O tema da redação do Enem 2014 “Publicidade infantil em questão no Brasil” reforçou a tendência das provas dos últimos anos cobrando dos candidatos um posicionamento cidadão e consciente sobre uma realidade social. Esta é a opinião da professora de redação do Chromos Ana Carmelita, que avaliou o assunto como um reflexo do que foi pedido nos exames anteriores.
Segundo ela, os candidatos bem preparados conheciam a realidade do tema e as últimas polêmicas nacionais envolvendo a publicidade infantil. Para a professora, o candidato deve escrever uma redação com olhar crítico e cidadão, mostrando ser uma pessoa que conhece seus direitos e deveres. “O que o candidato não deveria ter escrito é que a questão de regulamentação da publicidade é uma censura”, explica.
Segundo a professora, o tema precisa ser tratado com demonstração de consciência de que a criança é um ser em desenvolvimento, sendo o Estado e os pais responsáveis por direcionar este ser. Conforme a professora, o candidato poderia demonstrar no texto que é papel dessas duas instituições (Estado e família) indicar o que é bom ou não para meninos e meninas.
“O candidato teria que abordar na perspectiva de leis, de acompanhamento dos pais e responsabilidades deles. Seria interessante também o aluno falar um pouco da escola, da participação da instituição dando aulas sobre consumismo ou da escola trabalhar esta coisa de que a criança não precisa consumir para ser”, afirma Ana Carmelita.
Textos base
Junto ao tema da redação, como é de costume, a prova do Enem apresentou ao candidato três textos base. O primeiro deles mostrou a contraposição entre uma resolução polêmica que regula a veiculação da propaganda para crianças e o posicionamento do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) sobre o tema. De acordo com professora, a diferença está justamente na rigidez da resolução contra a flexibilidade do Conar.
O texto 2 é um mapa bem objetivo expondo como a situação da publicidade infantil é tratada no mundo. O desenho mostra o que é proibido ou permitido em vários países. Por fim, o texto 3 abre uma discussão sobre a formação do cidadão, na perspectiva de que a criança tem que receber informações no seu crescimento, mas uma informação tratada de forma especial porque ainda está criando senso crítico.