
Em novembro de 2019, publicamos matéria com a terapeuta holista Mahari Juliana Berganholi, na qual ela falava, dentro da numerologia, o que poderíamos esperar do ano de 2020. Revendo trechos da matéria, pode-se levar os céticos com relação à numerologia a repensar suas crenças. Reveja o que foi publicado em 24 de novembro, muito antes de se pensar em COVID-19, pandemia, quarentena e isolamento social.
Segundo Juliana, 2020 foi regido pelo número 2 (2020) que é o número do coração, do amor e da parceria. “É um ano de parcerias, de se unir em projetos, em inteligências e em ideias. Quem ficar trabalhando sozinho será mais difícil. Será um ano de estar juntos e pensar mais nas qualidades humanas, que perdemos muito nos últimos anos com a tecnologia, que nos deixou mais individualistas. Conviver nos nutre e nos deixa felizes”, explica. A soma dos números do ano é 4; portanto, esse foi o número que regeu o ano. O quadrado, a segurança, a estabilidade, a estrutura, o profissionalismo, a perseverança. A numeróloga disse: “Será um ano para ter os pés no chão. Sair da mente desorganizada, ilusória e trazer para o concreto e para o real. O quatro é um número muito mental, frio. O que vai pesar é estar com os pés no chão, não é ano de arriscar e viver na ilusão. Não é ano para crescer e expandir, mas para estruturar. Não é para criar dívidas e fazer empréstimos. Não é época de fazer projetos utópicos, mas apenas coisas seguras e bem planejadas. Crescerá quem for competente, estudioso, trabalhador. Porque o quatro exige isto: competência e profissionalismo”. E completou falando que seria um ano de muitos casamentos, pois as pessoas desejariam relacionamentos sérios, parcerias de verdade, e não só aventuras.
Pode até ter sido de uma maneira torta, e bem inesperada, mas foi exatamente isso que ocorreu. Ficamos mais unidos, porém em família. Nos voltamos para nós mesmos e para o nosso núcleo mais íntimo, do qual estávamos bem distantes. Reavaliamos valores e relacionamentos.

Procuramos Mahari Juliana Berganholi novamente, para fazer uma análise de 2020 e dizer o podemos esperar de 2021, que, segundo ela, será regido pelo número cinco. Segundo ela, esse processo de não pensar só em si mesmo e pensar no outro acabou fazendo parte do processo da pandemia, que trouxe esse retorno ao coração. “Quando começou a pandemia, tive que voltar para a casa da minha mãe, que tem 88 ano e sofre do mal de Alzheimer, para cuidar dela. Pensei que seria um período curto, mas estou aqui há quase um ano. Estou com uma vida reclusa, apesar de saber que tenho um sistema imunológico muito bom, mas tenho que pensar nela”, diz Mahari.
E assim foi 2020, um ano que não pudemos pensar só em nós mesmos, tivemos que pensar no outro, e para sobreviver tivemos que pensar na sociedade, em soluções não só para nós mesmos, mas que pudessem beneficiar todos. “Quantos cientistas se mobilizaram? Todos os países se movimentaram. Quantas estruturas não entraram em colapso? A estrutura social, econômica, de saúde, a mítica. A própria estrutura patriarcal. Eu que trabalho com mulheres desde 1994, a cada ano vejo o empoderamento feminino crescendo cada vez mais, e agora vemos a vice-presidente dos Estados Unidos assumindo sua posição. Não tem mais espaço para o ego. Temos que pensar cada vez menos em si mesmo e sim na comunidade, na humanidade”, enfatiza a terapeuta.
Juliana explica que o ano de 2020 foi regido pelo quatro, o quadrado, e foi isso que ocorreu, fomos colocados dentro do quadrado de novo. Estávamos tão expansivos, para fora de nós mesmos, e fomos colocados dentro de uma estrutura para rever nossos valores. Com o isolamento, o ser humano reavaliou muitos conceitos e valores, viu a natureza se regenerar, e com isso enxergou como prejudicamos o planeta, a saúde e nós mesmos. Vimos potências como os Estados Unidos, que investiram tanto em guerras e armas para se proteger, não ter estrutura para enfrentar uma pandemia. A consultora acredita que 2020 voltou as pessoas para o quadrado e ao mesmo tempo as conectou com o coração. Voltou as pessoas para a família, levou-as a pensar na forma que se relacionam com o outro e com o planeta. Várias pessoas optaram por ter uma vida mais simples, e muitos foram morar mais perto da natureza. As pessoas estão mais focadas ao essencial.
