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Estado de Minas

Esporte ajuda a melhorar notas e convívio social


postado em 14/05/2015 06:00 / atualizado em 14/05/2015 07:32

Valquiria Lopes


Alunos do Chromos, da unidade Pampulha, participam da 13ª edição dos Jogos de Integração Escolar: aposta na prática esportiva para melhorar rendimento em sala de aula e aperfeiçoar competências (foto: Euler Junior/EM/D.A Press.)
Alunos do Chromos, da unidade Pampulha, participam da 13ª edição dos Jogos de Integração Escolar: aposta na prática esportiva para melhorar rendimento em sala de aula e aperfeiçoar competências (foto: Euler Junior/EM/D.A Press.)

Como livros e bolas, provas e partidas, dinâmicas e jogos podem alcançar o mesmo resultado no ambiente escolar? Parece controverso pensar que fora da sala de aula o aluno pode melhorar as notas no boletim e alavancar o desempenho intelectual. Mas escolas têm apostado na prática esportiva como grande aliada para desenvolver competências técnicas e habilidades emocionais e cognitivas de estudantes de qualquer faixa etária. Na prática, significa que, nas quadras onde praticam vôlei, futebol, basquete, handebol, peteca e queimada, entre outros tantos esportes, eles têm aprendido a se relacionar melhor com os colegas e professores, melhoram a capacidade de leitura, de resolução de cálculos, além de ativarem a atividade mental, a memória e a tomada de decisões.

“Estudos mostram que, além dos benefícios físicos, os exercícios geram alterações cerebrais. O cérebro é um órgão muito plástico e dinâmico e o esporte influencia nessa plasticidade neural”, afirma o professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Guilherme Menezes Lage. É por esse motivo que durante três dias do calendário escolar o Colégio Chromos fecha as portas das salas de aula e leva os alunos para quadras e pátios de suas unidades para se “confrontarem” nas partidas da 13ª edição dos Jogos de Integração Escolar, que começou ontem e vai até amanhã para alunos das unidades Centro e Pampulha, em Belo Horizonte. Na unidade Eldorado, em Contagem, o projeto começou na terça-feira e termina hoje. A cada ano, os resultados são surpreendentes, segundo o diretor pedagógico da instituição de ensino, Carlos Roberto Eufrásio.

Do ponto de vista emocional, o diretor explica que estudantes desenvolvem com os jogos habilidades para melhorar a interação com colegas, o respeito ao próximo, o limite do outro, além de trabalhar agressividade, impulsos e sentimento de frustração nos casos de derrotas. “Em uma sociedade individualista, trabalhar a aceitação e a valorização do outro é algo muito importante e necessário”, afirma Eufrásio. Ao mesmo tempo, o lado cognitivo ganha destaque. De acordo com o diretor, as táticas, esquemas de jogos e regras das partidas ajudam os alunos a melhorar a resposta em atividades na sala de aula. “Eles ficam mais atentos, comprometidos e preparados para lidar com questões como o tempo e organização nas tarefas do dia a dia, especialmente nas que exigem mais concentração e raciocínio”, afirmou.

RESPOSTAS POSITIVAS Tudo isso tem explicação, já que o exercício físico provoca uma série de mudanças no corpo. “A prática esportiva modula a função de neurotransmissores, a exemplo da serotonina, que melhora o estado de vigília do cérebro, e da dopamina, que gera sensação de prazer e recompensa e trabalha a memória e atenção”, explica o professor Guilherme Lage. “Pratico esporte desde os meus 3 anos. Comecei com natação e depois com o futebol, que jogo até hoje. Percebo que o exercício me ajuda muito. Fico mais tranquilo na escola e em casa. Também tenho mais disposição para o estudo e para as atividades que exigem concentração”, afirma Pedro Rodrigues Castro Vieira, de 15 anos, aluno do 1º ano do Chromos Centro.

Lucas Narciso, de 16, que cursa o 3º ano na unidade Pampulha, destaca o poder socializador das atividades. “Muitos colegas com dificuldades de relacionamento ficam mais soltos quando participam dos jogos em grupo”, diz. A colega de unidade, Amanda Soalheiro, também de 16, fala da resposta imediata na sala da aula. “A gente amadurece, fica mais esperto e organizado. O desempenho nas provas é melhor e a timidez, na hora de apresentar um trabalho, diminui”, completa.

Outros colégios de BH também estão de portas abertas para o esporte. No Magnum, por exemplo, as atividades de educação física (handbol, futsal e vôlei) são praticadas na escola e testadas em competições. Além disso, a instituição conta com o projeto Escola de Esportes. “O convívio com questões como regras, tempo de jogo, arbitragem e cobrança do treinador/professor têm resultados imediatos nas habilidades intelectuais e no comportamento dos alunos”, diz a professora de educação física da unidade Buritis, Patrícia Fonseca Silva. No Santo Antônio, segundo a professora Sílvia Spotorno, os alunos da instituição disputam campeonatos – dentro e fora da escola – de futsal, vôlei e basquete.

 

Palavra de especialista

Marconi Gomes, cardiologista e presidente da Sociedade Mineira de Medicina do Exercício e do Esporte

 

Competências, liderança e criatividade

“Quando a pessoa faz exercícios, sejam eles em grupo ou de forma isolada, muitos efeitos ocorrem no corpo. Com um maior grau de relaxamento, ela dorme e se alimenta melhor e, consequentemente, amplia sua capacidade de equilíbrio e concentração. A atividade física é super saudável para a vida escolar. Aquelas praticadas em grupo e as artes marcais conseguem trabalhar ainda competências importantes para a vida adulta, como a liderança, o espírito de competição e a criatividade. O único alerta a ser feito é em relação ao uso de substâncias impróprias para a idade, como suplementos proibidos e desnecessárias para o desenvolvimento muscular de adolescentes”.


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