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Estado de Minas

Habilidade ao responder questões do Enem vai ajudar candidato a ter nota mais alta

Isso se deve à Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia de avaliação adotada pelo Ministério da Educação (MEC), que não contabiliza apenas o número total de questões corretas


postado em 17/10/2015 06:00 / atualizado em 17/10/2015 07:05

Os candidatos Luís Felipe Rocha e Paula da Costa revelam que colheram frutos da preparação como treineiros: experiência ajuda a entender peso das questões(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Os candidatos Luís Felipe Rocha e Paula da Costa revelam que colheram frutos da preparação como treineiros: experiência ajuda a entender peso das questões (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não está associada apenas ao número de acertos nas provas. Dois candidatos que tenham acertado o mesmo número de questões poderão ter notas distintas depois da correção. Isso se deve à Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia de avaliação adotada pelo Ministério da Educação (MEC), que não contabiliza apenas o número total de questões corretas. A uma semana das provas, o Estado de Minas mostra o critério pelo qual as provas são corrigidas. O desempenho do candidato é aferido pela habilidade que ele expressa a responder cada um dos tópicos. Por isso, conferir o gabarito das provas não é suficiente para que o estudante tenha ideia de quanto tirou.

No dia 24, os alunos terão 4h30 para resolver as 90 questões de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias. No dia seguinte, domingo, o prazo tem uma hora a mais. No entanto, no dia 25 o candidato terá 90 questões de múltipla escolha de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias e também terá que fazer a redação. As médias dos inscritos no exame no ano passado foram 546,5 nas provas de ciências humanas; 482,2 em ciências da natureza; 507,9 em linguagens e códigos; e 473,5 em matemática.

A metodologia da TRI se baseia em três parâmetros: a capacidade de um item revelar a proficiência que o estudante tem em relação a um conteúdo, o grau de dificuldade e a possibilidade de acerto ao acaso. Em outras palavras, a correção seria capaz de identificar se o aluno acertou porque chutou uma questão ou se teve êxito por dominar o conteúdo. A coordenadora pedagógica de série do Colégio Loyola Érika Nogueira de Almeida lembra que as questões apresentam três níveis de gradação: básicas, médias ou operatórias e globais ou complexas. “Se o aluno acertou uma questão difícil, mas errou as básicas e operatórias, não fez de modo consciente. Pode ser um chute”, exemplifica.

Por se basear em um método estatístico, a TRI permite que a correção leve em conta o grau de dificuldade de cada questão. Por esse critério, a pontuação individual das perguntas não é estabelecida previamente: é dada posteriormente, no momento da correção. Tópicos com baixo índice de acertos terão mais peso na avaliação final. Os avaliadores entendem que, se poucas pessoas acertaram o item, ele tem grau de dificuldade maior e, portanto, deve receber pontuação maior. Já a questão que foi dominada pela maior parte dos candidatos terá menos peso na pontuação.

A cada edição do Enem, os valores dos índices mínimo e máximo de desempenho por disciplina se alteram e são divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep). Esses índices são definidos a partir da menor e da maior nota, obtidas pela totalidade dos participantes do exame. Uma das características da TRI é que nenhum estudante tirará um zero absoluto. “A Teoria de Reposta ao Item é uma ideia excelente, usada em outros países. Mas aqui no Brasil pode ser aprimorada”, avalia Samuel de Aguiar Cardoso, de 18, aluno do 3º ano do ensino médio do Colégio Elite Vale do Aço. A opinião do estudante tem como base o fato de amigos que tiveram diferença de acertos em 10 questões terem obtido nota igual. “É para evitar o chute, mas pode também ser injusto. Às vezes, um estudante deixa de responder uma pergunta considerada simples por estar cansado ou por uma distração, porque a prova é muito longa. Por isso, pode perder pontuação mesmo que acerte uma questão mais complexa”, considera.

HABILIDADES A TRI está diretamente relacionada à maneira pela qual as questões são apresentadas no Enem. As provas buscam avaliar diferentes habilidades dos estudantes e as questões são elaboradas com esse propósito. O candidato deve ficar atento, porque a disposição das questões não segue uma ordem ascendente em termos de dificuldade. Inclusive as áreas de conhecimento aparecem de forma aleatória. Por exemplo, nas provas de ciências humanas, não está indicado se a questão é de história ou de geografia. A distribuição do conteúdo exige que o candidato tenha capacidade de mudar o sistema de análise com rapidez.

As opções de respostas às questões são elaboradas de acordo com possíveis percursos lógicos que o aluno pode percorrer. No entanto, apenas uma delas é correta. Dessa forma, uma resposta pode parecer certa, mas revela que o aluno não domina bem o assunto.
Uma forma de identificar em que nível a questão se enquadra é conhecer as provas do Enem, resolvendo, por exemplo, provas das edições anteriores. Nas questões básicas, o candidato é convocado a identificar. Em itens operatórios e globais, pede-se que faça comparações, análises, justifique escolhas e, no caso específico da redação, proponha soluções. “Os simulados ajudam os alunos a compreender quais os níveis de questões e as habilidades que são requeridas dele”, diz Érika Nogueira de Almeida.

SIMULADO O aluno do 3º ano do ensino médio do Colégio Loyola Luís Felipe Martins Rocha, de 17 anos, pretende concorrer a uma vaga no curso de engenharia mecânica da UFMG. Para saber como as provas são, ele fez o Enem duas vezes como treineiro. A nota obtida estava bem próxima da nota de corte do curso pretendido. Além de saber o peso diferente dado às questões, o jovem lembra que o Enem é uma prova de resistência. É fundamental também se preparar para enfrentar a maratona de testes.

A tranquilidade foi fundamental para que Paula Resende Martins da Costa, de 17, pudesse ter bom desempenho nas duas vezes em que tentou o Enem como treineira. “Fiz quando estava no 1º e 2º anos. Não tinha visto a matéria toda, mas obtive uma boa pontuação”, lembra. Para ela, o segredo é fazer muitos simulados. Na reta final, ela considera que a melhor estratégia é manter o foco. “A parte psicológica é muito importante. Na hora de fazer a prova, o melhor é não pensar o que ela representa para seu futuro profissional.”

Variação de notas
mínimas e máximas
por áreas no Enem 2014


Ciências humanas: mínima de 324,8 pontos e máxima de 862,1

 Ciências da natureza: mínima de 330,6 pontos e máxima de 876,4

 Linguagens e códigos: mínima de 306,2 pontos e máxima 814,2

 Matemática: mínima de 318,5 e máxima 973,6


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