Há 121 anos morria o poeta João da Cruz e Souza, considerado o maior representante do simbolismo brasileiro. Conhecido como "Dante Negro" e "Cisne Negro", o poeta foi influenciado por Charles Boudelaire (1821-67) e teve uma vida marcada por tragédias, preconceitos e segregação.
Seus poemas são marcados pela musicalidade com uso constante de aliterações, pelo individualismo, pelo sensualismo, e uma obsessão pela cor branca. A cor branca representava a transparência, a translucidez, a nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores, todas sempre presentes em seus versos.
Um vida atormentada
Nascido em Florianópolis e filho dos escravos alforriados João da Cruz desde pequeno recebeu uma educação refinada de seu ex-senhor, o marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome de família, Sousa. A esposa do marechal não tinha filhos, e passou a proteger e cuidar da educação de João. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais.
Em 1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o preconceito racial. Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro. Em 1885, lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias em parceria com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com diversos jornais. Em fevereiro de 1893, publicou Missal (prosa poética baudelairiana) e em agosto, Broquéis (poesia), dando início ao simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Em novembro desse mesmo ano casou-se com Gavita Gonçalves com quem teve quatro filhos todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura. Essa condição da esposa, também o enlouqueceu.
Empobrecido, louco e tuberculoso, morreu aos 36 anos em 19 de março de 1898 em Minas Gerais, na cidade de Antônio Carlos. Apesar de ter sido enterrado no Rio de Janeiro, só houve o reconhecimento da importância da sua obra em 2007, quando seu ossos foram então acolhidos no Palácio Cruz e Sousa, antigo palácio de governo do estado de Santa Catarina e atual Museu Histórico de Santa Catarina, no centro de Florianópolis.
Características do Simbolismo
> Não-racionalidade
> Subjetivismo, individualismo e imaginação
> Espiritualidade e transcendentalidade
> Subconsciente e inconsciente
> Musicalidade e misticismo
> Figuras de linguagem: sinestesia, aliteração, assonância
Artigo de Literatura do Percurso Pré-Vestibular e Enem.