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Estado de Minas Carnaval

Todas as cores e estilos da folia

Após dois anos de recesso, a festa de Momo promete explodir de alegria, brilhos, plumas e paetês


05/02/2023 04:00

Dercy
Dercy (foto: Dercy: Gustavo Marx )


Se a moda pós-pandemia chegou com brilho dos pés à cabeça, com cores neon em um revival dos anos 1990, quando as discotecas explodiram no Brasil, é possível imaginar o que será deste carnaval, depois de dois anos suspenso por causa da Covid-19.
 
Fica difícil avaliar quem está mais feliz, se são os foliões que vão brincar a valer, ou os donos de bares, restaurantes e hotéis que lucram com o carnaval. O fato é que os dois lados ganham e tem um terceiro lado, que sempre faturava muito nessa época do ano e que teve que se reinventar durante a pandemia, que são as grifes de fantasias e adornos para a folia de Momo.
 
Karola
Karola (foto: Divulgação)
 
 
A maioria desses empresários/estilistas teve que trabalhar em outra área. Alguns mudaram de cidade, foram trabalhar em pousadas, mudaram de segmento, enfim, se viraram nos 30 como uma grande parcela da população, mas este ano voltaram com força total e são unânimes em dizer que o exagero e a liberdade é que estão dominando das coleções. E afirmam que até os foliões mais contidos, que antes se satisfaziam em usar um short e uma camiseta, e simplesmente maquiar o rosto, agora estão fazendo questão de usar uma bela fantasia e um adorno de cabeça para “causar” na rua.
 
Viva Bossa Brasil
Viva Bossa Brasil (foto: bruna brandão)
 

DERCY A marca de roupas para carnaval Dercy nasceu em 2017, da paixão de duas amigas de BH pela festa de Momo, com atuação no mundo das confecções e do design: Alice Corrêa, de 35 anos, formada em ciências sociais pela UFMG, com especialização em gestão de marketing pela FDC, e com mais de 10 anos de experiência na área de mídia e comunicação de moda; e Debora Cruz, também com 35, formada em publicidade e propaganda pela PUC e design gráfico pela Uemg, com vasta experiência com criação, direção de arte, desenvolvimento de produto e empreendedorismo.
 
Salão Tif%u2019s
Salão Tif%u2019s (foto: Matheus Araújo/ Maitê Alex Lugh)
 
 
“Criamos a Dercy em grande parte contagiadas pelo frenesi do carnaval de rua de Belo Horizonte. Como boas folionas que somos, logo sentimos falta de figurinos capazes de traduzir a exuberância da festa. Daí a ideia de lançar uma marca que pudesse trazer um pouco da beleza dos antigos carnavais para as ruas, só que de uma forma mais despojada. Não por acaso, nossa musa eleita foi Dercy Gonçalves. Símbolo da irreverência brasileira, Dercy tinha estilo único e atitude transgressora. Inspiradas por essa personalidade debochada, fundamos a marca que une criatividade, talento e uma boa dose de purpurina para criar peças que encantam e possibilitam meios de expressão livre”, contam.
 
Maitê
Maitê (foto: Alex Lugh)
 
 
A dupla já contou com a colaboração de alguns estilistas com quem se identificam, mas nesta temporada resolveu assumir toda a criação e retornar à essência da marca. A maior fonte de inspiração são os figurinos antigos e o desafio foi conseguir traduzir essas referências para a realidade de hoje em modelagens funcionais e impactantes. As estilistas permaneceram fiéis ao propósito de levar o brilho e o glamour dos antigos bailes carnavalescos para as ruas, com muita irreverência e uma pitada de deboche.
 
Totalmente dedicada à folia, e genuinamente artesanal, a moda Dercy traz qualidade com o uso de materiais nobres e cortes sofisticados como paetês, malhas acetinadas, lurex, tule e algodão bordado. A cartela de cores é vibrante, colorida e muito brilhosa, como pede o carnaval. A coleção de 2023 apresenta 40 peças que podem ir além do carnaval, sendo combinadas de acordo com a ocasião e estilo pessoal. Destaque para os bodies de paetês com decotes profundos e recortes estrategicamente posicionados, hotpants em variedade de cores e saias multiuso que permitem infinitas possibilidades, além de quimonos, vestidos e macaquinhos.

VIVA BOSSA Em uma pegada mais casual, mas nem por isso com menos brilho, a Viva Bossa Brasil usou e abusou do lurex para criar sua coleção, que tem peças para homem e para mu- lher. Hot pants, maiôs, bodies, tops, camisetas regatas, saias, vestidos, bermudas, enfim, tem opção para agradar a todos os gostos. A marca não se limita apenas a peças em tecidos, criou uma linha de frente única feita de peças de acrílico, montadas uma a uma, em um trabalhoso artesanato, misturando as peças com correntes e outros materiais. Além dos looks para vestir, a marca também fax adornos para cabeça, o que facilita bem a vida do folião, que encontra ali a fantasia completa.

