O prêmio para o projeto ganhador é pra lá de estimulante: uma bolsa de estudos no valor de US$ 50 mil. Mas é a participação e o fato de ser selecionado em um concurso mundial da gigante da tecnologia o grande orgulho de três alunos e de professores da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE-FMC), sediada em Santa Rita do Sapucaí, cidade do Sudoeste mineiro conhecida como Vale da Eletrônica.
Com o projeto chamado Dino – um jogo estimulante para fisioterapia infantil –, os alunos Letícia Souza Rosa Silvério e Giovanna de Lima Ribeiro, ambas de 17 anos, e Matheus Silva Pivoto, de 18, são vencedores na etapa Américas e representam Minas na competição mundial. Os 20 finalistas serão conhecidos em breve e o projeto vencedor leva a bolsa.
“Seja qual for o resultado, só o fato de o grupo ter sido selecionado no programa diz muito, certo? Ficamos muito orgulhosos da equipe Dino e também das outras que se inscreveram, até mesmo pela experiência que ganharam com o material disponibilizado pelo Google”, afirmou Ana Letícia Gomes Gonçalves, professora de sistemas digitais da escola e coordenadora geral da Projete, feira anual em que os alunos apresentam projetos inovadores relacionados à solução de problemas.
Na escola, que tem 60 anos de fundação e formação mista entre ensino médio e técnico, a tecnologia está inserida na grade curricular de forma integrada à vida das pessoas. Assim, surgiu a ideia de construção do projeto, criado para a feira Projete e finalista do Google Science. O grupo de alunos explica que o Dino auxilia no tratamento fisioterápico infantil ao tornar as sessões de fisioterapia mais dinâmicas e menos cansativas. “Baseado na técnica de gameterapia, tendência que utiliza jogos para estimular o paciente ao longo do tratamento, escolhemos a faixa etária entre 8 e 11 anos e desenvolvemos três jogos 2D com níveis e fases de diferentes dificuldade. Criamos, também, um aplicativo para que o fisioterapeuta possa acompanhar as sessões de forma mais prática e acrescentar novos dados à ficha do paciente, permitindo analisar a evolução no tratamento.”
Os três alunos cursam o 3º ano do ensino médio. Letícia Silvério conta que a tecnologia está 100% presente na rotina acadêmica e em sua vida. “A escola incentiva a criação de projetos cada vez mais aprimorados e novos protótipos desenvolvidos a partir da tecnologia. Com o Dino, aprendi programação em blocos (no Construct 2), conteúdos relacionados à fisioterapia com crianças e à gameterapia”, afirma.
Ela destaca, ainda, a realização pessoal, pelo fato de o projeto ter sido selecionado pelo Google em uma competição mundial. Diz que o interesse em tecnologia, principalmente na área dos jogos, cresceu muito. E aposta na possibilidade de contribuir para a sociedade por meio da criação de projetos como o Dino. “Acho muito interessante poder ajudar pessoas em vários aspectos, por meio de jogos bem-elaborados e dinâmicos. A tecnologia serve para melhorar a vida das pessoas. Quem usa a tecnologia para inovar ou evoluir algo deve sempre pensar em atuar a favor do ser humano. Ideias como o Dino podem inspirar mais jovens a trabalhar pelo bem do próximo.”
CONQUISTAS
Giovanna Ribeiro lembra que a tecnologia tem sido uma grande aliada na área da saúde, incluindo aí a fisioterapia. “Realizamos pesquisas e dialogamos com profissionais da área. Assim, soubemos da dificuldade no tratamento infantil, já que as crianças se entediam com a rotina. Com isso, surgiu a ideia de criar o Dino e aliar tecnologia, diversão e tratamento. Também a escolha do personagem, um dinossauro, e a identidade visual do jogo foram pensados a partir de pesquisas, sempre para estimular a fisioterapia infantil”, lembra.
Antes mesmo de receber o resultado final, Giovanna se diz ainda mais motivada a trabalhar com conceitos como criatividade e inovação. “Receber esse reconhecimento, ver nossa ideia valorizada como algo realmente bom, ter o apoio da escola e sentir que nosso esforço foi mais do que válido é um incentivo e tanto. Essa oportunidade ampliou o desejo de inovar, mesmo a partir de ideias simples.”
* Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram
* Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram