
Ela está entre os 36,3 mil candidatos que pediram, no momento da inscrição, atendimento especializado para fazer a prova, em 8 e 9 de novembro. “Ser contadora é inviável por conta da minha condição. Como psicóloga, a falta da visão não dificultará meu desempenho profissional porque o trabalho é na análise da fala do paciente, então terei mais exigência da mente do que da visão”, diz.
No Enem, Márcia pediu o recurso da letra superampliada. “Como ainda tenho resíduo de visão, eu consigo ler de perto. Tive a experiência de fazer uma prova de concurso com ledor e acabei me atrasando muito. Percebi que não tenho facilidade de ouvir a pessoa”, lamenta. Mesmo assim, ela acredita que, no Enem, será diferente. “Não tenho receio porque a acessibilidade melhorou muito e as provas costumam ser bem organizadas”, diz. A poucos dias da avaliação, ela se sente ansiosa. “É a primeira vez que vou fazer o Enem. Não sei como vou me comportar. Estou com o meu coração a mil”, afirma.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) oferece uma série de opções de adaptação para pessoas com deficiência e as encaminha para locais com a infraestrutura necessária. Quando é preciso complementar a adaptação, o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) fica responsável por providenciá-la.
