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Estado de Minas

Faxina para tirar entulho da chuva de granizo na Pampulha


postado em 27/12/2008 08:51 / atualizado em 08/01/2010 03:54

Beto Novaes/EM/D.A Press
Cerca de 500 toneladas de entulho foram retiradas da região
-->Uma força-tarefa formada por 60 caminhões, 100 motoristas e garis e cinco tratores foi mobilizada ontem para limpar as ruas dos bairros Urca e Santa Terezinha, na Pampulha, em Belo Horizonte, e recolher o entulho deixado pela chuva de granizo de 17 de setembro. Três meses depois, o clima ainda é de reconstrução. Algumas casas já estão com telhado novo. Em outras, os buracos indicam o tamanho do prejuízo. Durante 90 dias, o trabalho intenso e diário de recolhimento do lixo não foi suficiente para tirar restos de telhas, materiais de construção e móveis das calçadas – foram 630 viagens de caminhões com cerca de 3 mil toneladas de materiais. Por isso, a Regional Pampulha e a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) organizaram o mutirão para terminar os trabalhos.

A expectativa era de que os caminhões fizessem 120 viagens levando entulhos das ruas dos bairros até a Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV), no Bairro Castelo, num total de 500t de materiais. Ontem foi a última chance para contar com a ajuda da prefeitura no transporte dos resíduos. A partir de hoje, quem ainda tiver restos de telhas quebradas e outros objetos deverá entregá-los na URPV, localizada à Rua Castelo de Vieiros, 315. Pelo Código de Posturas, é proibido fazer o descarte nas calçadas. O descumprimento da norma pode resultar em multa de R$ 109,56 por metro cúbico.

“Essa foi a região mais atingida pela chuva de granizo em BH e com nossa estrutura do dia-a-dia não era possível tirar tudo. Agora, com o pagamento do 13º salário, muitas pessoas aproveitaram para comprar telhas novas e pôr tudo no lugar. Mas, além do depósito de materiais ser um problema no aspecto físico, é também de saúde, por causa da presença de ratos, escorpiões e mosquitos da dengue e da leishmaniose”, afirma o gerente regional de Limpeza Urbana Pampulha, Osvaldo do Carmo Machado.

HORROR

A aposentada Laurentina Maria de Jesus, de 66 anos, se lembra do horror que viveu em 17 de setembro. As telhas desabaram em meio ao barulho e à escuridão. A água entrou por todos os lados da casa. “Contei com a ajuda de vizinhos para comprar as telhas, porque eu não agüento carregar. Até hoje estamos pondo as coisas em dia”, disse. A também aposentada Maria Porto, de 70, conta que muita gente ainda não teve condições de reformar a casa porque o preço de materiais de construção e do serviço cobrado pelos profissionais subiu demais: “Muitos aproveitaram para ganhar dinheiro”. Ela aprovou a iniciativa do mutirão. “Além de atrapalhar a porta, os meninos da rua não dão sossego jogando pedras na casa da gente”, afirmou.

O pedreiro João Francisco de Jesus Silva, de 44, está abrigado na casa de vizinhos. Ele visitava o pai, em São Paulo, no dia da chuva, e só voltou 22 dias depois. Quando chegou, se deparou com a desagradável surpresa: a casa toda danificada e sem telhas. “Perdi todos os móveis, como sofá, cama e fogão. Os vizinhos tiraram o que puderam e salvaram roupas e vasilhas.”


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