KAROLA A marca de moda feminina atemporal não trabalha com coleções definidas, mas no carnaval a Karola desenvolve uma marca exclusiva para a festa. Não são fantasias, mas roupas de carnaval, sem tema específico. A estilista e empresária Carol faz questão de dizer que são peças mais elaboradas, com tecidos nobres como paetês, malhas metalizadas, holográficas, plumas fakes, e aviamentos variados para enriquecer a peça. Trabalham muito com o lúdico, mas sem tema. Para o carnaval 2023, Carol optou por usar tecidos mais sofisticados, abusando do brilho. A coleção traz muitos conjuntos, masa as foliãs podem comprar as peças separadas. Fez muita hot pant para as pessoas jogarem com peças de acervos que já tenham. A saia tapa bumbum é o carro-chefe da Karola, e não falta em nenhuma coleção, porque é muito pedida pelas clientes que não gostam de mostrar muito o corpo. O quimono também está presente e pode ser usado na folia, mas em outras ocasiões, assim como os bodies e tops, porque tudo é feito com qualidade e a durabilidade é grande. A procura foi enorme pela internet, mas a empresária garante que esta semana a coleção estará disponível na loja física de BH, no Mercado Novo.

BENEDITA Ana Maria Paiva criou a sua marca de carnaval em BH, a Benedita, há mais de 10 anos. é precursora no desenvolvimento de adereços na cidade e foi a primeira a expor seu trabalho no Minas Trend. Trabalha com vários blocos da cidade e um deles é o Então Brilha. A marca vende para todo o país, e outro mercado forte, além de Minas, é o Rio de Janeiro. Há dois anos, a estilista e empresária se mudou para Portugal com o propósito de sempre estar no Brasil na época do carnaval, porém descobriu que tem folia de Momo em terras lusitanas, e decidiu, este ano, fazer produtos para nossa terra irmã. E lá, como explica Ana, existem dois estilos bem distintos de carnaval: o dos portugueses, que têm desfile de escola de samba, e o dos brasileiros que moram por lá, que é o carnaval dos bloquinhos de rua. Com a empresa internacionalizada, a Benedita passou a ter duas coleções distintas e dois sites de vendas, um para a Europa e outro para o Brasil. A coleção do Brasil tem peças maiores, mais coloridas, para as foliãs mais animadas, que já estão acostumadas a se fantasiar. Para Portugal, a coleção está mais focada em body chans, ombreira, brincos e peças de cabeça menores, porque agora é que as pessoas estão começando a ousar mais. “As pessoas estão muito alegres de ter carnaval este ano e a principal chamada da Benedita é que as mulheres se vistam de deusas e festejem em suas melhores versões”, diz Ana.
 
 
Acessórios são fundamentais
 
Uma coisa de que todo folião gosta são dos acessórios, ou adereços. Duas marcas mineiras se destacam nesse quesito: Maitê e Libertina.
A Libertina traz um universo de possibilidades para os ousados que querem viver o carnaval de janeiro a janeiro, ressignificando materiais e fazendo sua cabeça. A proposta é ter a liberdade de ser quem quiser. A marca respira a liberdade criativa e se inspira na diversidade. A proprietária e diretora criativa, Clara Andrade Moreira, acredita que a essência está em mostrar sua verdade com criatividade e le- veza. “O bom da vida é o que te faz ser quem é.”
 
Com o tema que representa o DNA – A magia de ser quem você quiser –, a coleção tem como título Nos Palcos da Vida e foi desenvolvida com a proposta genderless. E se isso realmente fosse possível, com certeza a Libertina faria acontecer. Segundo Clara, depois de dois anos sem carnaval, as pessoas passaram a se expressar através das roupas e adereços, até mesmo dentro de casa. E hoje, saem com mais liberdade, usando o que querem. E por isso a moda está mais exagerada, como um figurino. “Estou com grandes expectativas para este carnaval, percebo um ritmo bem mais quente. A volta dos blocos nas ruas animou muito os foliões e a procura pelos adereços começou desde o ano passado”, diz. A Libertina é o palco de Clara e ela abriu este espaço para todos, usando e abusando de tudo que aprendeu nos barracões de escola de samba e com os trabalhos hand made que aprendeu com suas avós, como fuxico e rendas.
 
A Libertina trabalha com materiais inusitados, misturando cores e texturas com muita liberdade. Ela propõe a seus clientes serem o que quiserem ser, o ano inteiro. “As apostas na tendência de 2023 são usar e abusar do brilho, com muito strass, franja e outros materiais, flores, tanto as mais explícitas quanto as abstratas, bustiês em alta, as medalhas estão em alta. Plumas e penas estão em baixa, e não apoio o uso, mesmo sendo as fakes. Acho a estética over.” Outra pegada muito forte é o artesanato, feito em casa mesmo pelas pessoas, e a ressignificação, como lacres de latinhas, que estão sendo incorporados com muita criatividade.

MAITÊ Marina Amália quer que a coleção Borogodó leve as pessoas a sentirem  exatamente o que ela sente quando põe uma de suas peças na cabeça: empoderamento. A estilista começou seu trabalho em Belo Horizonte, mas com a pandemia teve que se reinventar e acabou se mudando para São Paulo. Hoje, atua mais nos mercados paulista e carioca. Formada em ourivesaria, desenvolveu, com muitos testes, erros e acertos, uma estrutura soldada excelente de adorno de cabeça que além de ser muito confortável é bem leve e adaptável a qualquer tamanho e formato de cabeça.
Para o carnaval 2023, a coleção Borogodó traz peças com muito movimento, cheias de brilhos, muito strass e plumas fakes, claro. Este ano, ela usou e abusou de trabalhos na testa. A coleção é composta por 16 modelos e por ser pós-pandemia está com peças altas, bem exageradas, que foi a demanda tanto de lojistas quanto de clientes. Para tranquilidade dos mineiros, alguns modelos estão à venda na Dercy. 


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