As mulheres – que são o público com o qual Berganholi trabalha diretamente – passaram a buscar muito mais a medicina ayurveda, a alimentação saudável, passaram a cuidar mais do sistema imunológico. Houve uma mudança na vida de muitas pessoas. De acordo com a terapeuta, quem já tinha um trabalho consigo mesmo, que tinha mais resiliência, uma conexão maior com a espiritualidade, conseguiu passar bem pela pandemia. A vida é frágil, pode acabar a qualquer momento, está por um fio a todo tempo, mas as pessoas não querem ver isso, estão distraídas vivendo, mas a morte está aí do nosso lado. Para ela, a pandemia estampou a morte de forma muito forte que foi impossível não vê-la, e isso levou pessoas ao pânico, medo, angústia e inseguranças inerentes ao momento, como a possibilidade de contágio, desemprego etc.
“Vivemos algo que ninguém nunca tinha passado por experiência semelhante, e ninguém sabia o caminho. E quando não se sabe o caminho e não se tem soluções, temos que viver momento a momento. É como criar uma vigilância na nossa mente para que ela não esteja o tempo todo preocupada com o que vai acontecer, que a gente não sabe o que será, e sim desfrutar o que está acontecendo no aqui e agora. Uma forma de liberar ansiedade é sair do futuro, e cada vez estar mais na presença do momento. Se tenho que estar aqui no apartamento da minha mãe cuidando dela e também atendendo meus clientes, como buscar equilíbrio dentro dessa nova realidade?”, questiona.
E Mahani pontua algumas ações que ajudam bastante a superar estes momentos, como, por exemplo, manter uma rotina, que é fundamental para reorganizar a mente. Como? Fazendo meditação diariamente, mantendo alguma atividade física, mesmo dentro de casa; tendo uma alimentação saudável. Isso assegura uma certa ordem dentro da pessoa e da mente e ajuda a desfrutar dos momentos do dia. Procurar fazer umas três pausas durante o dia, para respirar, voltar para o aqui e o agora, sabendo que está tudo bem com você e sua família, sem medo do futuro também é muito importante. É um bom exercício para diminuir a ansiedade, que é um gatilho para doenças. Outra dica da profissional é fazer reuniões on-line com as amigas para rir um pouco, tomar um vinho, contar histórias. Manter laços e vínculos. É importante saber que dentro de nós, apesar de todas as turbulências, existe um espaço de muita paz que pode ser reconectado a qualquer momento e isso ajuda a buscar meu centro. Como a procura foi muito grande por parte de clientes, Juliana criou, junto com a psicoterapeuta Ami Echeverry (Amyatari), o curso Medita mulher. Entrou com toda a parte da ayurveda, ensinando tudo isso, para que as alunas possam desfrutar de cada momento do dia, e saibam enxergar a beleza de tudo que estão vivendo. Ela não nega que a situação atual seja cansativa para todos, mas acredita que é possível distribuir tarefas.
Como ela mesma diz, tudo o que é novo gera ansiedade. A própria vacina está deixando todos ansiosos, porque não se sabe ainda o tempo de imunidade, se terá vacina para todos etc. “Eu e minha sócia, Cori Coraci Silanyi, temos este trabalho terapêutico de tantos anos, perdemos uma agenda completa de 2020, e nos abrimos para o novo, vivemos esta transformação e lançamos sete cursos virtuais. Não sou tecnológica, nasci em Araçuaí, cresci em fazenda até os meus 14 anos, mas aprendi e me adequei na pandemia. Ainda estamos com três cursos ativos, o Medita mulher (em janeiro, teremos em português; e em fevereiro, em espanhol), Shakti Ma Mentoria Feminina, e Verdade sobre o amor, que fizemos com o psicólogo chileno Vikrant. O Medita mulher no final do ano tinha mulher de 11 países diferentes.
Para ajudar aos leitores, segue o
que representa cada um dos números
1 – Pioneiro, ambicioso, determinado, líder, empreendedor, vida ativa, prático
2 – Amoroso, cooperativo, empático, sociável, gentil, acolhedor, nutridor. É o cisne
3 – Comunicativo, alegre, criativo, gosta da liberdade, expressivo, amistoso
4 – Racional, intelectual, organizado, honesto, sincero, responsável, trabalhador, gosta de rotina e ordem
5 – Inovador, ousado, gosta dos prazeres, criativo, conselheiro, transformador, gosta de viajar, de mudança, liberdade, bons vendedores e negociantes, bons oradores
6 – Harmonioso, calmo, justo, conciliador, centrado, sensível, artista, talento para a beleza e estética, intuitivo,
honesto, fiel, responsável
7 – Místico, curioso, aventureiro, guerreiro, obstinado, perfeccionista, exigente, introspectivo;
8 – Equilibrado, poder, amor pela natureza, talentos para a cura, meditação, abundante, autoconfiante
9 – Altruísta, servidor, generoso, solidariedade, sabedoria, serenidade, poder mental, visionário
Liberdade e criatividade para 2021
Em 2020, saímos do quatro, que era um número de terra, do quadrado, e entramos no cinco, que é a estrela de cinco pontas, um número de ar e de movimento. Será um ano de transição. O cinco é um número que traz energia da mudança, da liberdade. Como ficamos o ano passado muito presos, todo mundo está sonhando com a liberdade, e o número deste ano é um número de transformação. A numeróloga tem como missão o número cinco, e por isso sua vida é totalmente fora do padrão, porque o cinco não gosta de rotina, zona de conforto, vida dentro do padrão e dentro do quadrado. É um número de ousadia, ele vem e movimenta as coisas.
