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Estado de Minas ESTILO

Conforto ao extremo

Roupas de dormir ganham mais espaço no guarda-roupa em dias de distanciamento social. Mas não são peças comuns. Pijamas, camisolas e robes combinam materiais confortáveis e modelagens inesperadas, permitindo que as mulheres fiquem em casa com estilo


postado em 07/06/2020 04:00 / atualizado em 06/06/2020 23:20

Chris Gontijo(foto: Márcio Rodrigues/Divulgação)
Chris Gontijo (foto: Márcio Rodrigues/Divulgação)


Atire a primeira pedra quem nunca ficou (ou teve vontade de ficar) de pijama o dia inteiro. A busca pelo conforto, ainda mais nestes tempos de pouco contato com o mundo externo, é legítima e esperada, mas isso não significa usar a mesma roupa de dormir. Pijamas, camisolas e robes que esbanjam estilo surgem como desejo de consumo para que as mulheres se exercitem, trabalhem, participem de reuniões on-line ou façam qualquer outra atividade em casa, sem ficar com a aparência descuidada.
 
Chris Gontijo(foto: Marcio Rodrigues/Divulgação)
Chris Gontijo (foto: Marcio Rodrigues/Divulgação)
 
A marca Chris Gontijo nasceu com o próposito de mostrar que as mulheres podem se vestir com conforto e beleza em casa. “Sempre me incomodou observar que as mulheres se arrumam só para sair, passam maquiagem, arrumam o cabelo, passam perfume. Em casa, ficam com roupas horrorosas, chinelo, cabelo amarrado e passam creme no rosto”, comenta a fundadora, que tem o mesmo nome. Há três anos, ela desenvolve pijamas e camisolas que podem muito bem ir para a rua e até para festas.
 
Chris Gontijo(foto: Marcio Rodrigues/Divulgação)
Chris Gontijo (foto: Marcio Rodrigues/Divulgação)
 
 
Uns vão achar que é sorte, outros podem dizer que é visão, mas Chris acabou se antecipando aos desejos da clientes durante o isolamento. Há três anos, a marca já se afirmava como de loungewear e agora saiu na frente com peças que se enquadram muito bem na rotina da quarentena. Tanto que já precisou fazer reposições. “Acreditava nisso antes da pandemia e tive tempo para ir aprimorando e pesquisando materiais. O tecido tem que ser bonito, confortável, deixar transpirar e durar”, pontua.
 
Chris leva tão a sério o conceito de roupa que muitas vezes se refere aos pijamas como conjuntos e às camisolas como vestidos. Além disso, ela trabalha com estampas exclusivas, que fogem do comum. A da coleção de inverno é inspirada no papel de parede das casas de chá francesas. Feita a quatro mãos, com traços de nanquim e aquarela, mistura flores e pássaros. “Fiz a coleção no ano passado, falando sobre a importância de se cuidar, e é o que estamos precisando na quarentena. As pessoas estão muito angustiadas e deprimidas e queremos levar cor, alegria, conforto, aconchego, doçura e felicidade.”
 
Água Fresca(foto: Cor Com Amor/Divulgação)
Água Fresca (foto: Cor Com Amor/Divulgação)
 
 
A estampa se destaca em um conjunto que representa bem a proposta da marca. Calça e camiseta de algodão são ótimas opções para dormir. Fora da cama, a mulher pode substituir a calça por uma saia longa com cós alto e roda na barra. Se quiser sair de casa, tem a chance de combinar as peças em outros looks. A mesma versatilidade tem um conjunto de cetim com short e blusa com modelagem de camisa.
 
Água Fresca(foto: Cor Com Amor/Divulgação)
Água Fresca (foto: Cor Com Amor/Divulgação)
 
 
A marca sempre desenvolve terceiras peças para ajudar a compor produções diferentes. Como exemplo, a jaqueta bomber com fechamento de zíper, punho e barra de elástico. Segue um estilo esportivo, mas é de cetim com um leve brilho. As capas também entram nessa categoria. No momento, há disponível um modelo em cetim com aplicação de renda francesa. Já a chemise da coleção deixa de ser robe para compor um look superestiloso, inclusive com um cinto da mesma estampa. Em breve, chegam ao estoque casacos de pelo para uma proteção máxima contra o frio.
 
As blusas não são nada óbvias para um pijama. Entre elas, uma cachequer (com decote cruzado e amarração) e outra com corte de smoking (lapela e um botão de fechamento). Outro modelo, no estilo japonês, tem botões na frente, gola padre e mangas compridas que se abrem nos punhos.
A camisola clássica da marca é um modelo básico em chiffon de seda com alças finas reguláveis, decote V e comprimento mídi. Versátil, pode ser usada como vestido ou forro de peça transparente. Desta vez, ela carrega a estampa floral da coleção. Outra camisola de sucesso faz uma releitura de um modelo do século passado. “É a minha primeira peça de loungewear e fabrico até hoje, em todas as coleções, com rendas cortadas, aplicadas e bordadas a mão. Já fui a várias festas com essa peça”, conta.
 
Jogê(foto: Júlia Vianna/Divulgação)
Jogê (foto: Júlia Vianna/Divulgação)
 
 
A linha homewear, feita com matéria-prima de pijama, mas que tem modelagem inovadora, é o forte do grupo Água Fresca. A diretora criativa Júlia Zingoni explica que as peças combinam conforto e estilo para ficar em casa ou mesmo sair para fazer compras e se exercitar. Durante o isolamento, as vendas dessa linha dispararam na nova plataforma de e-commerce, que teve o lançamento antecipado.
 
