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Moda intuitiva

Longe de seguir tendências, Graça Ottoni investe em tecidos antigos do seu acervo e roupas feitas a mão para desenvolver coleção que revela um olhar diferente para a moda feminina


postado em 07/04/2019 05:09

O conjunto de saia e blusa de renda evidencia perfume retrô da coleção(foto: Fotos: Marcio Rodrigues/Divulgação )
O conjunto de saia e blusa de renda evidencia perfume retrô da coleção (foto: Fotos: Marcio Rodrigues/Divulgação )

 

Não estamos diante de uma roupa só de vestir. Cada peça tem uma história para contar, transmite emoções e carrega um olhar único para o fazer manual. Decidida a seguir sua intuição, e não tendências, Graça Ottoni apresenta neste inverno uma coleção com perfume retrô, sem perder a contemporaneidade. Os patchworks, formados a partir de tecidos antigos garimpados pela própria estilista, continuam a ser uma preciosidade, assim como blusas feitas a mão que misturam diferentes tramas.

Todos os tecidos que se combinam nos patchworks da coleção são parte do acervo da marca. Alguns estão guardados há mais de 40 anos. Nessa coleção, a estilista criou três misturas, uma com lã estampada, jacquard de algodão, tule com paetê, renda e zibeline, e outra com renda guipir, plissado, cetim de seda, tule bordado e renda paetê. A última une chifon, linho e bordado. “O que dá originalidade ao trabalho é o fato de que são tecidos antigos”, aponta.

Graça conta que sempre foi apaixonada por tecidos e assume o “vício” de comprar todos de que gosta, nem que sejam cinco metros. “Quando comecei, era muito difícil encontrar matéria-prima interessante, então tinha que recorrer a trabalhos manuais, fazer misturas, para dar uma boa solução para a roupa”, justifica. A estilista acrescenta que os patchworks também são uma forma de reaproveitamento, já que muitos tecidos vêm de retalhos e lotes encalhados de fornecedores.

Pensando em harmonia, Graça escolhe no estoque tecidos que “falam a mesma língua” e vai testando as emendas, tudo de forma intuitiva. A gramatura deve ser mais ou menos igual, mas as texturas e as estampas costumam ser diferentes. Além disso, quando já estão prontos, os patchworks são tingidos, o que ajuda a unificar as cores. Nessa coleção, a marca trabalhou com tons de cinza, rosé e preto.

O interesse pelo artesanal também se revela em blusas feitas a mão. Entre elas, uma que mistura tramas livres de tricô e crochê com retalhos de tecidos estampados. “É um trabalho único, que resulta em uma exclusividade que muitas mulheres gostam e procuram. Acho isso precioso, ainda mais nos dias de hoje, em que tudo é tão corrido e descartável”, opina.

As blusas são produzidas por uma irmã e uma tia de Graça (Leah e Regina, respectivamente). Elas recebem retalhos e tiras de tecidos da coleção e ficam livres para criar o que quiserem, tanto que cada uma segue um estilo diferente. As tramas de tricô de crochê, que não se limitam a um padrão, são feitas com fios de seda pura. “Não preciso falar muito, só que quero uma blusa para usar com uma saia plissada”, exemplifica a estilista. O primeiro lote de blusas até já esgotou. A dupla também assina as faixas, com retalhos, tramas e bordados, que compõem vários looks.

O trabalho com estampas surpreende. Um único desenho, de autoria do assistente de Graça, Alê Siqueira, que traz uma composição de dente-de-leão, costela-de-adão e tulipa, aparece em versões completamente diferentes. “Aplicamos a estampa em vários tecidos e o interessante é que as pessoas nem reconhecem que é a mesma”, observa a estilista.

As folhagens e flores ganham versão na cor preta para realçar em fundos brancos (viscose e tricoline de algodão) e azul-claro (tule de poliamida). Quando a base é preta, como no caso de um vestido de tafetá de viscose, os desenhos se repetem em tons de chumbo, telha e branco e criam uma outra padronagem. A estampa ainda tira a sisudez do xadrez príncipe de gales. “A estampa se ramificou durante o processo e virou uma camaleoa na coleção”, comenta Alê.

DIREITO E AVESSO Em uma blusa segunda pele de manga comprida, enxergamos outra jogada curiosa da marca para trabalhar estampas de maneira inesperada. Os estilistas tiveram a ideia de unir direito e avesso de um tecido floral. “Tivemos dificuldade de trabalhar com esse tecido por causa do brilho, então vimos essa possibilidade quando resolvemos dobrá-lo”, diz Alê. Resultado: por baixo do tule preto misturam-se flores azuis e a silhueta prateada delas (que é a parte de trás).

A outra estampa da coleção é um floral em tons terrosos, bem com a cara do outono, que surge em peças inteiras e em um patchwork com tecidos atuais. Como exemplo, um casaqueto formado por retalhos em tamanhos e formatos diferentes de duas estampas e três tecidos lisos nas cores preta, telha e verde.

Graça Ottoni gosta de ter a liberdade de não trabalhar com temas definidos. Dessa forma, ela vai construindo a coleção ao longo do processo. “Não programo nada. As ideias vão surgindo e uma coisa vai puxando a outra, mas, no fim, o resultado segue uma mesma linguagem”, destaca. Neste inverno, ela traz uma pegada retrô, que fica evidente em um conjunto de blusa e saia de renda aplicada em uma tela fina de algodão na cor marfim. Além de uma certa transparência, o tecido dá um toque antigo ao look.


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