O cinco fala de transformação, liberdade, criatividade, comunicação, vendas, marketing. As redes vão continuar com tudo. As pessoas que são cinco são os melhores vendedores. Este é o ano de sair fora da caixa, dos esquemas e dos padrões e ver a vida de uma perspectiva mais aberta. Buscar novas profissões, novas fontes de renda, ter duas, três, quatro fontes de renda diferentes. É um ano que favorece o comércio, mesmo que este seja on-line.
Para saber qual o número da sua missão é só pegar a sua data de nascimento e somar todos os números. Por exemplo, quem nasceu em 31/1/1991. A soma será (3+1 1 1 9 9 1=25 =2 5=7) sete. A missão de quem nasceu nessa data é uma pessoa mística, curiosa, aventureira, guerreira, obstinada, perfeccionista, exigente e introspectiva. É forte, valente, corajosa.
Mudança Voltando para a análise do ano, quando chegarmos em 2022 teremos o número seis, que é a estrela de Davi, que são dois triângulos, um para cima e um para baixo, aí teremos uma época de equilíbrio. Mas o cinco é transição, movimento, mudança, transformação. É curioso, ousado, busca novas formas de viver e atuar. É ano de descobrirmos novas soluções para a humanidade. Tem a ver com os cinco sentidos, com os prazeres da vida, com a beleza, com a estética. Também favorece muito encontrar, mesmo dentro da turbulência, os prazeres da vida e querer viver bem, mesmo onde estamos. É um ano de inovação, prazer, improviso. Vão cair estruturas rígidas. O ano trará mais gentileza, qualidade de vida.
Segundo Juliana, estamos em fase de transição, porque estamos saindo do quatro e entrando no cinco, um momento antagônico, porque queremos liberdade, mas ainda temos que ficar reclusos. Mas podemos ter a liberdade na criatividade. É viver fora da caixa. O cinco favorece tudo isso. Não sabemos quando poderemos nos movimentar fisicamente, apesar de o número chamar para isso, mas temos a liberdade da alma, de ver que a nossa felicidade está muito além de conquistas externas, é o resultado desse trabalho com a gente mesmo. Essa é a nossa primeira liberdade. Não precisamos do outro, do mundo ou de situações externas para ser feliz, para estar bem consigo mesmo.
Mas a numeróloga faz um alerta. “Tenho que alertar para os cuidados que temos que ter com o número cinco este ano. Como são cinco sentidos, os prazeres da vida e o vamos desfrutar, é preciso muito cuidado para não sermos irresponsáveis, não romper os esquemas em favor dos prazeres, da liberdade e de muito movimento e inquietação e ser irresponsáveis conosco mesmos. Esse excesso de inquietação pode trazer falta de objetivo, ansiedade, indisciplina e impulsividade. Temos que saber lidar com tudo isso, mas com responsabilidade. Não podemos fazer coisas que possam prejudicar o nosso bem-estar e o do outro, porque precisamos continuar tendo empatia com o outro, temos que questionar se nossas ações não prejudicarão o outro, a comunidade, a sociedade. Não podemos pensar de forma individualista.”
Mahari Juliana Berganholi é consultora e terapeuta holística, formou-se em fisioterapia pela UFMG há mais de 30 anos, morou em mais de 10 países – concentrando a maior parte em Londres e na Índia –, estudando várias técnicas de terapias alternativas, dentro de diversas filosofias e ciências. É mestre em aura soma, ayurveda e outras terapias holísticas. Criou a Satori Dance, uma dançoterapia de descompressão para pessoas que estão muito estressadas. A dança passa pelos quatro elementos – ar, terra, fogo e água – e termina no espaço que é a meditação. Hoje, seu trabalho é voltado para a mentoria de mulheres na área de desenvolvimento pessoal e expansão de consciência e espiritualidade.
