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Estado de Minas Arte

Antes de nós

Grupo de artistas se reúne para ensaio artístico representando épocas históricas


02/08/2020 04:00

(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
O artista, publicitário e fotógrafo Rodrigo Câmara, o estilista João Corrêa e o ator Jean Cândido, todos mineiros, e a maquiadora e visagista fluminense Christina Gall, se uniram para fazer um ensaio fotográfico representando figuras de épocas antigas, como o período renascentista, rococó e barroco. Rodrigo já conhecia o casal João e Jean Cândido, e em fevereiro conheceu Christina, quando foi fotografar a comissão de frente da Escola de Samba Viradouro, campeã do carnaval carioca deste ano.  Deste encontro nasceu uma amizade.
 
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
Com a pandemia, o mundo artístico parou e os amigos sentiram necessidade de produzir algum material para se fazerem lembrar. Com quatro cabeças criativas o resultado não poderia ser outro, senão uma bela produção rica em visual e conteúdo.
 
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
A proposta era fazer experiências, em uma relação entre o profano e o sagrado, com um algo a mais, representar épocas e figuras importantes que viveram antes de nós e conquistaram coisas importantes que podemos desfrutar hoje como, por exemplo, o direito da escolha da religião, a posição da mulher na sociedade e todos os direitos que ela conquistou, a liberdade da escolha sexual sem preconceitos, etc. Mas o grupo deixa claro que não quis, em nenhum momento, levantar uma bandeira específica.
 
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
Ressaltam o ser, na contramão da sociedade capitalista que valoriza o ter, na qual a pessoa vale pelo que tem. “As relações hoje são muito baseadas no que as pessoas têm, elas materializam muito. Este ensaio é um resgate do ser como pessoa e cidadão”, diz Rodrigo.
 
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
Em tempos de distanciamento, é importante ressaltar que toda a caracterização de maquiagem foi feita com airbrush, um compressor com ponteira na frente, que asperge a tinta à distância. A técnica chegou ao Brasil quando as televisões passaram a ser em full HD, porque a maquiagem normal não fica bem na tele de alta resolução. Os profissionais passaram aperto no início, as maquiagens craquelavam muito, mas hoje já existem vários profissionais bastante experientes. A vantagem é a higiene, uma vez que não tem nenhum contato com a pele da pessoa. Quando bem-feita, pode ser usada para maquiar noiva, modelos e até maquiagem social.
 
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
Neste primeiro momento, o grupo vai divulgar o trabalho nas redes sociais, mas o plano dos artistas é fazer uma exposição em grande formato, ao ar livre, para que as pessoas possam ir sem ter aglomeração. O espaço pretendido é o jardim da Secretaria Municipal de Cultura de Ouro Preto.
 
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
ENSAIOS Os ensaios realizados em Ouro Preto foram inspirados no período Rococó e Barroco com suas vestimentas luxuosas e cheias de detalhes na composição, no período elizabetano com seus rufos e sua pomposidade, retratados em contrapartida com elementos simples como páginas de livro e uma produção com referência a uniformes militares, criando, através de aviamentos como zíperes e botões, uma narrativa de opressão e de vozes que foram brutalmente caladas, tanto no período da ditadura, quanto em tantos outros períodos onde a força militar se sobrepunha acima do povo e de suas expressões, tanto artísticas quanto afetivas.
 
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
(foto: Rodrigo Câmara/divulgação)
Outra discussão é a questão da homossexualidade dentro das Forças Armadas de qualquer país, que ainda é um tabu. Na produção de inspiração militar, destaque para a maquiagem com colagem de rostos, numa alusão aos que foram calados no passado, e também na aplicação de spykes, representando a tortura e a dor. A direção de cena e fotografia são assinadas por Rodrigo Câmara.

liberdade O projeto foi desenvolvido pelo estilista João Corrêa e pelo ator Jean Cândido. Inspirados por fotografias antigas que mostram casais homossexuais, os artistas mineiros começaram a refletir sobre o apagamento de histórias de amor em função do preconceito e da discriminação sexual. Decidiram fazer uma homenagem às pessoas que romperam barreiras no passado para que o amor fosse um direito de todos, liberdade que continua ameaçada pelo retorno de discursos de intolerância. “O amor também é uma forma de exclusão social. Quando você diz que alguém não pode amar, está colocando essa pessoa, seja por sua condição econômica, social, de gênero ou orientação sexual, à margem da sociedade. Queremos demarcar nossa posição, de acordo com o nosso lugar de fala, antes que novamente sejamos impedidos”, explica Jean Cândido.


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