Todo mundo mantém vínculo com colegas de escola ou mesmo guarda boas lembranças da época de conversas, encontros para fazer trabalho em grupo e brincadeiras no pátio. Cultivar amizades no ambiente escolar é tão necessário quanto tirar boas notas. “A interação é importante porque vai formar laços para o futuro”, pontua a psicopedagoga Letícia Soares Guimarães Coutinho. A psicopedagoga Jane Patricia Haddad completa: “Nessa fase da vida são os vínculos afetivos, seja com professores, seja com colegas, que vão fazer com que o estudante se empenhe na escola.”
Letícia observa que a necessidade de interação surge logo na primeira infância e, sem querer, os pequenos formam as famosas panelinhas. Interesses, nível sociocultural, conhecimento prévio e até proximidade das casas podem influenciar nessa escolha. “Mas existe uma questão de afinidade, inerente até na vida adulta. Não podemos impor que a criança tem
A psicopedagoga Jane Patricia Haddad alerta que a intervenção deve ocorrer nos primeiros dias de aula, com dinâmica de apresentação, conversas para perguntar, por exemplo, como o estudante gosta de ser chamado, e observações na hora do recreio. “Quando a escola mostra que é importante criar relações interpessoais, evita indisciplina e bullying. É preciso trabalhar como o aluno se sente para que a brincadeira não vire algo mais sério”, explica. Na opinião da psicopedagoga, a lista definitiva das turmas deveria ser definida depois da segunda semana, considerando toda a avaliação de comportamento. Ela acredita que a flexibilidade é fundamental no início para levar em conta a afinidade.
Decidida a deixar a escola onde estudou a vida inteira, a estudante Roberta Lima Castro, de 15 anos, teve que reaprender a fazer amigos. “No começo, fiquei bem tímida porque não conhecia ninguém na minha sala. Em dois dias começaram a puxar assunto e hoje sou amiga de muita gente”, conta. Para a adolescente, as amizades a ajudam a ir pra frente no colégio e são laços levados para a vida toda. As amigas da escola anterior continuam próximas e Roberta quer integrar as duas turmas.
E mais...
Transporte seguro
Com a rotina intensa, poucos pais encontram tempo para acompanhar o filho no trajeto de casa para a escola. Diante disso, não para de crescer o número de motoristas que fazem transporte escolar. Segundo a BHTrans, estão em circulação cerca de 2 mil veículos, entre micro-ônibus, van e kombi. Na hora de contratar o serviço, os adultos devem ficar atentos à segurança dos estudantes. A supervisora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Sônia Amaro, diz que é necessário pedir referência de pais de colegas que utilizam o escolar e verificar as condições do veículo. Procure o selo da BHTrans no para-brisa, pois ele é a prova de que o veículo passou pela vistoria a cada seis meses. Desde pequenas, as duas filhas da professora Simone Assenheimer Pereira, de 41 anos, vão para a escola de van. Na hora de escolher o transporte, ela avalia se o motorista é confiável, tem cuidado ao dirigir, trata bem as crianças e cumpre os horários.