“Entendemos que a roupa é aliada da mulher e, se o momento é de ficar em casa, queremos estar juntos dela. Então, estamos sentindo que a marca está mais presente do que antes na vida das clientes, porque elas estão usando as nossas peças por mais tempo”, observa.

MOLETOM Na coleção de inverno, a Água Fresca aposta no moletom, que está em alta. “Temos o moletom tradicional e a versão felpuda, quando tem pelo do lado de dentro.” A linha jogging é puxada pelo sucesso do pijama, composto por casaco bomber com pelo nas mangas, capuz e cadarço com o escrito made with love. A calça legging traz uma modelagem mais justa, afastando-se da ideia de pijama folgadão. Com amarração em cordão no cós, punho nas barras e bolso, ela também é de moletom.
 
Witness(foto: Witness/Divulgação)
Witness (foto: Witness/Divulgação)
 
 
Júlia também fala sobre o conjunto de moletom com blusa mais comprida atrás e calça com elástico e amarração no cós e listra de cima a baixo na lateral. Os detalhes aparecem no avesso do tecido. Além de ser um pijama, ele se encaixa na proposta de home office e ainda pode ser usado para “caminhada/meditação em manhãs frias de inverno”, como diz no site. Nesse mesmo tecido, um maxicardigã com capuz e mangas compridas que ultrapassa a porta de casa e pode compor looks despojados.
 
As cafetãs, que são sucesso no verão, continuam a aparecer, mas diferentes, a fim de garantir proteção para o frio. “Trabalhamos com modelos de mangas mais longas, que cobrem mais o corpo, e com tecidos de gramaturas mais pesadas.” Uma alternativa no inverno são os blusões de moletom, com uma pegada de streetwear, que podem ser usados como vestido. Entre os modelos, um com detalhes em fios de lurex em tom cobre, que dão um efeito brilhante em toda a peça.
 
Da porta para fora
 
Apesar de ser uma marca de lingerie, a Jogê é muito conhecida pelos pijamas. “Sempre ouvi das clientes: esse pijama é tão lindo que vou sair com ele. São peças que casam com a moda”, aponta a franqueada do BH Shoppping Lorena Miranda. A venda de pijama, realizada através do site ou por mensagem, aumentou desde o início da quarentena e ultrapassou a procura por calcinhas e sutiãs. Certamente, porque atendem às necessidades das mulheres neste momento.
 
O pijama campeão de vendas é de cetim em um tom rosa claro com detalhes em viés preto. A blusa de manga comprida tem modelagem de camisa, com botões na frente, bolso e gola dobrada. “Uma cliente já falou que ia sair para jantar com ele”, conta. Outro exemplo é o pijama de viscose com elastano que chama a atenção pela aplicação de renda chantilly nos ombros e nas mangas longas, resultando em uma leve transparência. Nos dois casos, as calças são básicas.
 
Numa pegada mais homewear, Lorena indica uma linha de malha cinza e branca, que remete ao moletom. Na descrição, a marca avisa que as peças dos pijamas podem compor looks esportivos ou mais urbanos quando combinadas com jeans. Já a camisola se transforma facilmente em vestido.

Entre as camisolas, um modelo chamado de sleepshirt pode ser confundido com uma maxicamisa.
Feito com malha de viscose, tem corte de alfaiataria, com gola arrendondada, botões na frente e viés de outra cor. Outra peça que segue o mesmo estilo tem na composição cetim com elastano. “Ela é superconfortável, mas ao mesmo tempo tem aspecto de tecido nobre, com abotoado na frente e punhos de renda. É como se fosse uma camisa no estilo boyfriend. Dá para usar com meia-calça e bota”, descreve.
 
Na loja virtual, destaque também para os macacões, como o modelo de tricô com estampa geométrica colorida. “Isso já era tendência, a cliente chega do trabalho e veste para ficar em casa, ou pode ir até a porta para receber alguém.” Alguns robes, como o de matelassê, com inspiração oriental, garantem conforto em casa e viram um belo casaco da porta para fora.
 
À frente da multimarcas Witness, Mônica Lippi enxerga que o isolamento inaugura uma terceira categoria de produtos, diferentes dos pijamas para dormir e das roupas no estilo homewear. “São peças que preservam o conforto do pijama, mas que a mulher pode usar para fazer uma reunião on-line. Ela está vestida para o trabalho, mas com o conforto de estar em casa”, descreve a empresária, que começou a fazer vendas on-line durante a quarentena.
 
Quando a pandemia passar, Mônica acredita que surgirá uma nova forma de se vestir. “Temos ouvido muito falar de ficar com pijama o dia inteiro, mas acho que não é por aí. As pessoas vão criar o hábito de usar roupas mais confortáveis para sair para a rua.”
 
A loja já tem produtos que se encaixam nesta proposta. Os maxidresses, por exemplo, que são vestidos compridos e no inverno aparecem em tecidos mais grossos, tipo moletom.
Nos conjuntos, são as blusas que fazem diferença. “A modelagem das blusas não é tão ampla, elas estão mais para t-shirts, com recortes e assimetria. Além disso, não têm estampa de bichinho ou florzinha. Saem da linha romântica e vão para o lado mais contemporâneo, principalmente lisas e muitas bicolores.” Em vez dos tradicionais robes, casaquinhos de comprimento mídi podem ser usados por cima de uma blusa ou vestido, funcionando como um complemento. 
 
 


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