmo Ribeiro (PSDB) protocolou ontem requerimento pedindo uma audiência pública conjunta da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Renováveis e da Comissão de Minas e Energia para discutir o assunto. O Ministério Público Estadual também deverá ser acionado.

O deputado afirmou que se surpreendeu ao ler a notícia do jornal informando que a situação do lixo nuclear da cidade continua a mesma de anos atrás. “Há 11 anos fizemos uma audiência pública para tentar encontrar uma solução para o problema, já que os riscos desses restos químicos guardados em Caldas atingem não somente a cidade, mas vários municípios da região. Me preocupou muito saber que pouca coisa foi feita desde então. Por isso, resolvi convocar as comissões para reacender o assunto e tentar finalmente achar uma saída ”, afirmou Dalmo Ribeiro.

O alvo da polêmica é o parque industrial da INB, instalado em Caldas no fim da década de 1970 para a extração e concentração do urânio. Conforme revelou a reportagem, apesar de desativado desde 1995, o complexo ainda abriga cerca de 40 mil bombonas contendo rejeitos radioativos resultantes da exploração do material. A população da cidade teme as consequências que os rejeitos do produto possam causar à saúde dos moradores. Em recente decisão da Justiça, em ação do promotor da comarca local, José Eduardo de Souza Lima, a INB foi obrigada a fazer, com um atraso de 15 anos, o tratamento de todo o passivo ambiental em 1,4 mil hectares de seus limites. A empresa não contestou a decisão, mas pediu a prorrogação do prazo determinado pela Justiça, que seria de 90 dias.

Ainda não há data marcada para a reunião, mas o deputado informou que pretende agendar uma visita dos membros das comissões ao município, acompanhados por especialistas ambientais, para avaliar quais os impactos de não fechamento da mina para a comunidade o que pode ser feito para minimizá-los. Para a nova audiência da ALMG serão convidados o diretor de Recursos Minerais da INB, Otto Bittencourt, o promotor do Ministério Público Estadual, José Eduardo de Souza Lima, o secretário de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Adriano Magalhães Chaves, além de representantes do poder público municipal de Caldas e de outros municípios do Sul de Minas e associações locais.


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