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Estado de Minas

Rádio comemora 85 aos de história com desafios e conquistas

Um dos mais populares veículos de comunicação está completando o seu 85º aniversário. A influência deste meio de informação no dia a dia das pessoas continua forte e eficaz


25/09/2007 16:42 - atualizado 12/01/2010 02:37

Quando o então presidente do Brasil, Epitácio Pessoa, fazia a primeira transmissão radiofônica em 1922, na cidade do Rio de Janeiro, durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil, o rádio começava a sua longa e rica trajetória que, nesta terça-feira, dia 25, comemora 85 anos.

São mais de oito décadas de vida, períodos que se misturam com épocas e fatos marcantes na história brasileira. Revoluções, períodos difíceis e nebulosos regidos pela ditadura militar, transformações culturais, econômicas e sociais foram vividos e transmitidos pelo rádio. Onde estiver acontecendo um fato o rádio estará lá, sempre informando, debatendo e, principalmente, abrindo espaço para as opiniões.

Muitos artistas ficaram formosos propagando suas vozes pelas ondas do rádio, como a cantora Emilinha Borba, a "Rainha do Rádio", na Rádio Nacional, em 1953, Abelardo Barbosa, o "Chacrinha", na Rádio Difusora Fluminense, entre tantos outros. Em 1926, a Rádio Sociedade de Juiz de Fora foi a pioneira em Minas Gerais, seguida pela Rádio Mineira, de Belo Horizonte, um ano depois.

Com o passar do tempo, as mudanças foram acontecendo. Hoje existem grandes fusões de rádios espalhadas pelo mundo, convergindo conteúdo e experiências. Quem sai ganhando é o ouvinte, que pode receber a informação de melhor qualidade e com mais rapidez.

Se no início o alcance do rádio era restrito devido às limitações tecnológicas, hoje a situação é completamente oposta. De casa, em frente à tela do computador, qualquer um pode escutar um locutor que esteja falando em uma rádio da Argentina, por exemplo. O horizonte foi ampliado graças às inovações técnicas.

Chegada da internet

Uma delas é a internet, que começou a ser usada como suporte na transmissão de conteúdo em meados dos anos 90. A rede mundial de computadores tornou-se uma importante ferramenta das emissoras de rádio, contribuindo decisivamente para a conquista de novos espaços.

Esta "dobradinha" entre o rádio e a internet é vista de maneira positiva pela presidente executiva do Grupo dos Profissionais do Rádio de Minas Gerais (GPR Minas), a jornalista Carmelita Chaves. Segundo ela, a internet é uma realidade das emissoras e abre um leque de possibilidades de interatividade, de participação do ouvinte e de troca de informações. "Ela (a internet) veio para potencializar o alcance do rádio, quebrando as barreiras e encurtando as distâncias. A informação, música e prestação de serviços podem ser acompanhas por milhares de pessoas em diversas partes de mundo", salienta.

Outra vantagem citada por Carmelita é a possibilidade do ouvinte participar ativamente da programação, enviando e-mails com críticas, elogios e sugestões, além de mensagens ao vivo. "Se a pessoa perdeu algum programa ou o gol da vitória seu time de futebol, ela pode acessar à internet e ouvir tudo aquilo e, se quiser, pode até gravar", acrescenta.

"O rádio ainda mexe com o imaginário das pessoas na media em que o ouvinte ainda fica tentando advinhar como é a imagem da pessoa que esta falando do outro lado. A chegada da internet aproxima o público da pessoa que está falando do outro lado", diz a jornalista, se referindo à possibilidade da emissora exibir, em seu site, fotos dos comunicadores e dos convidados dos programas.

Na opinão do radialista e diretor da Associação Mineira de Rádio e TV (Amirt), Luiz Carlos Gomes, a internet deve ser usada não somente para a divulgação de conteúdos à longa distância, mas também para complementar e, sobretudo, aumentar a qualidade do que está sendo transmitido. "O caminho do rádio é a internet, que oferece muitas possibilidades de aprimoramento, tanto no conteúdo como nos recursos tecnológicos". "Pode-ser criar, novos jingles, vinhetas, chamadas. Alternativas não faltam", argumenta.

O jornalista, criador e apresentador do programa humorístico Espátula (veiculado na web rádio iRádio), Guilherme Amorim, destaca que, na internet, o rádio tem a missão de explorar a interatividade com o público, ainda que este recurso necessite de adaptações de um modelo comunicativo às novas tecnologias. "Creio que, na web, com a possibilidade de existência de vários formatos e soluções, a rádio pode colaborar para que a informação atenda cada vez mais às expectativas e desejos individuais dos ouvintes", complementa Amorim.

Todos os três entrevistados foram unânimes em afirmar que, em tempos de convergência de mídias, a internet dever ser usada como um meio de complementação de conteúdo, respeitando os variados perfis do público. "Acho que podemos chamar rádio, TV e jornal de ferramentas clássicas na transmissão de conteúdos e informações. A internet, que surgiu em 1995, no Brasil, abriu consideravelmente as possibilidades e as combinações, mas, como toda novidade, não trouxe - e nem trará - respostas - e sim alternativas. Nos tempos de convergência de mídia, esses meios vão acumular funções e desafios, com o objetivo de democratizar cada vez mais a informação e quebrar paradigmas" , ressalta Guilherme Amorim.


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