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Estado de Minas

Hábito de leitura auxilia na prova de linguagens do Enem

Linguagens e códigos - Professores avisam: conhecer literatura e se manter informado garantem vantagem na prova


postado em 14/10/2015 06:00 / atualizado em 14/10/2015 08:14

Preparação de Álvaro e Helena, de BH, inclui plantões de redação e leitura de muitos livros(foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
Preparação de Álvaro e Helena, de BH, inclui plantões de redação e leitura de muitos livros (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)

Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Lima Barreto... Para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não é exigida a leitura de nenhuma obra específica, mas o conhecimento da literatura brasileira tornará o candidato mais apto para a prova de linguagens, códigos e suas tecnologias. Mais do que uma prova técnica, o teste busca identificar habilidades que são construídas quando se é um leitor contumaz. Na quarta reportagem da série, o Estado de Minas traz informações sobre essa prova, que tem 45 questões, sendo 40 de português e literatura e cinco de língua estrangeira.

“Muitos estudantes têm uma noção equivocada: pensam que o português é deles, que eles dominam. Mas não são leitores, não leem livros, jornais ou revistas”, alerta a professora de português do Colégio Bernoulli Solange Carvalho Brum. Para ela, pelo fato de o Enem não pedir a leitura prévia de obras literárias, muitos alunos acham que não é preciso investir nessa direção. “Quando ele fizer a prova, terá um choque cultural ao se deparar com textos desses autores. O Enem requer um conhecimento prévio dos escritores”, completa.

O objetivo é testar a habilidade de interpretação de texto dos alunos, mas, muitas vezes, esse viés é entendido de forma equivocada pelos candidatos. “Existe um mito de que a prova não cobra conteúdo. Tem matéria, sim, que é testada por meio da habilidade de leitura”, pontua a professora de redação e português do Colégio Bernoulli Jana Rabelo.

A prova é realizada no mesmo dia de redação e matemática e suas tecnologias. São 5 horas 30 minutos para fazer as 90 questões objetivas e o texto dissertativo-argumentativo. Os candidatos terão uma hora a mais que no primeiro dia. Mas, pelo fato de o aluno ter que resolver o mesmo número de questões fechadas e ainda ter que escrever um texto argumentativo, é preciso dividir o tempo com sabedoria, para poder se dedicar a todas com qualidade e sem sacrificar nenhuma delas.

DIVERSIDADE
Na prova de língua portuguesa, as questões tratam da variação linguística – como a língua se modifica ao longo do tempo, em diferentes espaços e frente às questões sociais. “Os alunos devem principalmente evitar demonstrar preconceito linguístico. É necessário reconhecer e valorizar as diferentes variedades, a partir de diversidades sociais e etárias”, diz a professora Jana Rabello.

Outro conteúdo inclui os mecanismos de coesão textual, como pronomes e conjunções. O conhecimento sobre a redação não é avaliado apenas na prova específica de escrita. A prova de linguagens e códigos também cobra a teoria da redação, com questões objetivas sobre estratégias argumentativas. Os alunos devem perceber quais estratégias são utilizadas nos textos.

O aluno precisa reconhecer argumentos de autoridade, baseados em dados, e saber distinguir os gêneros textuais, como carta, artigo de opinião, editorial. “O Enem ama explorar textos híbridos, como um poema em forma de carta, um texto injuntivo que superficialmente parece ser informativo”, diz Jana Rabello. “A prova também costuma abordar as mudanças que a internet trouxe para a comunicação e para as relações sociais”, acrescenta a professora.

A prova de literatura versa sobre movimentos literários brasileiros. O modernismo é um dos mais recorrentes, em especial a relação que estabelece com a pintura e o teatro. Mas o aluno precisa ficar atento também à música popular, aos ritmos e danças brasileiros. “São questões em que os alunos costumam ter dificuldade, por não terem repertório”, diz Jana. Também são cobradas funções e figuras de linguagem, como metáfora, metonímia e sinestesia. “É um conteúdo cobrado aplicado a textos literários e não literários”, pontua a professora.

TEMPO
A aluna do 3º ano do Colégio Bernoulli Helena Rodrigues Gonçalves Costa, de 18 anos, gosta de português e literatura. Ao longo do ano, ela já fez oito simulados, o que lhe ajuda na administração do tempo. “O Enem é uma prova de resistência física e que exige que o emocional esteja minimamente equilibrado”, avalia. Ela tem encarado rotina puxada de estudos. De segunda-feira a sábado, estuda pela manhã, mas fica no colégio até as 21h para sistematizar o conteúdo que foi ensinado em sala de aula e fazer exercícios. Também aproveita os plantões de redação para tirar dúvidas.

Já Álvaro Lucca Torres Brandão, de 18, aluno do 3º ano do Colégio Bernoulli, recomenda tranquilidade no dia da prova. “É importante não exagerar. Sinto que não adianta nada estudar muito se na hora da prova não tiver calma. Tenho colegas que tiram acima de 94% em simulados, mas que, no dia da prova, por estarem estressados, não se saem bem”, afirma. O jovem fica 12 horas na escola e tenta, nesse tempo, rever o conteúdo e fazer exercícios de forma que não leve tarefas para casa. Lá, procura relaxar, ler os livros de literatura e se manter atualizado com o que acontece no mundo.

DICAS

» Focar conteúdos que aparecem com mais frequência na prova, como variação linguística, tipos e gêneros textuais, funções e figuras de linguagem. Também é importante dar uma olhada nas principais relações semânticas.
» Na literatura, muito foco no modernismo e na relação desse movimento com outros períodos da história brasileira.
» Neste momento final, prestar muita atenção ao tempo para a realização das questões. É bom cronometrar e testar
quanto se gasta. É essencial administrar o prazo.

Na hora H
» Respire e se acalme. É importante recuperar a tranquilidade para fazer a prova. Nos primeiros momentos, a tendência é achar que não se sabe nada. Pode dar o famoso branco, que passa se o aluno conseguir voltar ao eixo.
» Prestar muita atenção à fonte dos textos-base. Essa informação pode ajudar a resolver a questão e até mesmo solucioná-la.
» Grife e sublinhe os termos dos textos-base e dos comandos das questões. Investir nessa marcação ajudará a economizar tempo e facilitará a fixação do que está sendo exigido na questão.


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